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A mostrar mensagens de janeiro, 2017

Contra Trump

A ordem executiva assinada por Donald Trump que proíbe a entrada nos EUA de cidadãos de seis países muçulmanos tem o condão de mostrar que muitos, tantos, estão contra Trump, até membros do Partido Republicano, entre congressistas e senadores. O autoritarismo de Trump aliado a um narcisismo que só funciona em reality shows tem o condão de mostrar uma sociedade civil americana viva, de que é exemplo a ACLU (The American Civil Liberties Union), cidadãos, a título individual, ou até empresas americanas.  Por outro lado, Trump encontra outro óbice que pode muito bem ser recorrente: o poder judicial, que, ao que tudo indica, desconhecia existir. O agora Presidente americano está habituado a exercer uma espécie de poder absoluto no mundo empresarial ou nos reality shows e estará demasiado habituado a esses exercícios de prepotência. Ora, a democracia não é consonante com esse género de exercício de poder, mesmo tendo Trump um congresso republicano do seu lado e muito brevemente o supremo

Proteccionismo americano

Sem entrar em discussões sobre as vantagens ou desvantagens do proteccionismo, diga-se que foi por aqui que Trump venceu as eleições. Dito por outras palavras: Trump fez a mensagem chegar a todos os que perderam os seus empregos ou que viram os seus salários serem drasticamente reduzidos ou ainda todos aqueles que receiam, mais dia menos dia, chegar a essa situação. Tudo em consequência da deslocalização de postos de trabalho, da emergência de economias como a chinesa e sobretudo da postura das maiores empresas americanas que, com toda a desfaçatez, pagam salários miseráveis fora dos EUA e recorrem a todos os artifícios para não pagar os impostos nos EUA. Bem vistas as coisas até não seria difícil adivinhar este desfecho: bastava olhar para o Midwest americano. Exceptuando Bernie Sanders que tinha um plano para as dificuldades crescentes de muitos americanos, mas que não chegou a vencer as primárias do Partido Democrata, restava Trump que entre uma javardice ou outra lá falava nos a

As ninharias de Schäuble

Os assuntos nacionais, não querendo mostrar desprezo pelos mesmos, parecem, neste momento, uma brincadeira de crianças. Mesmo a novela TSU. É que neste preciso momento só dá Trump, por todas as piores razões imagináveis. Por falar em brincadeiras, o que dizer das novas exigências da Alemanha no sentido de pressionar Portugal a adoptar mais medidas de austeridade, com o objectivo de baixar o défice? No Eurogrupo vinga a preocupação com a dívida portuguesa. Esta gente não existe.  Ora, com o mundo em crescente convulsão, com as tomadas de decisão vertiginosas pelo novo Presidente americano, com a diminuição da própria Europa em função de Trump e da ascensão de Putin, a Europa, designadamente o Sr. Schäuble, manifesta preocupação com Portugal. Esta gente não existe. Enquanto estas incautas almas se dedicam a minudências, do outro lado do Atlântico Trump tomou as seguintes decisões e admitiu adoptar as seguintes posições: Limitações à entrada de muçulmanos no país com o objectivo

EUA: democracia ou oligarquia?

A frase de Lincoln "government of the people, by the people, for the people" ainda se aplicará nos EUA? Ou será que um pequeno grupo de oligarcas tem conseguido enfraquecer a democracia, instalando a tão desejada concentração de poder nas mãos de poucos? Qualquer análise do assunto produzirá resultados pouco animadores e, pior, qualquer projecção de futuro apresentará cenários (muito prováveis de se concretizarem) ainda menos animadores, agora com Trump à frente dos destinos do país. Curiosamente, Trump apresentou-se como sendo um homem fora do sistema - político, presume-se -, no entanto, Trump respira o sistema, ele é parte significativa do sistema. Nada de bom à vista, portanto, bem pelo contrário. A influência, através do dinheiro, das doações e dos lobbies, que um pequeno grupo de pessoas tem quer na escolha, quer no desempenho do Presidente dos Estados Unidos, congressistas, senadores e até juízes do supremo aniquila a democracia, transformando-a no exercício do

