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A mostrar mensagens de março, 2012

Confiança

É palavra chave da governação em Portugal nas últimas décadas, não nos referimos à confiança entre eleitores e representantes políticos - não se trata dessa confiança propriamente dita. A confiança de que falamos prende-se com as relações entre eleitos e membros do partido que foi escolhido pelos eleitores. Com efeito, se neste blogue nos dedicássemos a fazer referência aos cargos de nomeação política e de confiança política, não fazíamos outra coisa. Tanto PS como PSD têm-se mostrado exímios na tarefa de escolher as direcções de organismos públicos - escolhem invariavelmente membros do seu partido. A título de mero exemplo, dois históricos do PSD foram escolhidos para dirigir o hospital de Guimarães. Quem conteste a escolha, leva o argumento da tal confiança política que tem servido para todo o tipo de expedientes, tanto em organismos públicos, como em empresas do Estado, até às chefias dos gabinetes dos ilustres membros do Governo. A confiança está confinada ao interior

Mais cortes nas despesas

A entrevista de Passos Coelho à TVI revela a cegueira do costume. O primeiro-ministro insiste, sem qualquer margem para dúvidas (admirável!), que este caminho da austeridade e da pobreza são os certos. Insiste que o país tudo fará para cumprir as suas obrigações com as entidades credoras. A deferência com que o primeiro-ministro fala das entidades credoras revela aquilo que todos sabemos: sob o manto da resolução dos problemas da dívida, o Governo de Passos Coelho engendra formas vender o país aos pedaços, beneficiando pelo caminho alguns amigos como é o caso do inefável Eduardo Catroga ou do Paulo Teixeira Pinto. Podemos estar certos que os objectivos do primeiro-ministro são consonantes com aqueles da Troika e esses objectivos estão longe de serem os mesmos dos cidadãos. Quanto aos cortes nas despesas admitidos por Passos Coelho, sabemos de antemão que esses vão recair inevitavelmente em áreas como a Saúde e Educação, até porque o Estado Social é muito dispendioso, como

O alarmismo

O relatório do SIS que alertava para a possibilidade de existirem confrontos, violência, ruas ocupadas, atentados a bancos e afins no dia da Greve Geral é elucidativo. De facto, pinta-se o cenário com as cores mais escuras possíveis, agora a polícia encontra uma justificação numa espécie de nervosismo colectivo. O relatório foi alarmista? Foi, mas ninguém se parece preocupar com isso, tratou-se apenas de um engano. O que é certo é que o dia da Greve ficou marcado pelas piores razões. A comunicação social e os responsáveis políticos por arrasto - incluindo o Presidente da República mostram acentuada preocupação com os fotojornalistas agredidos (a palavra é exacta), deixando de fora dessa mesma preocupação todos os que foram injustamente alvo da fúria da polícia. Habituem-se ao alarmismo, pois este vai continuar a fazer o seu caminho na medida em que é favorável aos poderes instituídos.

Viragem da crise

O Presidente do BCE, Mario Draghi, não vai tão longe ao ponto de falar num ponto de viragem da crise, embora reconheça sinais de estabilização nos últimos meses. O optimismo moderado contrasta com a degradação das condições de vida visível nos países mais afectados por aquilo que começou por ser uma crise do sector financeiro e subitamente passou a ser uma crise das dívidas soberanas. Se por um lado nada se aprendeu e pouco ou nada mudou com a crise do sector financeiro, ao ponto de ter caído no esquecimento colectivo, pouco ou nada se está a aprender com as suas consequências, designadamente com aquilo que se tem designado como crise das dívidas soberanas. O funcionamento do BCE permanece o mesmo, a ideologia neoliberal que subjaz às políticas seguidas no seio da UE agudiza-se e o próprio funcionamento da moeda única continua assente em premissas erradas que beneficiam uns, em detrimento de outros, colocando em risco o próprio projecto europeu. O Presidente do BCE tenta m

