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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2008

Guerra no Médio Oriente

Vive-se um clima de guerra na Faixa de Gaza e em Israel, guerra que se poderá intensificar nos próximos dias. Os líderes mundiais dividem-se entre aqueles que apoiam e defendem a posição de Israel e outros que criticam severamente essas mesmas posições. O problema não pode ser colocado assim de forma tão redutora. Com efeito, Israel está a responder às constantes provocações do Hamas que domina a Faixa de Gaza, sob a forma de lançamento de rockets para território israelita. E desse ponto de vista, encontra-se na decisão israelita fundamento e legitimidade, pese embora esta decisão de atacar Gaza tenha também um contexto manifestamente político (política interna israelita). Por outro lado, não é possível fazer fé em qualquer processo de paz enquanto o Hamas estiver na linha da frente com o apoio do povo palestiniano. A simples existência do Hamas inviabiliza a futura existência do Estado Palestiniano. Israel, independentemente do Governo que estiver à frente dos destinos do país, não va

Regresso à instabilidade no Médio Oriente

Sendo verdade que a instabilidade é uma constante no Médio Oriente, em particular em Israel e nos territórios ocupados, a situação na Faixa de Gaza dá um novo significado a essa instabilidade. Não se pode excluir também algum efeito de contágio à Cisjordânia. Além disso, não parece haver intenção quer por parte de Israel, quer por parte do Hamas, de cessarem as hostilidades. O número de mortos e de feridos é que não para de aumentar. O regresso a um cessar fogo parece agora pouco plausível. Uma das consequências da ofensiva israelita na Faixa de Gaza é o extremar de posições até mesmo dos mais moderados. Aliás, já há indícios de problemas na Cisjordânia. A própria Autoridade Palestiniana vai ter dificuldades a Cisjordânia à parte do que se está a passar na Faixa de Gaza. A possibilidade de uma maior união entre Hamas e Autoridade Palestiniana é considerável - o que vai criar novos problemas a Israel que tinha em Mahmoud Abbas alguém com quem era possível encetar negociações. O cenário

Conflito israelo-palestiniano…

Reacendeu-se o conflito que opõe palestinianos e israelitas, depois de seis meses de tréguas. A discórdia palestiniana tem um rosto: o Hamas. Israel tem vindo a levar a cabo uma operação militar que visa responder aos ataques perpetrados pelo Hamas durante este mês. As próximas semanas prometem ser de grande violência, tendo em conta que agora espera-se uma nova resposta do Hamas. Fala-se reiteradamente do Irão ao Hamas - cujas relações têm sido profícuas – no sentido de destabilizar Israel, o que, em última instância, permite ao Irão continuar tranquilamente com o seu programa nuclear, enquanto os israelitas vêem-se ocupados com outros problemas. Enquanto a comunidade internacional desdobra-se em pedidos para Israel suspender os ataques, a aliança entre o Irão e o Hamas vai produzindo resultados muito positivos. O ano de 2009 promete ser ainda mais profícuo para esta aliança. ...E a iminência de um conflito entre o Paquistão e a Índia. A notícia que tropas paquistanesas estão a desloc

Rejeição do Tribunal Constitucional

O Tribunal Constitucional rejeitou a possibilidade do período experimental dos trabalhadores ser alargado dos actuais 90 dias para 180. Embora haja alguns aspectos, no novo Código do Trabalho, que poderão ser positivos, também é notoria a forma como se usa e abusa dos trabalhadores para justificar a falta de competitividade da economia portuguesa. Já reiteradamente referi que há outros factores que contribuem tanto ou mais para a pouca competitividade da nossa economia, mas insiste-se apenas na questão dos trabalhadores. Nestas circunstâncias, o Código do Trabalho é apresentado como sendo uma panaceia para os problemas de produtividade e competitividade. Não admira pois que proliferem políticas acéfalas que visam beneficiar apenas e só as entidades patronais. É com estas políticas que se pretende que o país seja mais atractivo para o investimento. Mas se o óbice está do lado dos trabalhadores, falta então explicar o porquê dos mesmos trabalhadores serem mais produtivos noutros países.

