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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2011

Cortes na despesa

O Governo prepara-se para efectuar cortes na despesa pública. O peso do Estado na economia é demasiado pesado, dizem-nos. Resta saber que parte da despesa pública vai sofrer os cortes. É evidente que o Estado não pode continuar a gastar - permanentemente - acima das suas reais possibilidades. O défice tem de ser combatido, embora o timing desse combate seja duvidoso e a própria directora-geral do FMI tenha alertado para os perigos dos cortes na despesa pública. E é igualmente evidente que o Estado português pode fazer cortes sem tocar nas suas funções sociais, mantendo o Estado Social intacto e consolidado. Só esta frase fará muitos dos nossos concidadãos espumar de raiva. A reestruturação das dívidas relacionadas com as parcerias público-privadas, os cortes nas empresas públicas, nos luxos, nos vícios, na partidocracia, no pagamento milionário a empresas consultoras, as negociatas com empresas privadas para a prestação de serviços públicos e que lesam o Estado em muitos

Imposto sobre os ricos

A celeuma em torno da possibilidade de se pedir aos mais ricos um esforço extraordinário não cessa de alimentar páginas de jornais. Aparentemente, a questão não será assim tão simples, a julgar pelas afirmações de alguns entendidos na matéria. Fala-se no risco de fuga de capitais, embora o imposto, a acontecer, tivesse cariz temporário e extraordinário. Advoga-se que o Estado não iria arrecadar muito dinheiro com esse imposto, apesar de nem sempre o Estado conseguir arrecadar receita substancial com a suas medidas; senão veja-se a receita proveniente do imposto extra sobre os pensionistas cujas pensões ultrapassem os 1500 euros. As declarações do homem mais rico do país, Américo Amorim, apenas vieram inflamar a discussão. De um modo geral, é difícil compreender tanta celeuma em volta de uma questão que nem se quer deveria suscitar tanta inquietação. Quem tem mais, deve contribuir mais para o esforço colectivo. Compreende-se isso sim, a discussão em torno de uma possível

Democracia na Madeira

Uns defendem-na, outros nem tanto, para muitos a democracia e as liberdades que lhe são associadas pouca ou nenhuma diferença fazem. Alguns vivem sob o seu sistema, apesar de em nada contribuírem para o seu fortalecimento, procurando amiúde enfraquece-la. É assim na região autónoma da Madeira. Manuela Ferreira Leite, por altura da liderança do PSD, chegou mesmo a afirmar que a Madeira era um exemplo de democracia. Por aí se percebe a confusão que ia naquela cabeça, isto no melhor dos cenários; no pior, a então líder do partido pretendia convencer-nos de naquela região existe um Presidente que faz da Madeira uma exemplo de democracia. Alberto João Jardim já mostrou por diversas vezes que dificilmente consegue ter uma vivência saudável no sistema democrático. O Jornal da Região serve de plataforma para a exibição dos seus tiques autoritários e a sua relação com os jornalistas é boçal. Trata-se da mesma pessoa que clama por independência quando na realidade é totalmente depe

Europa à deriva

A pressão em torno da dívida italiana e espanhola leva a Europa novamente a não se entender. Ontem, Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia chamava a atenção para a necessidade de se aumentar o fundo de resgate da Zona Euro, mas acabou por ser chamado à atenção pela Alemanha, na pessoa do ministro das Finanças alemão. O problema italiano parece ser mais grave do que o espanhol. A dívida italiana é incomensurável e escalada dos juros torna-se rapidamente insustentável. Uma possível queda de um país como a Itália terá consequências desastrosas para a Europa. Ao que tudo indica, ninguém parece particularmente preocupado com essa possibilidade, a começar pela Alemanha que insiste que tudo se resolverá quando as medidas decidas na última cimeira entrarem em vigor. Não sei se é esperança, ingenuidade ou outra coisa qualquer. Seja como for, o problema italiano e até certo ponto o espanhol mostram novamente que, por um lado, os mercados, independentemente das medidas de au