Questões sociais

Os comentadores do costume rejubilaram com o facto do primeiro-ministro e líder do PSD, por altura do Congresso do partido, ter feito referência a questões sociais. Pedro Passos Coelho falou no flagelo do desemprego. Ora, Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro, destemido entre portas e subserviente fora delas, fez o favor de nos falar um pouco de questões sociais. Aparentemente e a julgar pelas reacções dos comentadores do costume, não é muito frequente o primeiro-ministro abordar estas questões. Sejamos sérios. É evidente que o primeiro-ministro tem de abordar as questões sociais, falando porém na importância dos sacrifícios. Assim, fica demonstrada a sua pretensa preocupação com aqueles que mais sofrem com a crise. Discutem-se estes assuntos com naturalidade e seriedade, como se fosse natural assistir-se a um retrocesso social sem precedentes, como se fosse natural castigar-se que não tem responsabilidades na famigerada crise. Para animar as hostes, o primeiro-ministro,

É proibido falar...

E qualquer dia é proibido manifestar o descontentamento. Pelo menos essas manifestações podem originar cargas policiais sobre quem se manifesta, incluindo jornalistas. O Governo proibiu as empresas de transportes de falarem sobre a greve. É proibido, ponto final. A democracia e as liberdades inerentes são fragilizadas a cada dia que passa. Nos protestos de ontem, a polícia carregou sobre manifestantes, grevistas e jornalistas. Seria interessante perceber o que é que a jornalista Patrícia Melo da AFP fez de tão errado para merecer a agressão de um polícia. Seria interessante perceber o que é que outros jornalistas e manifestantes fizeram de tão errado que justificasse aquela carga policial. O que é certo é que a repressão poderá muito bem redundar em maiores exaltações de ânimos e em maior revolta. É que agora às dificuldades impostas por uma austeridade férrea junta-se a sensação cada vez mais forte que a liberdade já teve melhores dias. Haverá seguramente quem acabe por r

Greve Geral

Este é mais um instrumento de contestação às políticas seguidas pelo Governo, designadamente em matéria de legislação laboral e medidas de austeridade. As razões para a greve são inúmeras. Escusado será repetir que a Greve é um direito, mas é também uma opção. Espera-se por conseguinte que se respeito que faz greve, tal como se respeite quem opte por não fazer greve. Talvez os números da greve fossem diferentes se os trabalhadores não vissem o dia descontado - numa altura de aperto todos os euros contam - e se no sector privado (nas muitas pequenas e médias empresas) existisse mais liberdade para que a greve pudesse ser um direito de todos. É certo que a greve não deixa de ser um direito, mas num contexto de empresa de pequenas dimensões ou em casos de manifesta precariedade, a mera possibilidade de um trabalhador entrar em greve não é propriamente vista com naturalidade. Assim, restam os funcionários públicos e pouco mais. Esta é uma fraqueza assinalável da greve geral. De

Dívidas dos municípios

Importa desde logo lembrar que o trabalho dos municípios tem sido, de um modo geral, determinante para o bem-estar das populações. Esse é um facto que não pode ser esquecido. Todavia, também sabemos que alguns municípios se renderam às construtoras, aumentando a sua dívida que dificilmente pode ser justificada com esse tal bem-estar das populações de que se fala neste texto. A má gestão tem passado essencialmente por ligações nem sempre transparentes e raras vezes benéficas para as populações. Essas ligações foram feitas, mais no passado é certo, com empresas de construção. Em consequência, as dívidas das autarquias não são questão de somenos e todos conhecemos casos de obras cuja utilidade é, no mínimo, duvidosa. O país vê-se assim atulhado em mais dívidas, muitas delas associadas a empresas municipais e, repito, com ligações frequentes ao sector da construção. Importa por isso encontrar soluções, evitando cair novamente nos mesmos erros. Todavia, é imperativo que não se es