As guerras da Igreja

O Papa Bento XVI fez declarações sobre a homossexualidade que revela todo esplendor da verdadeira natureza destes senhores que clamam serem os máximos representantes da Igreja Católica. Parece que houve umas comparações estapafúrdias entre a heterossexualidade e as florestas tropicais. Sendo certo que só segue os preceitos da Igreja quem quer, não é menos certo que esta e outras posições da Igreja mais não são do que a antítese da tolerância. A ortodoxia destas posições, a par de outras como a dificuldade em aceitar o preservativo revelam que há valores, no seio desta religião, que são superiores ao valor da tolerância. Paralelamente, há também contradições insanáveis: como é que alguém que é um acérrimo defensor e praticante do celibato encontra legitimidade para incentivar os outros a casar e a procriar? A questão da homossexualidade é apenas uma das muitas frentes de batalha da Igreja. E todos nos lembramos de outras frentes de batalha de uma Igreja que se alimenta de ideias pré-con

Dificuldades no ensino superior

Tem havido muita discussão em torno do ensino secundário, graças, em larga medida, à contestação dos professores, mas fala-se pouco do ensino superior e dos seus problemas. Esta situação é sintomática da mediocridade que se instalou confortavelmente no nosso país. São sobejamente conhecidas as dificuldades das universidades e politécnicos. O Estado tem vindo a desinvestir num sector que é estratégico para o país. O desinvestimento no ensino superior é mais um sinal das vistas curtas do Governo. A afirmação que se se segue pode raiar a demagogia, mas é incompreensível o empenho que recai sobre a construção de obras faraónicas a par do desinteresse que se manifesta pelo ensino superior. De igual modo, sublinhe-se a total ausência de coerência do primeiro-ministro quando faz da formação dos portugueses a pedra de toque da sua governação e, em simultâneo, mostra um desprezo inadmissível pelo ensino superior. É claro que todas estas políticas são inerentes ao contexto de contenção de custos

Santana Lopes uma escolha difícil

A escolha de Pedro Santana Lopes para a candidatura à Câmara Municipal de Lisboa não deve ter sido fácil para o PSD, ou pelo menos para a sua Presidente. A crispação entre o ex-primeiro ministro e a actual líder do partido sempre foi uma constante, umas vezes mais evidente outras menos. Mas a realidade é que a escolha de Santana Lopes não terá sido fácil, e fica-se sem perceber como é que o outrora Presidente da Câmara de Lisboa é agora o favorito de Ferreira Leite para a maior câmara do país. Parece evidente que a escolha poderá produzir resultados contraproducentes. Ora, Pedro Santana Lopes tem um percurso pejado de derrotas e de fragilidades de natureza política, a começar pela convocação de eleições antecipadas pelo Presidente da altura, Jorge Sampaio, precisamente quando Santana Lopes era primeiro-ministro. A decisão do Presidente teve o apoio dos eleitores que, quando foram chamados às urnas, corroboraram a decisão do Presidente da República. Esse episódio, isoladamente, seria su

Obama: homem do ano

A conceituada revista "Time" elegeu Barack Obama como sendo o homem do ano. Era expectável, porventura, que esta e outras publicações tenham escolhido ou venham a escolher Obama como personalidade do ano. De facto, o recém-eleito Presidente norte-americano marcou indelevelmente o ano de 2008. Senão vejamos: conseguiu ficar na corrida das primárias americanas com o peso pesado do partido que é Hillary Clinton, a próxima secretária de Estado americana; conseguiu ganhar essas primárias do partido; conquistou, num primeiro momento o mundo, e depois os EUA, vencendo as eleições para a presidência americana. Além do mais, foi responsável por uma crença generalizada na mudança, trazendo de volta muitos americanos que se tinham afastado da política. Com Obama, voltou-se a acreditar, a ter esperança. Esperança que se tem vindo a esvair na Europa e em grande parte do mundo, orfãos de liderança, contextos em que a classe política mostra-se incapaz de dar as respostas necessárias a uma

