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A mostrar mensagens de junho, 2009

O fim da crise

O ministro das Finanças considera que os últimos dados do INE permitem concluir que a crise está mais próxima do fim. Segundo o INE , a confiança dos consumidores está em crescimento. Com estes dados, o Governo pretende dar um sinal positivo aos agentes económicos e capitalizar alguns ganhos para as eleições que se aproximam. A generalidade das opiniões confluem no mesmo sentido, salientando o excesso de confiança de Teixeira dos Santos, o carácter prematuro das suas afirmações e o facto deste Governo já ter vindo anunciar, extemporaneamente, através do ministro da Economia Manuel Pinho precisamente o fim da crise. Esta crise que começou no sector financeiro e contaminou as economias reais há-de, seguramente, chegar a um fim. Todavia, a economia portuguesa já se encontrava em algumas dificuldades há quase uma década, e tudo indica que após o fim da crise internacional, Portugal ainda terá que combater a crise da sua economia. Aliás, um dos elementos centrais da campanha eleitoral para

Golpe de Estado nas Honduras

A notícia de um golpe de Estado nas Honduras faz-nos embarcar numa viagem aos tempos idos da guerra-fria em que os golpes de Estado na América Central e na América do sul proliferavam com o apoio das grandes potências. Hoje a situação é radicalmente diferente e constata-se mesmo que as condenações à forma como o Presidente hondurenho, Manuel Zelaya , foi retirado de funções são comuns a toda a comunidade internacional. De facto, a forma como o Presidente foi deposto remete-nos para outros tempos. De um modo geral, o golpe de Estado foi perpetrado pelos militares com o claro apoio do parlamento e do Supremo Tribunal e subiu ao poder um Presidente interino, Roberto Michelleti. A origem da deposição do presidente hondurenho estará relacionada com a intenção de Zelaya alterar a constituição, através de um referendo, de modo a permanecer no poder durante mais um mandato - essa intenção do Presidente das Honduras desencadeou a sua deposição e expulsão do país. Ora, a oposição ao PresidenteZ

Primeiro-ministro em dificuldades

José Sócrates tem vindo a atravessar o período mais difícil da legislatura. Desde o caso "Freeport" até à derrota nas eleições europeias, o primeiro-ministro nunca tinha vivido tempos tão conturbados. Em sentido oposto, a líder do PSD surge mais confiante, com um discurso mais consolidado e recorrendo a ataques mais frequentes às negociatas do primeiro-ministro. A prova do enfraquecimento notório de José Sócrates foi o seu último debate no Parlamento, onde o primeiro-ministro visivelmente irritado e apanhado surpreendido, foi incapaz de esconder a sua irascibilidade. A resposta do primeiro-ministro à interpelação do deputado doCDS /PP Diogo Feio foi elucidativa: quando se tocou no assunto TVI, o primeiro-ministro esteve prestes a perder a cabeça e acabou por falar demais. A derrota do PS nas últimas eleições representam a verdadeira adversidade do Governo e demonstra que o Executivo de José Sócrates perde o norte quando surgem adversidades. Depois de uma tentativa de mudar de

A morte que abalou o regime

O brutal assassínio de uma jovem iraniana de nome Neda Agha-Soltan numa manifestação contra as irregularidades das eleições iranianas, filmado por um telemóvel, abalou o regime. A verdade é que as manifestações têm agora um rosto, um mártir como muitos afirmam. O vídeo em que se vê a morte deNeda passou a representar o pior dos métodos utilizados quer pelo regime quer pelos seus apoiantes para acabar com a instabilidade que se vive no Irão e mostra o custo elevado que muitos pagam simplesmente porque ambicionam mudanças ou porque consideram que o seu voto realmente interessa. Mesmo que não tenha sido exactamente esse o caso deNeda, a sua morte ficará irremediavelmente associada às manifestações contra os resultados eleitorais e até contra o regime. O regime já deu sinais que não vai ceder às exigências dos manifestantes, o próprio Ayatollah Ali Khamenei afirmou que o regime não vai ceder aos protestos nas ruas. A ideia do líder supremo é a de que Ahmadinejad é o vencedor das eleições,