O reconhecimento

Jean-Claude Junker, Presidente do Eurogrupo, reconhece erros estratégicos no plano de resgate da Grécia. Porém esse reconhecimento é tímido e pouco completo. Falta dar-se importância ao crescimento económico - aparentemente Jean Claude-Junker terá descoberto a pólvora. Não admite a falha de todo o programa, mas chama a atenção para o menosprezo que se deu ao crescimento económico. Por conseguinte, o reconhecimento é tímido. A doutrina da UE continua a ser plasmada do pensamento económico seguido inexoravelmente pela Alemanha. Todos falam da importância do crescimento económico, mas nenhum explica como é que o mesmo se coaduna com a austeridade imposta aos Estados. Diz-se que primeiro consolida-se as contas públicas, depois chegará o crescimento económico. Junker reconhece falhas, mas insiste na premissa que o caminho continua a ser este que tem vindo a ser seguido, apenas dando-se maior ênfase ao crescimento económico. O que não diz é que o objectivo está a ser alcançado: m

O estigma do voto

É recorrente, e este blogue não será propriamente uma excepção, criticar-se a escolha dos eleitores, designadamente quando a mesma não se coaduna com as nossas próprias escolhas e quando o Governo entretanto eleito já se encontra em funções. No caso deste blogue fazem-se inúmeras referências à bipolarização das escolhas no período da democracia. Todavia, não é meu objectivo dar lições de moral ou estigmatizar quem exerce democraticamente o seu direito e dever de votar, mesmo votando em quem eu não concordo. Antes prefiro abordar as consequências da tal bipolarização do que estigmatizar quem votou neste ou naquele partido. Infelizmente, há quem não resista em fazer essa estigmatização, criticando incessantemente quem votou neste ou naquele partido. Ora, nenhum de nós é dono da verdade e embora a experiência nos ensine que os dois partidos do arco do poder não têm tido a melhor conduta ou produzido os melhores resultados, essa tem sido a escolha da maioria e como tal deve se

A desfaçatez do regime

Como se as atrocidades cometidas contra o povo sírio e outros apanhados na violência que tomou conta de algumas cidades sírias não fossem suficientes, o Presidente Bashar Al-Assad ainda se deu ao luxo de brincar com assuntos sérios. Recomenda-se o visionamento dos e-mails trocados entre o Presidente Sírio e a sua mulher que o jornal The Guardian obteve. Os e-mails são ainda do ano passado, mas são sintomáticos de um regime comandado por um homem que despreza o seu povo. Nesses e-mails o Bashar Al-Assad ridiculariza as propostas de reformas a que se propôs, pede aconselhamento ao regime iraniano de modo a combater as manifestações que começavam a eclodir em algumas cidades sírias, e conversa com a mulher sobre os gastos sumptuosos desta, designadamente através da compra de artigos de luxo. A desfaçatez do regime não tem fim, Infelizmente os problemas da Síria vão muito para além dessa desfaçatez, a violência continua a fazer as suas vítimas e o regime não dá sinais de abran

Os Portugueses sabem

Durão Barroso, ex-primeiro ministro de Portugal que encontrou melhorias na sua vida na Comissão Europeia voltou a insistir que os Portugueses sabem que não há alternativa à consolidação orçamental à moda da UE de Merkel, que é o mesmo do que dizer que não há alternativa à austeridade. Acrescentou ainda alguns elogios aos Portugueses caracterizando-os como sendo pessoas inteligentes e de bom senso. Ficamos à espera da prova em como não há alternativa à austeridade e que o caminho único e possível é o que Merkel determinou. Todos aqueles que mostram outros caminhos alternativos ao pensamento único são relativizados. Eu acrescento que os Portugueses também sabem e sentem que o país, continuando com estas políticas neoliberais, só vai conhecer pobreza e miséria nos próximos anos. E mais do que saber, os Portugueses sentem o país a esmorecer a cada dia que passa, enquanto o Governo - fervoroso adepto das políticas impostas pela Alemanha - afasta aqueles que preferem defender os i

Um ano II

Um comentário de Fernando Lopes publicado no post anterior (que desde já agradeço) chamou-me a atenção para o seguinte: o movimento 12M foi aproveitado pela direita para derrubar o Governo de José Sócrates. De facto, recordo-me de estar presente na manifestação e quando as vozes clamavam pela saída de José Sócrates, um amigo ter referido que muitos ainda se arrependeriam daqueles dizeres sobre o ainda primeiro-ministro. Eu próprio há muito que digo que os cidadãos acabariam por trocar um mau governo por um governo muito mau, o que de facto se concretizou. Os protestos como o de há pouco mais de um ano contribuíram para a queda do Governo de então, mas que creio que a contribuição não foi assim tão significativa quanto isso. Mas admito que tenha de facto de contribuído. É evidente que num país politicamente dividido entre PS e PSD, quando um cai, ressurge o outro, mesmo que esse outro não esconda as suas intenções de ir mais longe do que a troika, por exemplo, nem tão pouco