Os alertas de Mário Soares

Mário Soares escreveu um artigo no DN sobre a actual situação e sobre os perigos que as desigualdades e as injustiças acarretam. É verdade que o artigo do ex-Presidente da República não traz de novo e mais não faz do que sublinhar os perigos da actual conjuntura. Mário Soares também se debruça sobre a situação difícil que o país atravessa, situação que se vai agravar com a crise internacional. Surgiram imediatamente vozes a criticar o artigo de Soares e, claro está, a pessoa. Em Portugal é-se demasiadas vezes preso por ter cão e preso por não o ter. Outros advogam que o artigo de Soares pode incentivar a atitudes mais revoltosas e revolucionárias. Isto como se as pessoas não soubessem e, principalmente, não sentissem as incomensuráveis dificuldades que já fazem parte da vida da maior parte dos cidadãos. As semanas de violência que assolaram a Grécia são hoje um espectro que paira sobre a consciência de uma Europa sem respostas. A mera possibilidade das pessoas se insurgirem contra o ac

Portugal: um destino popular

Esta é uma forma de descrevermos o nosso país como destino popular, num contexto de turismo. Mas desde que ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, decidiu mostrar a disponibilidade portuguesa para o acolhimento de presos de Guantánamo que os presos desta base militar escolhem Portugal como o seu destino preferido. Este artigo que parece começar com laivos humorísticos é, pelo contrário, muito sério. Não, não se trata de uma brincadeira - Portugal é mesmo um dos destinos mais populares de Guantánamo. Com efeito, o jornal Público tem um artigo sobre a popularidade do nosso país entre os presos de Guantánamo. Pena ainda não termos ouvido o ministro sobre esta surpreendente popularidade que certamente vai contribuir para aumentar a auto-estima nacional. E embora eu tenha vindo a criticar, com particular veemência, as ilegalidades cometidas naquele campo de prisioneiros e os constantes atropelos aos direitos humanos, não vejo a lógica de Portugal acolher presos que foram d

O pacote do Governo: a mesma receita

Numa altura em que se instalam as dúvidas e se desvanecem as certezas, importa perceber até onde esta crise nos pode levar. É claro que tudo não será mais do que uma conjectura, mas há alguns indicadores que nos permitem retirar algumas ilações. Em tom humorístico, há quem diga que o país não sente tanto a crise por uma questão de hábito. Afinal de contas, esse parece ser o nosso estado natural. Contudo, nós estamos em desvantagem no que diz respeito à estrutura produtiva. De facto, essa é a nossa grande desvantagem. Enquanto outros países que vivem hoje em recessão técnica desenvolveram uma estrutura que lhes permitirá sair de uma outra forma da crise, Portugal continua a ter uma economia frágil, extraordinariamente dependente dos seus parceiros europeus, ainda assim, e apesar de alguns esforços, pouco exportadora e assente numa mão-de-obra pouco qualificada. E parece que vai continuar a ser esse o caminho a seguir pelo Governo. Senão vejamos: o pacote anunciado pelo Executivo tem uma

Guantánamo mais perto de nós

A frase em epígrafe ilustra bem as intenções do Governo português face à inevitabilidade do encerramento do campo de prisioneiros Guantánamo. Os presos detidos em Guantánamo são, na sua maioria, presos ilegais e essa razão é mais do que suficiente para Portugal não fazer a oferta que agora foi feita. Afinal de contas, parece haver aqui laivos de cumplicidade com as trapalhadas americanas, e Guantánamo foi seguramente uma das maiores trapalhadas da Administração Bush. E essa cumplicidade existe a nível europeu.Não deixa também de ser irónico que o mesmo Governo que sempre se refugiou no silêncio quanto às políticas da Administração Bush, e precisamente sobre Guantánamo, seja agora o mesmo a ser pioneiro em mostrar disponibilidade para receber estes presos. Um dos argumentos que sustenta a ideia de receber os detidos em Guantánamo prende-se com a impossibilidade de os mesmos regressarem aos seus países de origem. Mas mesmo nessas circunstâncias, Portugal não deve receber presos que fora

