Ontem foi entregue, na Assembleia da República, uma petição de 11 mil assinaturas cujo objectivo é persuadir os deputados no sentido de condenarem a violência no Tibete, a supressão da liberdade religiosa e o desrespeito pelos direitos humanos. O PCP justifica o seu voto contra com o facto de se estar reiteradamente a “deturpar a situação no Tibete”, criticando ainda os que “põem em causa a integridade territorial da China”.
Ora, o PCP dá novamente sinais da sua já tradicional hipocrisia. Não se pode ser, simultaneamente, arauto das liberdades e da democracia – como o PCP advoga ser – e não condenar a infâmia do regime Chinês, em relação ao Tibete. É nestes contextos que o PCP mostra a sua verdadeira natureza. Não obstante as atrocidades que são cometidas no Tibete pelo regime chinês – um regime claramente totalitário e nada apologista das liberdades individuais –, o PCP continua a ver o filme ao contrário. É claro que se trata de solidariedade ideológica; poucos, no PCP, conseguem esconder a admiração que ainda sentem pela China do partido único, comunista, chinês. Mas a verdade é que essa solidariedade ideológica, assente em premissas caducas, não é consentânea com um discurso – para consumo interno – que apregoa as liberdades.
Recorde-se que o Tibete, região autónoma, mas pouco, da China, é o palco de um cerceamento das liberdades individuais e de um estrangulamento da cultura e religião tibetanas. O povo do Tibete, que se tem insurgindo nas últimas semanas, aproveitando a visibilidade concedida à China consequência deste país ser anfitrião dos Jogos Olímpicos, tem de viver sob o jugo de um regime totalitário que tem asfixiado o povo do Tibete. A China tenta a todo o custo conter o descontentamento de um povo que vive injustamente num contexto que lhe é hostil e estranho. Para tal, a China utiliza a forma tradicional de lidar com a contestação, ou seja, através da força. A dissimulação mais insidiosa do regime chinês revela-se, em todo o seu esplendor, através da coarctação da liberdade de imprensa.
É com este pano de fundo que o PCP apresenta os seus argumentos contra uma petição cujo objectivo é condenar o que se está a passar, e tem vindo a passar ao longo das últimas cinco décadas, no Tibete. O Partido Comunista Português acha, portanto, aceitável que as torturas, as prisões arbitrárias, a inexistência de liberdades e a opressão continuem a existir no Tibete. Afinal, Cuba nunca primou pelo respeito pelas liberdades, e isso nunca impediu que o PCP continuasse a apoiar o regime de Castro.
Seria profícuo que os responsáveis do PCP explicassem em que medida é que é a situação do Tibete tem sido deturpada, e de que forma é que isso invalida e apaga todas as atrocidades que foram cometidas no chamado “Tecto do Mundo” e que ainda hoje são práticas correntes. Não é coerente criticar-se, com toda a veemência, o malfadado império americano que recorreu a práticas de tortura a alegados terroristas e ao cerceamento de algumas liberdades individuais, e depois silenciar ou anuir com o que se passa no Tibete. Seria igualmente de uma enorme proficuidade que o PCP esclarecesse de uma vez por todas a sua posição relativamente à Coreia do Norte – sem recurso a subterfúgios. Ou talvez isso nem sequer seja necessário.
É lamentável que se apregoe as liberdades e as virtudes da democracia para consumo interno, mas isso não se aplique a outros povos que são vítimas de um regime totalitário e abjecto que não abdica do Tibete, ou lhe concede uma verdadeira autonomia. Afinal de contas, os tibetanos não são os únicos a sentirem um enorme descontentamento em relação ao regime chinês, no território chinês.
Já aqui, neste blogue, se criticou a cobardia do Governo português, aquando da visita do Dalai Lama a Portugal; mas mais grave do que a cobardia dos responsáveis governativos portugueses, é a posição ignominiosa de um partido caduco que parece apoiar, incondicionalmente, um regime totalitário e desrespeitador dos direitos humanos.
Ora, o PCP dá novamente sinais da sua já tradicional hipocrisia. Não se pode ser, simultaneamente, arauto das liberdades e da democracia – como o PCP advoga ser – e não condenar a infâmia do regime Chinês, em relação ao Tibete. É nestes contextos que o PCP mostra a sua verdadeira natureza. Não obstante as atrocidades que são cometidas no Tibete pelo regime chinês – um regime claramente totalitário e nada apologista das liberdades individuais –, o PCP continua a ver o filme ao contrário. É claro que se trata de solidariedade ideológica; poucos, no PCP, conseguem esconder a admiração que ainda sentem pela China do partido único, comunista, chinês. Mas a verdade é que essa solidariedade ideológica, assente em premissas caducas, não é consentânea com um discurso – para consumo interno – que apregoa as liberdades.
Recorde-se que o Tibete, região autónoma, mas pouco, da China, é o palco de um cerceamento das liberdades individuais e de um estrangulamento da cultura e religião tibetanas. O povo do Tibete, que se tem insurgindo nas últimas semanas, aproveitando a visibilidade concedida à China consequência deste país ser anfitrião dos Jogos Olímpicos, tem de viver sob o jugo de um regime totalitário que tem asfixiado o povo do Tibete. A China tenta a todo o custo conter o descontentamento de um povo que vive injustamente num contexto que lhe é hostil e estranho. Para tal, a China utiliza a forma tradicional de lidar com a contestação, ou seja, através da força. A dissimulação mais insidiosa do regime chinês revela-se, em todo o seu esplendor, através da coarctação da liberdade de imprensa.
É com este pano de fundo que o PCP apresenta os seus argumentos contra uma petição cujo objectivo é condenar o que se está a passar, e tem vindo a passar ao longo das últimas cinco décadas, no Tibete. O Partido Comunista Português acha, portanto, aceitável que as torturas, as prisões arbitrárias, a inexistência de liberdades e a opressão continuem a existir no Tibete. Afinal, Cuba nunca primou pelo respeito pelas liberdades, e isso nunca impediu que o PCP continuasse a apoiar o regime de Castro.
Seria profícuo que os responsáveis do PCP explicassem em que medida é que é a situação do Tibete tem sido deturpada, e de que forma é que isso invalida e apaga todas as atrocidades que foram cometidas no chamado “Tecto do Mundo” e que ainda hoje são práticas correntes. Não é coerente criticar-se, com toda a veemência, o malfadado império americano que recorreu a práticas de tortura a alegados terroristas e ao cerceamento de algumas liberdades individuais, e depois silenciar ou anuir com o que se passa no Tibete. Seria igualmente de uma enorme proficuidade que o PCP esclarecesse de uma vez por todas a sua posição relativamente à Coreia do Norte – sem recurso a subterfúgios. Ou talvez isso nem sequer seja necessário.
É lamentável que se apregoe as liberdades e as virtudes da democracia para consumo interno, mas isso não se aplique a outros povos que são vítimas de um regime totalitário e abjecto que não abdica do Tibete, ou lhe concede uma verdadeira autonomia. Afinal de contas, os tibetanos não são os únicos a sentirem um enorme descontentamento em relação ao regime chinês, no território chinês.
Já aqui, neste blogue, se criticou a cobardia do Governo português, aquando da visita do Dalai Lama a Portugal; mas mais grave do que a cobardia dos responsáveis governativos portugueses, é a posição ignominiosa de um partido caduco que parece apoiar, incondicionalmente, um regime totalitário e desrespeitador dos direitos humanos.
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