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A mostrar mensagens de março, 2020

Quando se escolhe o pior

EUA e Brasil escolheram para as suas lideranças quem estava muito longe de alguma vez ter demonstrado ter capacidade para liderar um país. EUA e Brasil, contrariamente ao que se esperaria, não escolheram os melhores, mas sim os piores entre os piores.  Zangados, desinformados e teimosos optaram pela pior das soluções, tendo noção ou não de que estavam a fazer essas péssimas escolhas, o facto é que chegou a hora de pagar a factura e, infelizmente, todos, sem excepção, serão chamados a pagá-la. Donald Trump primeiro desvalorizou o vírus, falando mesmo em embuste, agora o vírus ataca sem contemplações os EUA e poderá mesmo custar-lhe a reeleição. Agora, perante todas as evidências, Trump não desvaloriza, mas assusta-se não com a perda de vidas, mas sim, e exclusivamente, com as perdas no PIB. Pior ainda é Bolsonaro. Pior do que um idiota é um idiota com poder. O tamanho da irresponsabilidade de Bolsonaro ainda está por avaliar, mas esboça-se já o pior dos cenários. O Presidente bra

Um elogio a António Costa

Se as diferenças entre o actual primeiro-ministro, António Costa, e o anterior, Pedro Passos Coelho, eram mais do que evidentes, a intervenção de Costa no final do último Conselho Europeu torna tudo ainda mais evidente e é digna do maior dos elogios. As palavras do primeiro-ministro, livres daquela bajulação tão querida ao anterior governo, limpa de culpa e sobretudo determinada, coloca o actual primeiro-ministro num patamar incomensuravelmente superior. Sabe-se que países como a Alemanha, os Países Baixos, a Finlândia e a Áustria continuam empenhados em destruir o que resta do projecto europeu. Mas nesta conjuntura que estamos a viver, uma das mais difíceis da história da Europa, insistir na fomentação da desconfiança e da culpa, colocando entraves a ajudas tão necessitadas, é um exercício irresponsável e que será fatal para a própria UE. Sem hesitação António Costa considerou a exigência do ministro das Finanças holandês para que Espanha seja investigada na sua capacidade orça

Depois desta tempestade não virá a bonança

Depois de ultrapassarmos e vencermos o vírus, o que nos espera? O que fazer perante o desastre económico que nos espera? Um desastre que fará exactamente as mesmas vítimas que todos os outros desastres económicos: os trabalhadores, os pobres, os vulneráveis onde se inclui cada vez mais gente, mesmo no mundo Ocidental. Estará esta UE, que mais uma vez falhou clamorosamente na prevenção e gestão desta crise, privilegiando sempre os grandes interesses económicos em detrimento da saúde dos seus cidadãos, na disposição de mudar radicalmente as suas políticas económicas? Se este é um teste a todos nós, é sobretudo o grande teste a uma UE que até agora apenas fez aquilo que sempre fez muito bem: falhar em toda a linha. As respostas a esta crise, que estão longe de serem nacionais, serão sempre parcas, sendo igualmente certo que depois da tempestade não virá qualquer espécie de bonança. Dê lá por onde der, acabe isto quando acabar, o certo é que todos temos de reaprender o conceito de s

Marcelo à procura de relevância

Depois do falhanço inexorável como líder, Marcelo Rebelo de Sousa fez um verdadeiro sprint atrás do prejuízo com um discurso cujo objectivo seria o anúncio de um Estado de Emergência, mas que redundou em algo mais: numa ridícula ideia de superioridade com a manifestação de uma ideia de que por termos "nascido muito antes de outros" somos mais resistentes. Vale tudo para recuperar a relevância perdida e os velhos hábitos e decrépitas ideias ficam demasiado tempo connosco. Nesta sua busca por relevância, entretanto perdida entre beijinhos, abraços e selfies proibidas, e por entre quarentenas precoces e sem fundamentação, o Presidente aposta tudo num estado de emergência que tem como objectivo primeiro (re)construir a imagem de líder. De resto, tem sido o primeiro-ministro a mostrar o que é isso de se ser líder, desde a primeira hora, mas sobretudo durante a quarentena do Presidente. Resta agora a Marcelo correr atrás do prejuízo porque na verdade a reeleição, só por si

O falhanço de Marcelo

Foi preciso uma situação particularmente grave para vislumbrarmos o verdadeiro Marcelo Rebelo de Sousa, muito para além da postura bacoca, e agora inviável, dos beijinhos e das "selfies". Perante uma crise sem precedentes, Marcelo mostrou não saber ser líder.  Primeiro a quarentena, prematura e sem sentido, agora vendida como tendo como objectivo primeiro e talvez único o exemplo a dar a todos os portugueses; depois o enchimento dos dias com a vacuidade da rotina do Presidente; e, finalmente, com uma declaração, via internet, sem qualidade, como se estivesse encolhido num bunker, apenas para dar conta das suas intenções, quando este é um tempo de decisões e não de intenções. Perante esta crise, o falhanço de Marcelo está apenas no princípio. Ninguém espera que o Presidente apresente soluções milagrosas ou que sugira/adopte para além das suas competências. Porém, espera-se que o Presidente mostre as suas capacidades de liderança, o que não aconteceu. De facto, é fácil d

Trump: a caminho da reeleição

Depois dos bons resultados alcançados em alguns Estados americanos, Bernie Sanders, o candidato social-democrata à moda da Escandinávia do partido Democrata, sofreu o esperado revês na chamada "super terça-feira" das eleições primárias. Escassos dias antes, os dois candidatos do "centro" desistiram a favor de Biden, o candidato do "establishment" Embora Sanders ainda não tenha sido derrotado, Biden surge como o agregador de votos do "centro" contra o "perigoso socialista" Bernie Sanders. O problema está na mais do que evidente tibieza de Biden: passado incómodo, sobretudo antes de Obama, desprovido de carisma e pouco apelativa aos olhos de muito democratas e não só, lembrando em tudo o que se passou em 2016 com Hillary Clinton. O Partido Democrata parece mais interessado em derrotar Bernie Sanders do que em vencer Donald Trump. Em rigor, já tanto faz como fez pelo menos na perspectiva da plutocracia cujo poder tem vindo a minar