Terrorismo na Europa

Esta semana fica marcada pela detenção levada a cabo pela polícia belga de 14 suspeitos de terrorismo. Segundo fonte policial, pelo menos um dos suspeitos já se tinha despedido e invocou o paraíso como próximo destino. A noticia já teria um impacto substancial na opinião pública por se tratar de território europeu, mas esta detenção ganha uma nova dimensão devido à Cimeira Europeia que está a ter lugar na Bélgica, em Bruxelas. O primeiro-ministro belga chegou mesmo a afirmar que se ponderou a possibilidade de cancelar a cimeira. A ameaça terrorista volta assim a atemorizar a Europa. Europa que tem vivido um equívoco: pese embora os últimos anos tenham sido relativamente calmos no que toca à ameaça terrorista, ela nunca desapareceu. Há um pouco a tendência para esquecermos uma ameaça quando a mesma, aparentemente, se desvaneceu. E mais: também se criou a ideia de que o terrorismo se tornou menos ameaçador porque os atentados ocorrem em sítios longínquos. Tudo isto é um erro, como a dete

O poder da rua na Grécia

A situação na Grécia tem vindo a piorar , depois de uma greve em que as manifestações de descontentamento nem sempre foram pacíficas. O cerne desta questão não se prende só com as razões do descontentamento, mas também e, essencialmente, com a legitimidade que a voz da rua tem para fazer cair um Governo. Ora, é difícil sustentar a ideia de que o poder da rua se pode sobrepor aos poderes democraticamente escolhidos. Paralelamente, a sobreposição da voz da rua aos poderes eleitos constitui um mau precedente. De facto, qual será o Governo que procurará levar a cabo as reformas necessárias quando existiram outros Governos que por também por razões semelhantes cairam? Os cidadãos devem participar activamente na vida democratica, e as sociedades mais ricas são precisamente aquelas que contam com a participação activa dos seus cidadãos. Todavia, os cidadãos devem respeito às instituições democráticas. Há formas de manifestar a insatisfação que são consonantes com a democracia. De igual forma,

Grécia a ferro e fogo

A Grécia vive tempos manifestamente conturbados. A origem da violência que eclodiu neste país da União Europeia está longe de estar apenas relacionada com a morte de um jovem pela polícia. Ora, o descontentamento quer com o Governo, quer o descontentamento com a situação que se vive na Grécia, à semelhança do que se vive noutros países, são elementos fundamentais para se perceber a origem da violência e da anarquia. Pese embora se saiba que a Grécia tem as últimas décadas marcadas pelos protestos, em particular durante o tempo em que vigorava uma ditadura militar. Paralelamente, não deixa de ser curioso assistir a episódios que nos remetem para a anarquia precisamente no berço da democracia. A forma encontrada para mostrar o descontentamento não foi claramente a mais indicada. As cenas de incêndios, de batalha campal com a polícia, a par da destruição de propriedade privada não são compagináveis com o conceito de democracia. Aliás, a situação já é tão preocupante que muitos países já e

Crise e democracia

Portugal atravessa um período em que se cruzam crises de natureza diversa, mas com ligações profundas entre si: o país já atravessava uma crise económica há quase uma década a que se junta agora uma crise internacional de contornos inauditos; mas o país atravessa também outro tipo de crises, designadamente uma crise moral e de confiança. Os casos do BPN e do BPP vêm por a nu essas mesmas crises que, de facto, contribuem para a fragilização da própria democracia. Com efeito, a consolidação democrática é um processo contínuo e que se torna mais sólido quando os cidadãos confiam nas instituições democráticas. Em Portugal essa confiança tem vindo a sofrer uma preocupante deterioração. Senão vejamos: há uma dificuldade acentuada em confiar numa parte da classe política – a Assembleia da República não é o órgão de prestígio que deveria ser, e a ausência de deputados numa importante votação (em véspera de fim-de-semana prolongado) é sintomática disso mesmo. De igual forma, a promiscuidade ent

