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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2012

Insolvências

Este ano, as insolvências em Portugal aumentaram mais de sessenta por cento comparativamente com o ano passado. Famílias e empresas que não conseguiram sobreviver a 2012. As que conseguiram sobreviveram terão dificuldades em repetir a proeza no ano que se avizinha. A receita do Governo mata a economia. As grandes empresas, graças a expedientes como isenções fiscais e apoios do Estado, não entram nesta negra equação, assim como a banca. O Estado serve para a sua protecção. O aumento da carga fiscal associado a à quebra exponencial do poder de compra não permitem que muitas empresas de pequena e média dimensão consigam sobreviver. A falênci a de muitas famílias é indisso ciável da falência dessas pequenas e m édias empresas. A receita do Governo falha sob todos os pontos de vista. Porém, os ventos de mudança não se sentem e a julgar pelas palavras de mais um oráculo adorado pela comunicação social - Marques Mendes - nada de mal acontecerá ao Governo durante o ano que se avi

O Natal que merecíamos

Terá sido este o Natal que merecíamos? Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, acredita que não, acredita que "este não foi o Natal que merecíamos". Depende. Cada caso é um caso. Se pensarmos na persistência do erro que se traduz na escolha reiterada dos mesmos partidos políticos de quatro em quatro anos, enquanto se passa o tempo restante alheado, eternamente, alheado do que se passa em redor, talvez o Natal tenha sido o expectável, eventualmente não o merecido, mas o expectável. Dir-se-á que a crise deixa pouca margem para a construção de um outro país. Mais uma vez não será bem esse o caso. De resto, atente-se a alguns exemplos, até mesmo no seio da União Europeia, de países que escolheram outros caminhos diametralmente opostos ao do masoquismo. Por aqui, escolhe-se o caminho da dor, esperando uma redenção qualquer que nunca chegará. Por aqui, sentimo-nos responsáveis por ter vivido acima das nossas possibilidades, enquanto a casta (económica, financeira e p

O interesse nacional

Não nos equivoquemos, o interesse nacional tão do agrado de Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, e Cavaco Silva, Presidente da República, não terá exactamente o interesse de todos nós. Com efeito, o interesse nacional que justifica tudo em tempos de excepção, inclusivamente atropelos à Lei, associado à ideia de inevitabilidade confere a estes senhores uma espécie de salvaguarda das suas posições, ao mesmo tempo que pretende justificar o verdadeiro roubo que se avizinha. Ora, o Presidente da República voltou a não surpreender, deixando passar a possibilidade de enviar o Orçamento de Estado para fiscalização preventiva. Se lhe perguntarem a razão, aposto que a mesma se prende com o interesse nacional. Sejamos realistas, o interesse nacional não é o mesmo dos desempregados, dos pensionistas, dos trabalhadores. O interesse nacional é o da banca, sobretudo da banca e, por inerência, dos mercados. Por outro lado, o interesse nacional parece indissociável do intere

Negócios

Portugal está à venda. Pelo menos no que diz respeito a alguns sectores estratégicos. Terá sido essa uma das contrapartidas resultante da assinatura do acordo com a famigerada Troika. Pelo caminho assistimos às negociatas entre os membros do Governo e sector empresarial. O caso da venda da TAP cheira mal por todos os lados, mas parece que já estamos acostumados a viver entre os odores mais desagradáveis. De resto, é curioso ver a movimentação dos mesmos protagonistas em torno dos negócios mais opacos. Neste particular, Miguel Relvas movimenta-se com relativa facilidade. Enquanto os cidadãos procuraram sobreviver num país com cada vez menos condições, os negócios vão levando o seu curso normal - para os nossos parâmetros - entre a obscuridade e o prejuízo do país.

Ainda o 14 de Novembro

Depois dos episódios de violência junto à Assembleia da República e que se espalharam por várias zonas de Lisboa, ainda há quem esteja a ser chamado ao DIAP por suspeitas de ter desencadeado os incidentes. Quanto à actuação da polícia, tudo parece ter corrido pelo melhor, com o primeiro-ministro, líder do maior partido da oposição e Presidente da República a corroborarem essa tese. Esta semana soube-se que uma activista foi constituída arguida por suspeita de ter arremessado pedras. A pessoa em questão aparece em alegadas imagens da manifestação munida de pedras, ou será de uma mera máquina fotográfica? O dia 14 de Novembro ficou marcado não só pelo descontentamento, pela greve geral, pelos incidentes, bem como pela actuação desproporcionada da polícia e da forma torpe como se atropela os direitos dos cidadãos. O dia 14 de Novembro representou mais uma machadada na democracia, e incrivelmente continua a fustigar o sistema democrático, isto perante a passividade de um paí

