O pequeno filme do deputado holandês Geert Wilders, colocado na Internet, tem causado uma acentuada polémica que está longe de terminar com as condenações de países muçulmanos, da União Europeia ou da ONU. O filme, intitulado Fitna, trata o Islão de forma acentuadamente preconceituosa e assenta em generalizações abusivas.
Antes de mais, importa fazer a destrinça entre o filme do deputado Holandês de extrema-direita, e as caricaturas dinamarquesas. No caso das caricaturas, a sátira incidia sobre o radicalismo que alimenta o terrorismo, enquanto que o filme Fitna trata o assunto do Islão, generalizando, indiscriminadamente, a violência e o ódio como característica intrínseca do Islão. A crítica que se pode fazer ao filme prende-se precisamente com a generalização abusiva com que se trata um assunto que merece, não obstante os focos de radicalismo, um tratamento mais fidedigno. Ora, pretende-se apenas fazer a apologia do anti-islamismo com recurso ao populismo mais desregrado.
Vivemos em sociedades onde impera a liberdade de expressão, mas essa liberdade não justifica que tudo seja aceite de ânimo leve. E é precisamente por vivermos em sociedades onde a liberdade de expressão impera, que críticas ao filme podem ser feitas. Parece claro que uma proibição do filme, embora o mesmo contenha ideias preconcebidas e extrapolações desnecessárias, não seria a melhor solução. Todavia, as consequências que a proliferação do filme pode desencadear, designadamente com recurso à violência, poderiam sustentar a tese que postula a não divulgação do filme. Aliás, é óbvio que as reacções poderão não ficar apenas pelas meras condenações.
A generalização abusiva que propala a ideia de que o Islão é todo igual, fonte de ódio e de violência, é manifestamente errada e revela um desconhecimento da realidade em questão. Não se pode extrapolar o radicalismo que fundamenta o terrorismo islamista para uma realidade mais abrangente. E se se pretende combater a clivagem entre o mundo ocidental e o mundo islâmico, deve-se ter presente que o Islão moderado existe e tem de ser um aliado na guerra contra o terrorismo. Ora, o filme do deputado Holandês mais não faz do que explorar a ideia errada de que se trata de uma realidade intrinsecamente violenta, esquecendo as correntes mais moderadas do Islão.
O desenhador de uma das caricaturas dinamarquesas criticou severamente o filme, insurgindo-se mesmo contra a utilização de uma das suas caricaturas no filme. Este desenhador alega que a sua crítica era precisamente ao terrorismo e não ao Islão – e é isto que falha no filme do deputado holandês. Um erro deliberado cujas consequências podem estar longe de um fim.
Antes de mais, importa fazer a destrinça entre o filme do deputado Holandês de extrema-direita, e as caricaturas dinamarquesas. No caso das caricaturas, a sátira incidia sobre o radicalismo que alimenta o terrorismo, enquanto que o filme Fitna trata o assunto do Islão, generalizando, indiscriminadamente, a violência e o ódio como característica intrínseca do Islão. A crítica que se pode fazer ao filme prende-se precisamente com a generalização abusiva com que se trata um assunto que merece, não obstante os focos de radicalismo, um tratamento mais fidedigno. Ora, pretende-se apenas fazer a apologia do anti-islamismo com recurso ao populismo mais desregrado.
Vivemos em sociedades onde impera a liberdade de expressão, mas essa liberdade não justifica que tudo seja aceite de ânimo leve. E é precisamente por vivermos em sociedades onde a liberdade de expressão impera, que críticas ao filme podem ser feitas. Parece claro que uma proibição do filme, embora o mesmo contenha ideias preconcebidas e extrapolações desnecessárias, não seria a melhor solução. Todavia, as consequências que a proliferação do filme pode desencadear, designadamente com recurso à violência, poderiam sustentar a tese que postula a não divulgação do filme. Aliás, é óbvio que as reacções poderão não ficar apenas pelas meras condenações.
A generalização abusiva que propala a ideia de que o Islão é todo igual, fonte de ódio e de violência, é manifestamente errada e revela um desconhecimento da realidade em questão. Não se pode extrapolar o radicalismo que fundamenta o terrorismo islamista para uma realidade mais abrangente. E se se pretende combater a clivagem entre o mundo ocidental e o mundo islâmico, deve-se ter presente que o Islão moderado existe e tem de ser um aliado na guerra contra o terrorismo. Ora, o filme do deputado Holandês mais não faz do que explorar a ideia errada de que se trata de uma realidade intrinsecamente violenta, esquecendo as correntes mais moderadas do Islão.
O desenhador de uma das caricaturas dinamarquesas criticou severamente o filme, insurgindo-se mesmo contra a utilização de uma das suas caricaturas no filme. Este desenhador alega que a sua crítica era precisamente ao terrorismo e não ao Islão – e é isto que falha no filme do deputado holandês. Um erro deliberado cujas consequências podem estar longe de um fim.
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