Itália e Espanha

Itália e Espanha voltam a ver os juros das suas obrigações subirem para os seis por cento. Se a pressão dos mercados continuar a assombrar estes países, dificilmente estes países poderão continuar a financiar-se nos mercados. O problema é essencialmente europeu. Afinal de contas, os problemas financeiros de países como Itália ou Espanha não são os mesmos de países como a Grécia ou Portugal. A dívida italiana é o dobro da dívida portuguesa, irlandesa e grega juntas. Por outro lado, não se percebe muito bem que mecanismos é que existem para socorrer países com dívidas tão elevadas. O Fundo de Europeu de Estabilização não será suficiente e a venda de títulos entre países da zona Euro está longe de ser uma realidade, com a Alemanha a defender que deve ser um instrumento de excepção e esporádico. Ora, nestas circunstâncias o Euro poderá muito bem entrar em colapso. Resta saber o que é que a relutante Alemanha pensará disso. Entretanto, continua a obsessão com a austeridade, mesmo

Voltas e reviravoltas

Desde 2007 que escrevo neste blogue. As críticas ao sistema financeiro global sempre foram uma constante, a par das críticas à governação de José Sócrates. 2007 coincide também com a eclosão da mais grave crise das últimas décadas, crise que só foi possível graças à crença desmesurada na eficiência dos mercados e na sua auto-regulação; crise que só foi possível graças à complacência do poder político e sua subjugação ao poder económico. Relativamente a José Sócrates sempre se criticou a existência de um clima democrático pouco saudável e a insistência num modelo de desenvolvimento obsoleto. Depois do ímpeto reformista, o Governo de Sócrates foi afrouxando nas reformas essenciais essenciais para uma contribuição para a implementação de um novo modelo económico. A Justiça andou pelas ruas da amargura, a burocracia continuou a fazer o seu caminho e a escolha de grandes obras públicas como forma de investimento sempre foi discutível. Pessoalmente teria preferido um investiment

Venda do BPN

A venda do BPN levanta inúmeras dúvidas, a única certeza prende-se com o prejuízo esse sim colossal assumido inteiramente pelo contribuinte português. A história foi desde logo curiosa. Então não é que os arautos da eficiência inabalável dos mercados a par da sua autoregulação foram os primeiros a vir clamar pela nacionalização do banco? Em bom rigor, estes últimos quatro anos foram pródigos em situações curiosas, situações em que um suposto pragmatismo se substituiu à ideologia dominante. O que antes era considerado um anátema - as nacionalizações por exemplo -, passou rapidamente a ser um mal necessário. Agora vendeu-se o BPN ao BIC de capitais angolanos. O negócio terá sido interessante para o BIC e mais um negócio desastroso para o contribuinte português que anda ocupado a fazer contas à vida quer com o aumento generalizado do custo de vida, quer com o aumento indecente dos transportes, quer com as penalizações fiscais que terão um impacto assinalável lá para o final d

O regresso da boçalidade

A prestação ontem do Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, constitui um regresso à boçalidade. Desde a ofensa gratuita aos partidos da oposição, passando pela recusa em aceitar uma crítica e a incapacidade de a rebater, e a culminar com o gesto obsceno para os jornalistas, a política na Madeira é de baixíssimo nível e o principal responsável é o Presidente do Governo Regional da Madeira. O espírito democrático há muito que deixou de pairar sobre a Madeira e as reacções de Alberto João Jardim parecem não surpreender ninguém. Porém, a sua reacção às críticas de Paulo Portas deram o mote a um regresso ao estilo boçal e pouco consonante com a vida democrática. Alberto João Jardim tem contado com a complacência dos vários Presidentes do Partido Social Democrata e até com Presidentes da República. Recorde-se a presença da anterior Presidente do PSD na Madeira e as suas afirmações que postulavam que aquele era um modelo de democracia. De resto, esta mesm