Brincar com o fogo

Não será difícil perceber que nos próximos anos Trump irá brincar demasiadas vezes com o fogo, aliás, essas brincadeiras serão, como já está a ser, a marca da sua Administração. Poucos dias depois da tomada de posse, esta Administração fez saber ser sua intenção mudar a embaixada americana em Israel para Jerusalém que, como se sabe, é uma cidade dividida e disputada desde 1948. Ainda antes de tomar posse, Donald Trump já tinha informado ser favorável à construção de novos colonatos, à revelia das próprias Nações Unidas.  O resultado destes novos posicionamentos é preocupante, senão vejamos: o Médio-Oriente tem sido assolado por guerras e focos de instabilidade de que Síria e Iraque (e Afeganistão, se falarmos no grande Médio-Oriente) são exemplos. A região israelo-palestiniana tem, por seu lado, passado por um período de relativa acalmia - dentro daquilo que é possível na região. Ora, Trump decide, também neste particular, brincar com o fogo. De resto, o que o Médio-Oriente mais p

Entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa

Tratou-se de uma entrevista que se centrou nas questões nacionais, ignorando, infelizmente, as questões externas. Ainda assim, o mais importante da entrevista prende-se com a ideia da estabilidade. Marcelo Rebelo de Sousa foi muito claro: a estabilidade quer do governo, quer da oposição, são de uma importância indiscutível para o Presidente da República. Na curta entrevista percebeu-se claramente que Marcelo está longe de querer colocar dificuldades à actual solução política, pelo contrário, segundo o mesmo o Governo e o líder da oposição devem durar uma legislatura. Passos Coelho até poderia ficar satisfeito aquilo que parece ser um desejo do Presidente - que se mantenha como líder da oposição até ao final da legislatura. Contudo, Marcelo foi também muito claro no que diz respeito às suas intenções em relação ao actual Executivo, ao excluir qualquer foco de instabilidade. O que resulta na manutenção da actual configuração política: O Governo do PS, coadjuvado por PCP, BE e Verdes

E já começou

No dia subsequente à tomada de posse Donald Trump começa o vasto processo de retrocesso civilizacional que tem entre mãos. Desde logo assinou o fim do Obama Care e concluiu com a assinatura de mais um retrocesso sem paralelo nas políticas ambientais. Já começou a demonstração mais surrealista de egocentrismo e ignorância de que existe memória. Coadjuvado por néscios como o próprio Trump (Sean Spicer, secretário da comunicação, é um bom exemplo), assistimos à estratégia própria de quem pretende enveredar por um caminho ditatorial, transformando a comunicação social (exceptuando a Fox News e outros média nada fidedignos) no inimigo número um. “os jornalistas são os seres humanos mais desonestos à face da terra”, isto foi dito pelo Presidente dos EUA. Já começou, e começa onde era expectável que começasse: na comunicação social, primeiro hostilizando-a; depois procurando formas de controlar uma comunicação social que, pelo sim pelo não, já se encontrará descredibilizada e fragilizada.

O princípio do fim

Certo. Talvez seja exagero anunciar o princípio do fim, apesar deste princípio ter como protagonista Donald Trump. Talvez ele nem chegue a ocupar o lugar durante os quatro anos, com tanto potencial em matéria de escândalos, irregularidades, ilegalidades e afins. Talvez. Seja como for, a realidade é esta e dói de cada vez que pensamos nela: Donald Trump é, a partir de hoje, o Presidente dos Estados Unidos da América. Entre sentimentos de asco e incredulidade, os factos são estes e teremos - tarefas que não serão exclusivas dos americanos - de saber lidar com este Presidente.  Com Obama era fácil, o máximo, ou o pior que poderia acontecer - e até certo ponto aconteceu - era a desilusão. Com Trump o pior pode acontecer, simplesmente o pior poder acontecer. E seguramente acontecerá. Desde as mudanças previstas na famigerada ordem mundial, passando pelo fim das políticas de Obama sem a existência de alternativas, culminando na personalidade megalómana que raia o amiúde o execrável. Pel