Travão nos grandes investimentos

O Governo parece recuar na intenção de executar grandes investimentos públicos, adiando para a próxima legislatura o ónus das grandes decisões. O TGV foi a primeira grande baixa confirmada. A líder do maior partido da oposição, Manuela Ferreira Leite acaba por conseguir aqui uma importante vitória, depois de meses de críticas ao plano do Governo para a saída da crise apoiado em colossais investimentos públicos. A Presidente do PSD insistiu na importância do apoio às pequenas e médias empresas como eixo do plano para sair da crise, ao invés da aposta do Governo no investimento público em grandes obras. Na passada semana, os mais reputados economistas portugueses juntaram-se num apelo para que se reequacione este plano do Governo. Para além de muitas dúvidas em relação ao custo/benefício destas obras, juntaram-se argumentos postulam a inutilidade e ausência de rentabilidade de alguns dos investimentos como é o caso das autoestradas e o agravamento do já preocupante endividamento do país

Afinal as eleições sempre foram irregulares

O Irão continua a viver dias de crescente instabilidade que poderá recrudescer com a notícia que o Conselho dos Guardiões, incumbido de supervisionar as eleições, reconhece irregularidades no processo eleitoral, mas afasta qualquer cenário de novas eleições . O facto do número de votos ultrapassar o número de eleitores é justificado e encarado como sendo um acontecimento sem gravidade. Ora se o descontentamento já estava longe de dar sinais de abrandamento, as notícias que confirmam a existência de irregularidades no processo eleitoral só podem resultar na intensificação das manifestações de descontentamento. Por outro lado, o regime iraniano tem optado pela utilização de métodos repressivos e pela instigação popular dos apoiantes de Ahmadinejad . O resultado tem sido verdadeiramente dramático: já dezenas de pessoas pereceram nas ruas de Teerão e de outras cidades iranianas. Note-se que no seio do regime há quem não esconda o seu desconforto com os acontecimentos e com a reeleição de A

Ditadura dos números

Os exames nacionais que já foram realizados foram consensualmente considerados pouco exigentes, e embora ainda seja prematuro falar-se em facilitismo e ainda haja a necessidade de uma análise mais aprofundada no final dos exames, a verdade é que não espantará ninguém se esse grau inaudito de facilidade se continuar a verificar nos restantes exames nacionais , tendo em conta a ditadura dos números que tem sido apanágio do actual Executivo. Dir-se-á que todos os governos agem em função de números e de estatísticas, mas o Governo de José Sócrates fez acentuados progressos nesse campo, acabando por perder a sensatez que se exige numa governação para atingir números que escondem uma multiplicidade de diferentes realidades. É também isso que se passa na educação. Nesta área tem-se realizado verdadeiras operações de cosmética que só podem produzir resultados num país pouco atento e pouco exigente como o nosso. Consequentemente, a melhoria de resultados que se tem verificado não é consequênci

O que valem umas eleições

É sobejamente conhecida a capacidade que os políticos têm para encontrar o melhor caminho para ganhar eleições, aliás é esse o seu grande objectivo e é esse, em larga medida o seu métier . Todavia, há uma tendência cada vez maior para se resvalar para uma mediocridade disfarçada de pragmatismo. Hoje as ideologias valem muito pouco e é a imagem e o marketing que fazem o político. Consequentemente, não causa espanto a ninguém que o primeiro-ministro, depois da derrota das europeias, procure mudar a sua imagem. Talvez se acredite que uma mudança de imagem do primeiro-ministro seja essencial para uma recuperação do PS nas próximas eleições, e talvez essa ideia tenha de facto fundamento. Com efeito, os últimos anos têm sido marcados pelo um acentuado empobrecimento da discussão de ideias no seio da classe política, chega para o efeito desejado proferir algumas frases sonantes, sorrir o quanto baste e vestir bem. A discussão e a troca de ideias foram substituídas pelo poder da imagem e pelo