Descida histórica da taxa de juro

O Banco Central Europeu baixou historicamente a taxa de referência, aproveitando a descida que se tem verificado da inflação e procurando revitalizar as economias da zona euro. A medida foi amplamente aplaudida e, de facto, constitui uma boa notícia para famílias e empresas. A crise que teve início nos mercados financeiros e alastrou-se às economias reais não deixa margem de manobra para adoptar outras medidas que não passem pela descida progressiva das taxas de juro. Aliás, a generalidade dos bancos centrais adoptaram as mesmas medidas, alguns dos quais baixaram drasticamente a taxa de juro. Na zona euro vigora a ortodoxia que não permite ver para além de uma política monetária draconiana. Em síntese, o BCE não tinha outra alternativa que não passasse pela baixa da taxa de referência. Num contexto de falta de liquidez, com as dificuldades que isso acarreta para a economia real, o alívio que uma baixa de juros proporciona às famílias e empresas é absolutamente necessária para dar uma n

O optimismo do primeiro-ministro

O primeiro-ministro mostrou um optimismo que contrasta claramente com o realismo do ministro das Finanças. As declarações de José Sócrates não são propriamente surpreendentes. Afinal de contas, o primeiro-ministro de qualquer país não se pode juntar ao pessimismo reinante sob pena de agravar ainda mais a confiança que tem andando baixa. O problema nem está nas declarações optimistas de José Sócrates, mas na divergência entre essas declarações e as do ministro das Finanças. Com efeito, o primeiro-ministro está a fazer o que é exigido nesta altura: mostrar aos portugueses que, paradoxalmente, há aspectos positivos na actual conjuntura económica. E com isso José Sócrates dá algum sinal de esperança às famílias e às empresas. A baixa das taxas de juro (ainda hoje está previsto um corte do BCE), a existência de uma inflação baixa e a descida acentuada no preço dos combustíveis são, de facto, boas notícias para todos. O grande problema da actual conjuntura é o emprego. E esse será a grande d

Greve dos professores

Hoje há, entre outras greves, uma greve dos professores. O descontentamento desta classe profissional atingiu um nível provavelmente nunca visto. O impasse entre os sindicatos e o Ministério não dá sinais de abrandamento, e o país assiste a mais uma sucessão de episódios carregados de animosidade de ambas as partes, sem se vislumbrar um fim para a actual situação. Pelo meio anda um país deprimido e cansado. De uma forma geral é díficil não compreender a posição dos professores, em particular se conseguirmos ultrapassar algumas ideias pre-concebidas que fazem escola neste país e, amiúde, certas frustrações pessoais. Nem que seja pela constante antagonização que esta classe profissional tem vindo a ser alvo nos últimos três anos, é legítimo compreender as razões que levam tantos professores a fazer greve e a protestar contra as políticas acéfalas do Governo. Há anos que escrevo que o caminho a precorrer para melhorar a educação não passa pelo afastamento de um dos principais intervenient

A força do PC

Realizou-se, no passado fim-de-semana, o congresso do PCP. Com efeito, não são só as sondagens que nos mostram um PCP mais forte do que aquilo a que nos tinha habituado nos últimos anos. De facto, o congresso deste fim-de-semana mostrou um partido em crescimento. De qualquer forma, cresce o PCP como tem crescido o Bloco de Esquerda, acompanhando o descontentamento dos cidadãos e o descrédito em alguma classe política, designadamente do PSD e do PS. O congresso do partido mostrou também um PCP um pouco diferente do costume. O PCP deste congresso sublinhou a sua marca ideológica, deixando antever algum contentamento mal disfarçado com os males do capitalismo. Não deixa, porém, de ser curioso ver um partido ideologicamente falido regojizar-se com a suposta falência do actual modelo económico. O PCP está mais forte porque cresceu em intenções de voto, mas também porque depois de décadas de frustrações e desilusões vê uma luzinha ao fundo do túnel - a possibilidade do capitalismo se destrui