A educação e cultura devem ser indissociáveis, mas não é tanto isso que ocorre em Portugal. A cultura está a cargo de um ministério que mais não faz do que distribuir subsídio – esse parece ser, de facto, a grande finalidade do Ministério da Cultura. A promoção da cultura, incorporada no mesmo ministério, raramente é enquadrada no contexto escolar.
É fundamental inverter-se o rumo das políticas educativas que desprezam a cultura. Aliás, os países que conheceram os maiores índices de desenvolvimento, onde se verificam uma maior igualdade e coesão sociais, são precisamente aqueles que não dissociaram a cultura da educação.
Em Portugal, a cultura é vista como uma mania das elites, consubstanciada na execução de políticas de atribuição de subsídios – e mais não é do que isto. Não há uma verdadeira promoção da cultura, nem tão-pouco se pretende levar a cultura, nas suas várias formas, para a escola.
Hoje a preocupação, em matéria de educação, ficou refém do caso da indisciplina na Escola Carolina Michaelis. A divulgação do polémico vídeo na Internet acabou por redundar numa discussão sobre causas e consequências da indisciplina nas escolas. Não se retira qualquer importância à discussão sobre a indisciplina nas escolas; pelo contrário, a sua pertinência é inquestionável. Lamenta-se apenas que não se procurem soluções, no âmbito de cada escola, ao invés de se repetir incessantemente as mesmas linhas de argumentação, que oscilam por regra entre a condenação do “eduquês” e pela clamação por um regresso da autoridade. Espera-se que o assunto conheça um desfecho e que se aproveite a oportunidade para se discutir a própria filosofia da escola. Contudo, seria profícuo que o ministério da Educação adoptasse uma postura mais próxima das necessidades reais dos principais actores educativos, em vez de procurar desvalorizar os acontecimentos recentes, relacionados com a violência nas escolas.
Importa, pois, que se volte a falar da filosofia da escola, uma filosofia impregnada de uma permissividade castradora e da não valorização da cultura. A cultura, por sua vez, não pode continuar presa a um ministério cuja existência se justifica pela mera atribuição de subsídios e por protocolos vazios de significado.
A forma despicienda como se olha para a cultura, e a não percepção da importância da mesma no contexto escolar, condenam a educação a um falhanço inexorável. Similarmente, a escola falha na formação de cidadãos plenos e preparados para um mundo cada vez mais complexo e exigente. Neste particular, a acção governativa do actual Executivo mais não faz do que agravar o fracasso da educação, designadamente quando contribui indelevelmente para a existência de um país pequeno, pobre de ideias, e de uma estreiteza de espírito absolutamente assustadora.
É fundamental inverter-se o rumo das políticas educativas que desprezam a cultura. Aliás, os países que conheceram os maiores índices de desenvolvimento, onde se verificam uma maior igualdade e coesão sociais, são precisamente aqueles que não dissociaram a cultura da educação.
Em Portugal, a cultura é vista como uma mania das elites, consubstanciada na execução de políticas de atribuição de subsídios – e mais não é do que isto. Não há uma verdadeira promoção da cultura, nem tão-pouco se pretende levar a cultura, nas suas várias formas, para a escola.
Hoje a preocupação, em matéria de educação, ficou refém do caso da indisciplina na Escola Carolina Michaelis. A divulgação do polémico vídeo na Internet acabou por redundar numa discussão sobre causas e consequências da indisciplina nas escolas. Não se retira qualquer importância à discussão sobre a indisciplina nas escolas; pelo contrário, a sua pertinência é inquestionável. Lamenta-se apenas que não se procurem soluções, no âmbito de cada escola, ao invés de se repetir incessantemente as mesmas linhas de argumentação, que oscilam por regra entre a condenação do “eduquês” e pela clamação por um regresso da autoridade. Espera-se que o assunto conheça um desfecho e que se aproveite a oportunidade para se discutir a própria filosofia da escola. Contudo, seria profícuo que o ministério da Educação adoptasse uma postura mais próxima das necessidades reais dos principais actores educativos, em vez de procurar desvalorizar os acontecimentos recentes, relacionados com a violência nas escolas.
Importa, pois, que se volte a falar da filosofia da escola, uma filosofia impregnada de uma permissividade castradora e da não valorização da cultura. A cultura, por sua vez, não pode continuar presa a um ministério cuja existência se justifica pela mera atribuição de subsídios e por protocolos vazios de significado.
A forma despicienda como se olha para a cultura, e a não percepção da importância da mesma no contexto escolar, condenam a educação a um falhanço inexorável. Similarmente, a escola falha na formação de cidadãos plenos e preparados para um mundo cada vez mais complexo e exigente. Neste particular, a acção governativa do actual Executivo mais não faz do que agravar o fracasso da educação, designadamente quando contribui indelevelmente para a existência de um país pequeno, pobre de ideias, e de uma estreiteza de espírito absolutamente assustadora.
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