Trata-se do ano do massacre de pelo menos dois mil judeus em Lisboa. Na cidade de Lisboa, foi erigido um memorial, ou melhor três memoriais, a lembrar o horrível massacre de 1506. A Câmara Municipal de Lisboa associou-se a este gesto, propondo um memorial que sublinha o carácter “cosmopolita”, “multiétnico” e “multicultural” da cidade. E a Igreja Católica portuguesa é igualmente responsável pela proposta de um outro memorial com um pedido de perdão.
Estas iniciativas vêm relembrar um período negro da nossa História, que teve o seu momento mais ignominioso em 1506, mas que não esconde um caminho que começa com D. João II que autoriza a vinda de judeus expulsos pela coroa espanhola, mas a troco de um elevado pagamento, o que contribuiu para o empobrecimento e para o sofrimento destes judeus perseguidos e expulsos pela coroa espanhola.
Num outro momento, o mesmo monarca retira centenas de crianças aos seus pais judeus, enviando-as para São Tomé, onde muitas pereceram. É com D. Manuel I que se inicia o processo de conversão forçada de milhares de judeus, em 1497, que passaram a ser designados por cristãos-novos.
Mas é em 1506 que Lisboa enlouquece, alegadamente devido à peste e aos longos períodos de seca, e que se assiste a um massacre sem precedentes na História da cidade. Estima-se que entre dois mil a quatro mil judeus tenham sido vítimas desta atrocidade. As torturas, as violações e a morte de milhares de judeus foram o resultado dos actos hediondos de cristãos enraivecidos. O Rossio foi palco de atrocidades inimagináveis.
De um modo geral, Portugal era considerado um país tolerante para com o povo judeu. Relembre-se que muitos países europeus, de que Espanha é apenas um exemplo, foram responsáveis por sucessivas perseguições a um povo que se viu despido da sua própria identidade, em particular aquando das conversões forçadas, resultando na impossibilidade de praticarem os seus ritos religiosos, respeitarem e darem continuidade às suas tradições e costumes, confinados, na melhor das hipóteses a judiarias – como foi prática em Portugal. E acaba por ser a Inquisição a responsável pelo quase total abandono dos chamados cristãos-novos do nosso país.
Muitos consideram este período como tendo consequências incomensuravelmente negativas para o nosso país. O abandono desta comunidade privou o país de pessoas com características determinantes para o nosso desenvolvimento. Os países que acolheram os chamados cristãos-novos acabaram por beneficiar da loucura, ignorância e obscurantismo que caracterizou um período negro da nossa História.
Ontem foi relembrado o massacre de um passado histórico que importa não esquecer, evocando a necessidade de tolerância entre religiões, em particular numa altura em que essa tolerância é, amiúde, esquecida. A cidade de Lisboa e a Igreja Católica merecem elogios por se terem associado e empenhado em mostrar que a tolerância não é uma palavra vã.
Estas iniciativas vêm relembrar um período negro da nossa História, que teve o seu momento mais ignominioso em 1506, mas que não esconde um caminho que começa com D. João II que autoriza a vinda de judeus expulsos pela coroa espanhola, mas a troco de um elevado pagamento, o que contribuiu para o empobrecimento e para o sofrimento destes judeus perseguidos e expulsos pela coroa espanhola.
Num outro momento, o mesmo monarca retira centenas de crianças aos seus pais judeus, enviando-as para São Tomé, onde muitas pereceram. É com D. Manuel I que se inicia o processo de conversão forçada de milhares de judeus, em 1497, que passaram a ser designados por cristãos-novos.
Mas é em 1506 que Lisboa enlouquece, alegadamente devido à peste e aos longos períodos de seca, e que se assiste a um massacre sem precedentes na História da cidade. Estima-se que entre dois mil a quatro mil judeus tenham sido vítimas desta atrocidade. As torturas, as violações e a morte de milhares de judeus foram o resultado dos actos hediondos de cristãos enraivecidos. O Rossio foi palco de atrocidades inimagináveis.
De um modo geral, Portugal era considerado um país tolerante para com o povo judeu. Relembre-se que muitos países europeus, de que Espanha é apenas um exemplo, foram responsáveis por sucessivas perseguições a um povo que se viu despido da sua própria identidade, em particular aquando das conversões forçadas, resultando na impossibilidade de praticarem os seus ritos religiosos, respeitarem e darem continuidade às suas tradições e costumes, confinados, na melhor das hipóteses a judiarias – como foi prática em Portugal. E acaba por ser a Inquisição a responsável pelo quase total abandono dos chamados cristãos-novos do nosso país.
Muitos consideram este período como tendo consequências incomensuravelmente negativas para o nosso país. O abandono desta comunidade privou o país de pessoas com características determinantes para o nosso desenvolvimento. Os países que acolheram os chamados cristãos-novos acabaram por beneficiar da loucura, ignorância e obscurantismo que caracterizou um período negro da nossa História.
Ontem foi relembrado o massacre de um passado histórico que importa não esquecer, evocando a necessidade de tolerância entre religiões, em particular numa altura em que essa tolerância é, amiúde, esquecida. A cidade de Lisboa e a Igreja Católica merecem elogios por se terem associado e empenhado em mostrar que a tolerância não é uma palavra vã.
Comentários