Um dia de luto

A instabilidade no Irão continua longe de cessar, o candidato que saiu alegadamente derrotado das eleições, Mousavi, convocou um dia de luto em consequência da morte daqueles que protestaram contra as aparentes irregularidades que se verificaram no processo eleitoral. O regime, por sua vez, continua a dar sinais de pouca abertura e combate os insurgentes recorrendo aos tradicionais métodos de repressão. É prematuro falar-se no princípio do fim do regime que se instalou no Irão há 30 anos, mas não se pode ignorar que este conjunto de manifestações representam o período mais complexo para a teocracia iraniana. É improvável que a repressão que tem sido a tónica do regime nos últimos dias seja uma solução, logo restam poucas alternativas ao regime que não passem por algumas concessões, restando também a dúvida se mesmo essas concessões serão suficientes. Afinal de contas, muitos daqueles que se manifestam não pretendem apenas uma recontagem dos votos ou um novo processo eleitoral, mas sim

O Irão e a vontade de mudança

As varias manifestações contra os resultados das eleições ensombrados por suspeitas de irregularidades são sintomáticas de uma vontade de mudança sentida por muitos iranianos, nomeadamente pelos mais jovens. Não se trata apenas de um protesto em consequência da vitória de Ahmadinejad envolta um manto de suspeições, trata-se também de uma manifestação contra o próprio regime dos ayatollahs . A sociedade iraniana parece ainda assim dividida entre aqueles que querem a continuidade das políticas de confrontação em matéria de política externa de Ahmadinejad e do próprio ayatollah Khamenei e os que estão cansados da retórica de provocação do Presidente iraniano e que pretendem mudanças, muito em particular, mudanças internas. O isolamento virtude, em larga medida, do obstinado desenvolvimento de tecnologia nuclear à revelia da comunidade internacional, os problemas crescentes de uma economia débil, o desemprego, a ideia de um país com vastos recursos energéticos mas que não atinge níveis

Desorientação no PS

Os resultados das eleições para o Parlamento europeu deixou o PS num estado de manifesta desorientação. A confusão do primeiro-ministro entre maioria absoluta e maioria parlamentar é sintomática do estado de desorientação que está a abalar o Partido Socialista. Tudo se torna mais grave quando essa desorientação parte do líder do partido, o mesmo líder que até umas semanas atrás não dava sinais de fraqueza, preferindo brindar os portugueses com a propaganda mais bacoca alternada com manifestações de irascibilidade e arrogância, mas mantendo imaculada a sua imagem de modernidade. A desorientação do PS foi, desde logo, notória na noite das eleições europeias. Nessa noite, primeiro-ministro não conseguiu esconder o semblante carregado, e os restantes membros do Governo foram incapazes de esconder a sua verdadeira natureza que a derrota tornou visível. A ministra da Educação foi aliás peremptória na manifestação de mau perder quando exigiu que os jornalistas a deixassem passar, utilizando

A vitória de Ahmadinejad

A vitória do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad está a originar uma onda de protestos. Às suspeitas de irregularidades do processo eleitoral que deu a vitória ao Presidente Ahmadinejad junta-se agora a contenção dos protestos através de actos de repressão, este somatório está a abalar a teocracia iraniana. A vitória expressiva de Ahmadinejad foi mal recebida por muitos iranianos manifestamente descontentes com o rumo do país, em particular os mais jovens, que nem com a repressão da polícia iraniana consegue desmobilizar. Paralelamente, o regime encabeçado pelo ayhatollah Ali Khameini , próximo do actual Presidente Ahmadinejad , tem apoiado a repressão e espera que esta seja suficiente para calar as vozes dissonantes, designadamente daqueles que apoiam o candidato "derrotado" Mir - Houssain Moussavi . A vitória de Ahmadinejad e o descontentamento que a mesma provocou são sintomáticos do anseio pela mudança que muitos iranianos já não conseguem esconder. O discurso