Um ano

Faz hoje um ano que as ruas de várias cidades do país se encheram com milhares de cidadãos num protesto organizado pela então denominada Geração à Rasca. O Público tem um artigo interessante sobre o tema , o jornal pergunta para onde foi a indignação e arrisca respostas que se centram no medo, na passividade dos Portugueses. Não nos podemos esquecer que no dia 15 de Outubro de 2011 também se conseguiu compor a cidade de Lisboa e outras com milhares de pessoas, num protesto que contou com a participação da Geração à Rasca, entre outros movimentos. Nem tão-pouco nos podemos esquecer que este movimento e outros similares contribuíram para uma mudança que me parece ainda ser indelével: a participação de movimentos, a importância desses movimentos para a exteriorização do descontentamento. Hoje fala-se do enfraquecimento destes movimentos. Não concordo. Os movimentos continuam a existir e a participação com o objectivo de mudar as políticas não perdeu toda a sua força. De resto,

O Perdão

O Governo grego anunciou que garantiu um perdão da dívida, num processo de reestruturação em que para a mesma o poder de decisão do Governo grego - governo fantoche que em nada dignifica a democracia e que pouco ou nada representa o povo grego - foi nulo. Diz-se agora que o perdão significa o afastamento do fantasma da bancarrota. Dito assim, parece que a Grécia conseguiu um bom negócio, livrando-se de dívida que terá um menor impacto no PIB. Será conveniente ter, pelo menos, dúvidas quanto às vantagens que este acordo supostamente tem para a Grécia. As informações que a comunicação social divulga são genéricas e não raras vezes enviesadas e com os representantes da UE também não podemos contar para detalhes que não passem pela linguagem convenientemente cifrada, que mais não é do que uma indicação de que estes assuntos aparentemente tão intrincados não são para os leigos, para o comum dos cidadãos. Aliás, quanto menos informação, menos risco de pensamento e de questioname

O fosso

Existe um fosso cujas dimensão aumenta de dia para dia. O aumento desse fosso contribuiu decisivamente para o enfraquecimento da democracia. Trata-se do fosso entre cidadãos e classe política. A descrença que os cidadãos sentem relativamente aos políticos generaliza-se e agrava-se com episódios como aquele que assistimos ontem no Parlamento. O primeiro-ministro, em reposta aos deputados da oposição, ao invés de fazer a defesa das suas políticas limitou-se a intercalar as velhinhas acusações que recaem sobre o Governo anterior com risos que só podem exasperar qualquer cidadão. Não houve momentos de seriedade que os assuntos determinam, apenas sobranceria e risos sarcásticos. Ora, estes episódios são decisivos para o aumento do fosso entre quem elege e quem assume o papel de representante político. Paralelamente às dificuldades que muitos cidadãos atravessam, para além da perda notória de soberania, junta-se agora estas tristes figuras feitas por quem tem responsabilidades go

Ironias do destino

O Presidente Francês e candidato presidencial, Nicolas Sarkozy, filho de um emigrante Húngaro, afirma que há estrangeiros a mais em França. Se alguém com responsabilidades nestas matérias tivesse pensado da mesma forma há algumas décadas atrás, Sarkozy com toda a certeza nunca seria Presidente Francês, nem tão-pouco cidadão Francês. O discurso colhe adeptos e serve para Sarkozy, atrás do candidato socialista nas sondagens, conseguir mais apoios e até chamar a atenção para a sua campanha. O discurso colhe adeptos num país onde a integração de estrangeiros falhou. Esse falhanço contribui para a popularidade de políticos populistas e inanes como é o caso do ainda Presidente Francês. Infelizmente para ele, não me parece que esta seja a questão mais importante que poderá decidir o rumo da campanha. As questões económicas e da Europa dominarão a campanha e serão decisivas para escolha de um vencedor. Neste particular, Sarkozy está muito longe de reunir sucessos, tem a responsabil