Pensões

O primeiro-ministro afirmou que algumas pensões não correspondem ao que as pessoas descontaram, procurando deste modo justificar uma das medidas mais penalizadoras do Orçamento de Estado de 2013. Segundo o primeiro-ministro, as pensões mais elevadas não correspondem aos descontos efectuados. A frase provocou celeuma com referências a "caneladas" e afins. No entendimento de Marcelo Rebelo de Sousa, as críticas do primeiro-ministro visam o Presidente da República, entre outras individualidades. Ora, mais uma vez recorre-se à estratégia que incide sobre as divisões para melhor reinar. Diz-se que quem tem uma pensão elevada (falta saber qual o limite a partir do qual se trata de uma pensão elevada) não contribuiu para essa benesse. Desde logo, e embora seja do conhecimento público a existência de pensões elevadas de titulares de cargos públicos cuja carreira contributiva terá sido curta, esta é mais uma generalização abusiva. Há quem tenha pensões acima da média e

A difícil condição de Paulo Portas

Depois da entrevista na TVI em que o primeiro-ministro elucidava o país sobre o seu número dois e número três (Paulo Portas), depois das hesitações, confusões, dissimulações e afins acerca do Orçamento de Estado, confirma-se a difícil condição de Paulo Portas, na qualidade, bem entendido, de líder do partido minoritário da coligação que forma o Governo. Agora Paulo Portas, o patriota que parece tudo aguentar em nome do interesse nacional, afirmou que a voz do CDS, no que diz respeito ao Orçamento de Estado, "não foi suficientemente ouvida", situação que, sublinha, não se repetirá. As afirmações de Portas visam atingir dois objectivos: sossegar as hostes internas que estão a ver a vida do partido andar para trás e sair desta situação de cara lavada, fazendo lembrar um pouco a velha história do polícia bom e do polícia mau - no caso, o CDS terá sido o polícia bom que, num contexto de inevitabilidade, ainda tentou conceber um orçamento menos oneroso para os Portug

União bancária

A União Europeia chegou a acordo sobre um mecanismo único de supervisão bancária, com vários responsáveis europeus a vangloriarem-se com esta pretensa vitória da Europa que, quando muito, será uma vitória mais própria de Pirro como outras que se seguirão, depois de tantas baixas entre as classes médias e as classes mais desfavorecidas devastadas pela precariedade, pelo enfraquecimento do Estado Social e pelo desemprego. Tudo consequência da voracidade do sistema financeiro que se aliou a representantes políticos de uma ideologia caduca. A supervisão bancária única abrangerá 200 bancos, deixando de fora 6000. O BCE conspurcado pela ideologia dominante continuará a ter a mesma filosofia, deixando os Estados entregues à tal voracidade do sistema financeiro; o orçamento comunitário pretende-se que seja reduzido; a uniformização fiscal é ainda uma utopia, tal como é qualquer espécie de uniformização social; o Banco de Investimento Europeu continuará a ter uma actuação insufici

Relvas

Curiosamente, Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, falou para um auditório maioritariamente constituído por jovens, como se de um professor se tratasse. Aqueles jovens pareciam ouvir o ministro com atenção, apesar de todo o rídiculo que envolveu o ainda ministro. Relvas reiterou o seu apoio a Fernando Seara, a propósito das próximas eleições autárquicas, um apoio efusivo que contrastou com o pouco entusiasmo de Seara em relação a esse apoio. Relvas, o ainda ministro teceu críticas ao principal partido da oposição, sempre naquele tom jocoso e prosaico a que nos habituou, aproveitando para criticar os "políticos que só falam ao fim-de-semana". Relvas falou e os jovens presentes na universidade política do PSD ouviram. Este Governo, com ministros como o Sr. Relvas, excede largamente os limites do ridículo.

Atrasados mentais

Marques Mendes, gestor, político, comentador, criticou o ministro das Finanças, acusando-o de fazer dos Portugueses  "um conjunto de atrasados mentais", a propósito das declarações do ministro sobre as condições concedidas à Grécia. As contradições sobre este assunto têm sido profusas, ainda assim é surpreendente que Marques Mendes só agora tenha percebido que o inefável ministro das Finanças trata os cidadãos como atrasados mentais. Com efeito, essa singular forma de tratamento não é de agora. Afinal de contas, o que dizer das comunicações do ministro ao país, naquele tom que todos conhecemos, como se o ministro estivesse a lidar com atrasados mentais? E o que dizer das medidas impostas pelo ministro? O facto é que este Governo tem-se em alta conta, salvaguarda interesses que não os da maioria e subestima os Portugueses. A arrogância, a cegueira ideológica e uma boa dose de inépcia caracterizam este Governo. Neste particular Marques Mendes tem razão. As contra