A importância das eleições iranianas

As eleições iranianas para a escolha do Presidente que começam hoje são de uma importância indiscutível para o futuro do Irão e para as relações do Ocidente com a República Islâmica. O ainda Presidente Ahmadinejad pode bem não ser reeleito e o seu adversário em melhores condições de vencer as eleições é um moderado, Mir - Hossein Moussavi cuja eleição agradaria ao Ocidente. Estas eleições estão, pois, a ser acompanhadas com interesse pelo Ocidente. Em bom rigor, se Ahmadinejad vencer as eleições, mantém-se o rumo de política externa caracterizada pela constante confrontação entre o Presidente iraniano e o Estados Unidos e Israel. Recorde-se que Ahmadinejad pautou o seu mandato pela polémica e pela provocação, elegendo como grande prioridade da sua política o desenvolvimento de tecnologia nuclear, contra a vontade de Israel, dos Estados Unidos e da União Europeia, e a consolidação da hegemonia da teocracia islâmica na região, aproveitando o desaparecimento hegemónico do Iraque e o

Veto do Presidente

O Presidente da República vetou a nova lei de financiamento dos partidos . Um dos aspectos mais vergonhosos e desprestigiantes da nova lei prende-se com o aumento incomensurável do limite de entrada de dinheiro vivo para os partidos, subia em mais de um milhão de euros. O Presidente da República acaba por pôr um travão nas aspirações de uma classe política que só se envergonha e mitiga a ela própria. Recorde-se que esta lei do financiamento foi aprovada por todas as bancadas parlamentares, acabando-se o ruído habitual dos partidos de esquerda que usam e abusam da palavra corrupção. O Presidente da República volta assim a dar um exemplo de grande sensatez e sentido de serviço público, alheio ao clubismo que afecta e conspurca os partidos políticos. Importa também lembrar que outras vozes da classe política se fizeram ouvir contra esta lei que acaba por ser vetada e aqueles que a aprovaram no Parlamento nem coragem tiveram para vir a terreiro defender a lei que tinham acabado de aprovar.

Derrota do PS

Quando praticamente todas as sondagens davam o PS como vencedor das eleições europeias, surge uma vitória do PSD . A vitória do PSD acaba por ser uma surpresa em particular devido às dificuldades de Manuela Ferreira Leite de se impor como líder do partido e a um longo período de dificuldades do PSD nos últimos anos. O resultado destas eleições acaba também por ser um inesperada derrota do partido do Governo e pode marcar o início de um período de declínio do PS e de ascensão do PSD. Há indubitavelmente um somatório de razões que justificam estes resultados, mas parece-me evidente que o descontentamento em relação a um governo incapaz de levar a cabo as mudanças a que se propôs, um governo sem ideias para combater os efeitos da crise, um governo que tudo aposta na propaganda acaba, mais cedo ou mais tarde, por pagar uma factura elevada. Poucos terão sido aqueles que votaram tendo em conta as questões europeias, pese embora essas questões sejam indissociáveis dos assuntos do país. O PSD

Síntese da campanha eleitoral para as eleições europeias

As últimas sondagens convergem na vitória - residual - do Partido Socialista , em sentido diametralmente oposto ao que tudo indica vai acontecer no resto da Europa. E será muito provavelmente esse o culminar de umas eleições cuja campanha eleitoral foi pobre e caracterizada pelas trocas de acusações entre os principais partidos da oposição. Pelo caminho ficaram as questões europeias. O processo de construção europeu nem sequer foi tema central das respectivas campanhas de PS e PSD. Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD, ainda trouxe para a discussão, de forma superficial é certo, a questão do federalismo e Vital Moreira falou e arrependeu-se de ter falado num imposto europeu. Esta é a síntese do mais relevante da campanha eleitoral de PS e PSD. Pouco ou nada se falou do Tratado de Lisboa que visa reformar o funcionamento da UE, embora o Bloco de Esquerda tenha feito várias referências ao Tratado. Nunca se referiu o financiamento e questões orçamentais de uma União com 27 Estados-membros