Calcanhar de Aquiles

Não será difícil encontrar razões para elogiar a solução governativa encabeçada pelo PS, mesmo com algumas contrariedades que, contas feitas, são normais até nas coligações, quanto mais numa solução engenhosa como aquela encontrada por PS, BE, PCP e Verdes. Desde logo a filosofia subjacente à solução política merece os mais rasgados elogios, refiro-me naturalmente à tentativa de repor salários e pensões, acabando assim com os cortes acéfalos protagonizados pelo aziado Passos Coelho e pelo seu séquito. Contudo, existe um calcanhar de Aquiles nesta solução, sobretudo no que diz respeito ao próprio PS: a comunicação. O PS falha na comunicação, designadamente no que diz respeito a medidas a serem tomadas e no combate a uma direita que destila azedume, incapaz de se livrar da mediocridade. Esta questão torna-se mais premente quando se percebe que a comunicação e o combate político, mesmo estando o PS no Governo, são essenciais para a prossecução das políticas. Exceptuando João Galamba,

“Levar Portugal a sério”

Passos Coelho aparece amiúde em frente de um cartaz do PSD que diz a seguinte frase: "Levar Portugal a sério" - uma espécie de lema do partido que é, ao mesmo tempo, uma curiosidade na precisa medida em que ninguém já leva a sério o líder do PSD. De resto, avolumam-se as vozes críticas direccionadas à actual liderança: Marques Mendes terá sido o último a proferir severas críticas à liderança de Passos Coelho, desta feita a propósito da TSU - uma trapalhada filha do oportunismo. Já ninguém leva Passos Coelho a sério, sobretudo na qualidade de rei do azedume na oposição. Quando era primeiro-ministro, apesar das inúmeras incongruências, era levado a sério. Afinal de contas era primeiro-ministro, mal ou bem. Agora, entre diabos e outras entidades, Passos Coelho não tem qualquer credibilidade. Enquanto espera pelo Diabo a credibilidade - a pouca que lhe resta - vai-se-lhe acabando. Mais a mais, quando Passos Coelho cai no oportunismo barato de ir contra a questão da TSU qua

Passos Coelho e o desespero

Agora a propósito da TSU, Passos Coelho, sozinho e incapaz de ser líder da oposição, caiu em mais uma contradição. Nos seus saudosos tempos de primeiro-ministro, Passos Coelho viu o país sair à rua precisamente contra a mexidas que o ministro Gaspar pretendia introduzir na questão da TSU. Não teve outro remédio que não recuar. Agora, na difícil posição de líder do maior partido da oposição, o mesmo Passos Coelho, no seu habitual registo que mistura catastrofismo com cinzentismo, vem agora dizer não a uma redução da TSU que fará parte do acordo firmado entre o Governo PS e os representantes patronais a troco de um aumento do salário mínimo nacional. O que mudou desde então? Passos Coelho na qualidade de anódino líder da oposição, cheio de fome de poder, vê-se obrigado a apanhar qualquer migalha que lhe caia no colo. Uns dizem que se trata de puro oportunismo político. Eu diria mais: na verdade trata-se de puro desespero político em que já pouco ou nada interessa, nem sequer o mínimo

O show ainda nem começou...

...e já Donald Trump dá sinais claros de pretender seguir o caminho do autoritarismo. A conferência dada pelo Presidente eleito, pouco depois de Obama se ter despedido e horas após se conhecer o conteúdo de um relatório de um ex-espião do MI6 que caiu nas secretas americanas e que alegadamente indicam que a Rússia tem informações comprometedoras sobre o novo Presidente americano, Donald Trump dá um espectáculo próprio de um tirano. Para além de se ter tratado de um exercício de ignorância sobre o que a democracia é, designadamente, com Trump a afirmar que ganhou e ponto final, como se a legitimidade democrática se esgotasse nos resultados eleitorais, Trump ainda hostilizou a comunicação social presente, sobretudo a CNN, depois desta ter sido uma das responsáveis pela divulgação do aludido relatório. Os apoiantes de Trump, qual arruaceiros, vaiaram e expulsaram jornalistas. Com os restantes jornalistas a assistirem impávidos e serenos. RobertReich elaborou uma listagem de caracterís

