Para além da crise dos mercados financeiros e a crise do petróleo, surge agora a crise alimentar mundial. Segundo o Programa Alimentar Mundial da ONU, 30 países estão em situação muito complicada, 22 deles no continente africano. São várias as razões apontadas para justificar a crise: registou-se um aumento significativo da procura, com o aumento das necessidades de potências emergentes como o caso da China e da Índia; quebras nos stocks e países com a Argentina viram-se para o consumo interno; aumento do preço dos combustíveis; a utilização crescente de biocombustíveis; a displicência com se tem olhado para a agricultura. De um modo geral, aponta-se uma conjuntura de factores para justificar esta crise, mas existe um outro factor que tem vindo a determinar o preço dos alimentos, designadamente dos cereais: a especulação. A ONU estima que a especulação seja uma das principais razões que explicam o aumento brutal dos alimentos. Se a sobrevivência era a palavra-chave para a vida de muito...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.