Vitória do PSD

Segundo uma sondagem da Marktest para a TSF e "Diário Económico" a vitória do PSD é um cenário plausível. Apesar de se verificar um empate técnico, o PSD, segundo a sondagem em questão, conquistaria 32,5 por cento dos votos, enquanto o PS ficaria com 29,4 por cento. O Bloco de Esquerda surge numa situação de empate com a CDU, enquanto o CDS -PP continua a cair nas sondagens. Desta forma, verifica-se um aumento, em matéria de intenções de voto, do PSD. Muitos atribuem esse aumento à escolha do PS para cabeça de lista para o Parlamento Europeu, Vital Moreira e às suas fragilidades manifestadas durante a campanha; outra possibilidade que pesa indubitavelmente e determina estes resultados prende-se com o voto de descontentamento com a situação do país e com o desempenho do Governo. Sob o meu ponto de vista, o próximo domingo ficará marcado precisamente pelo descontentamento crescente dos eleitores que vão certamente querer castigar o Governo. De resto, a campanha eleitoral dos

Mais uma oportunidade perdida

A campanha eleitoral para as eleições europeias representa mais uma oportunidade perdida para se discutir a União Europeia, prefere-se discutir política interna e nesta recta final da campanha privilegia-se o ataque pessoal - Ana Gomes decidiu apelidar o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, de "maratonista da demagogia" ; ou seja, não se discutiu o que está no centro da troca de palavras entre PS e PSD - o imposto europeu -, mas optou-se por deixar cair o essencial para se encetar uma troca de acusações. Quando surgiu finalmente a oportunidade de se discutir um assunto europeu, rapidamente se virou as atenções para as tricas entre protagonistas do debate político, deixando-se cair um assunto tão importante como a questão da fiscalidade no contexto europeu. Genericamente, as campanhas nos diferentes Estados-membros da UE não diferem substancialmente da nossa, cingindo-se, em larga medida, ao debate sobre assuntos internos respeitantes a cada país. Todavia, o caso português af

Fonte da Telha símbolo da inércia política

A Fonte da Telha, situada entre os concelhos de Almada e Sesimbra, é um dos expoentes máximos da inércia dos responsáveis políticos, sejam eles locais ou do poder central. A palavra requalificação parece esbarrar na inexorável ausência de visão estratégica e na incapacidade de decisão e coordenação de autarquias e do Estado. O resultado é um dos maiores desperdícios do distrito de Setúbal. A praia da Fonte da Telha é procurada todos os anos por milhares de turistas que se deparam com a total inexistência de condições e de infraestruturas dignas desse nome. Paralelamente, proliferam as construções ilegais que constituem um verdadeiro atentado ao bom gosto e que provocam um impacto negativo muito relevante; a isto acresce ainda a escassez e falta de qualidade dos acessos à praia que torna uma visita à Fonte da Telha, em pleno Verão, num verdadeiro teste à paciência. Na verdade, os acessos mais não são do que um improviso. Ora, a Fonte da Telha tem sido um parente pobre das autarquias env

Falsos recibos verdes no Estado

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública alertou para o facto de trabalhadores a recibos verdes da Administração Pública estarem a ser dispensados pela mesma Administração que os usou, por vezes durante décadas. Aliás, a existência de falsos recibos verdes devia ser parte integrante do combate que o Governo prometeu fazer à precariedade, mas quando o problema começa em casa e o Estado denota incapacidades e pouca vontade para alterar essas situações, o exemplo que é dado para a sociedade não podia ser pior. O Governo já veio refutar o alerta dado pelo sindicato, sublinhando que há menos 30 por cento de trabalhadores a recibo verde desde 2005 e que o Estado e autarquias têm feito "um esforço muito sério para combater este fenómeno". Resta saber se esse esforço não vai resultar no afastamento de funcionários da Administração Pública. Com efeito, para quem vive obcecado com números o simples afastamento de trabalhadores da Função Pública que deixam assim de entrar