Adeus Obama

Barack Obama proferiu o seu discurso de despedida relembrando que a democracia "está sob ameaça, uma ameaça que não é de agora mas sim latente, sempre que se toma a democracia como um dado adquirido". O adeus emocionado de Obama é também um momento triste para muitos americanos e para o resto do mundo que sabe que esta despedida implica um novo começo com Donald Trump. Obama concluiu o seu discurso com "yes we can", "yes we did". Até certo ponto. Não há dúvidas que Obama tentou. Tentou no que diz respeito às alterações climáticas; tentou exortar os cidadãos a participarem de forma mais activa na construção da democracia americana (e voltou a exortá-los no discurso de despedida); Obama evitou sucumbir aos pretensos encantos dos mercados - de forma insuficiente, é certo. Nada de substancial mudou. Obama tentou melhorar a vida de muitos americanos - o Obamacare é disso exemplo.  Obama tentou. Mas falhou, sobretudo no que diz respeito aos mecanismos de re

O falhanço da esquerda abre as portas ao populismo

Tal como nos anos 20 e 30 do século passado, o falhanço da esquerda, designadamente da esquerda não comunista, abre as portas ao populismo e até à extrema-direita. Tal como no passado, o descontentamento sente-se órfão: a direita conservadora deu lugar à direita neoliberal que contribuiu para a agudização do capitalismo selvagem e subsequente descontentamento; essa direita, paralelamente alia-se com facilidade a um tecnocentrismo que ninguém compreende, mas que se percebe ser razão de enfraquecimento das democracias. A direita neoliberal, refém do poder económico, marchará para onde esse poder o entender, até para o populismo ou pior, se for caso disso. A esquerda, por sua vez, desdobra-se no socialismo democrático que falha por toda a Europa, demasiado perto da direita neoliberal, demasiado distante das suas origens próximas da social-democracia. Existem poucas excepções: o Partido Socialista de António Costa é uma delas. Até ver. As esquerdas mais à esquerda do socialismo demo

Mário Soares

Morreu uma figura máxima da política portuguesa do século XX. Morreu um dos fundadores do Partido Socialista e um homem que, goste-se ou não, era extraordinário. Morreu um amante da democracia e um dos mais importantes defensores da liberdade. Morreu uma figura central no estabelecimento da democracia, sobretudo nos tempos difíceis subsequentes ao 25 de Abril. Um homem que lutou persistentemente contra o fascismo. Desapareceu um dos maiores obreiros da consolidação da nossa democracia. Devemos-lhe isso. As contradições, os erros e os aspectos menos positivos podem esperar um certo tempo para ser abordados. Agora é tempo de pesar.

Um Presidente, os seus tweets e o que resta da democracia

Ainda não sendo Presidente, Donald Trump, já age como tal, dentro e fora do twitter. Percebe-se desde logo que será precisamente o twitter a plataforma escolhida para interagir com os cidadãos. Uma espécie de ante-câmara onde as opiniões são veiculadas e, quem sabe, os anúncios serão feitos. Não pode haver surpresa nesta escolha de Trump, afinal de contas, este nunca será um Presidente de proximidade, como foi em larga medida Obama - humano, com todas as falhas inerentes; humildade quanto baste; próximo dos cidadãos, o possível. Assim, não admira pois que Trump escolha uma rede social para fazer os seus anúncios e proferir as suas obscenidades. Tal como muitos dos seus apoiantes, as redes sociais são-lhes úteis: é vulgar a mentira, é habitual a ignomínia, é prática comum o ódio que se espalha de forma incontrolável. Trump comportar-se-á como aquele patrão déspota que se julga superior a tudo e a todos; Trump tratará os cidadãos americanos como se fossem os seus empregados. Trump

Palavra do ano: Geringonça

Confesso não ser particularmente adepta de listagens, compilações e estas espécies de concursos, mas lá sucumbo à tentação de comentar a palavra do ano até porque é daquelas que quem proferiu inicialmente teve que assistir ao tiro sair pela culatra. De resto, sempre é melhor "geringonça", mesmo que com a conotação negativa que lhe é implícita, do que "miséria", "austeridade", "cinzentismo" ou "culpabilização" que seriam algumas das melhores palavras para descrever os anos de Passos Coelho como primeiro-ministro. Geringonça, mas funcional, para grande desgosto de Passos Coelho e dos poucos acólitos que lhe restam. Em fim de vida política, Passos Coelho vê assim o ano começar com uma palavra utilizada para menosprezar a solução política encontrada à esquerda, mas que se revelou ser, afinal de contas, funcional - uma geringonça funcional. Lamenta-se ainda assim a utilização claramente abusiva da palavra por parte de uma comunicação soci

Almaraz

Importa reflectir sobre a existência de uma central nuclear obsoleta, a 100 quilómetros da fronteira, que viu o seu prazo de funcionamento ser alargado até 2020 (devia ter sido encerrada em 2010), por decisão do governo espanhol. Existem relatórios do princípio do ano de 2016 que dão conta da inexistência de garantias de um normal funcionamento do sistema de refrigeração da central nuclear de Almaraz. E como se o prolongamento do funcionamento da central não fosse já por si inquietante, o governo espanhol prepara-se para construir um aterro para residuos nucleares na central de Almaraz, o que, como se sabe, levanta todo um novo mundo de inquietações. A decisão aparentemente já foi tomada, sem consultar sequer o governo português que já se manifestou contra a construção desse aterro até porque não foram tidos em linha de conta os impactos transfronteiriços. Tudo indica, pois, que a central está para durar. Importa sublinhar igualmente que, em caso de desastre, para além da poluição

A vergonha dos paraísos fiscais

O ano de 2016 terminou oficialmente. 2017 não começa com particulares expectativas positivas, mas ao invés julga-se que muito piorará e muito ficará na mesma. De uma coisa podemos estar certos: a questão dos paraísos fiscais, mesmo daqueles localizados no seio da prestigiada União Europeia, é para continuar e, segundo um relatório da Oxfam a tributação a grandes empresas muito provavelmente deixará mesmo de existir. No ranking dos 15 maiores paraísos fiscais encontramos proeminentes países como a Holanda, o Luxemburgo, a Irlanda e, claro está, a Suíça, entre outros. Destes, como se sabe, 3 que se estão no topo dos paraísos fiscais encontram-se na UE e na Zona Euro, por onde a austeridade andou a fazer as suas vítimas entre os trabalhadores, enquanto estes paraísos fiscais deram guarida a grandes fortunas, às maiores empresas do mundo e, por muito que diga o contrário, a dinheiro sujo e criminoso. É evidente que enquanto uns não contribuem, há toda uma classe média que o terá de fa

Sobre a prepotência

Israel é dos países mais bem colocados para dar lições sobre prepotência. Dúvidas existissem e as mesmas seriam dissipadas com os mais recentes acontecimentos em torno da construção de novos colonatos em território palestiniano, à revelia, claro está, das Nações Unidas. Ora, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, chegou ao ponto de considerar a resolução das Nações Unidas uma "declaração de guerra", ameaçando directamente países como a Nova Zelândia, autores da proposta que condena a construção de novos colonatos. Escusado será dizer que a construção de novos colonatos em território palestiniano constitui um dos mais significativos óbices à paz na região. Nesse sentido, a própria ONU tem enfatizado a necessidade das autoridades políticas israelitas cessaram quaisquer construções nesses territórios. Recorrendo a verdadeiros exercícios de prepotência, Israel recusa-se e insiste na construção de colonatos. Esta região conhece, há demasiado tempo, mesmo antes de