Afinal está tudo bem

A crispação entre o ministro da Economia e o primeiro-ministro foi aparentemente sanada. Depois de uma reunião no dia em que alguns meios de comunicação social avançavam a hipótese de Santos Pereira deixar o cargo, tudo está bem. Muitos Portugueses terão respirado de alívio, afinal de contas o ilustríssimo ministro da Economia mantém-se no cargo e o Governo mantém-se unido. A crispação havia sido o resultado de disputa sobre a gestão do QREN. O peso que o ministro das Finanças têm nas decisões sobre esses fundos terá contribuído para a tal crispação. Mas afinal, e para o bem da Nação, está tudo bem. Álvaro Santos Pereira já disse que é tempo de agir, na sua incomensurável sapiência. É tempo para ir mais longe do que a Troika, é tempo para agudizar o retrocesso social, é o tempo do empobrecimento. É tempo de agir. O certo é que todos respirámos de alívio quando fomos brindados com a boa nova: está tudo bem entre os membros deste digníssimo Executivo. Assim, o ministro da Eco

As chatices de Passos Coelho

Há quem diga que são muitas, designadamente por não ser fácil desempenhar-se o cargo de primeiro-ministro num contexto difícil como é o actual. E agora os ministros das Finanças e da Economia discutirem quem tem nas suas mãos as últimas migalhas do QREN. O Jornal "I" adianta mesmo que o ministro da Economia estará de saída. As chatices de Passos Coelho devem agora englobar as crispações entre os membros do seu Governo. Não será fácil gerir estas crispações e atenuá-las, mas todos confiamos na capacidade de liderança do primeiro-ministro, tal como confiamos na sua capacidade de delapidar os Portugueses e o país. Já confiámos na sua capacidade para vender o que resta do país a Chineses e afins, não será seguramente agora por causa dos egos dos seus ministros, que o Governo vai sofrer qualquer abalo. Aliás, este Governo, segundo as sondagens, conta ainda com o apoio inequívoco de muitos cidadãos. Por conseguinte, não será um episódio entre ministros por causa das úl

Desemprego jovem

Pedro Passos Coelho e o seu ilustre Governo apresentaram em Bruxelas - na Cimeira da vacuidade - uma proposta para combater o desemprego entre os mais jovens. Na mesma semana em que os números do desemprego se mostraram ainda mais negros do que muitos esperariam, embora estejam longe de ser os números reais, o Governo tenta mostrar em Bruxelas que o desemprego dos jovens é uma sua preocupação; tentativa, essa aliás, que é comum a outros representantes políticos na Europa. Ora, tudo seria interessante, apesar da insistência nos estágios profissionais como forma de se combater o desemprego jovem, se este Governo, à semelhança do que acontece um pouco por toda a Europa, não insistisse em aplicar uma ideologia que condena os países ao empobrecimento. Não é possível combater o desemprego quando a austeridade é avassaladora. Dir-se-á que a prioridade é a consolidação das contas públicas. Não se percebe muito bem o que é que vai sobrar da economia portuguesa e de outras depois d

Violência na Síria

O país governado pelo presidente Bashar al-Assad tem sido palco de uma violência atroz. Os protestos que tiveram início no ano passado, à semelhança do que aconteceu em vários outros países árabes, está a ser debelada com recurso à violência. Recorde-se que este país vive em estado de emergência desde 1962, o que significa que as garantias concedidas pela constituição ficam sem efeito. Os protestos neste país começaram com um objectivo comum a outros países que com a Primavera árabe conseguiram melhores resultados. Mais liberdades, de expressão, de imprensa, um maior respeito pelos direitos humanos. Todavia, e à semelhança do passado, o regime responde com repressão e violência, violência essa que já ultrapassou largamente os limites de tudo o que é aceitável. Os países da região e a comunidade internacional condenam a violência e exigem que o presidente Bashar al-Assad cesse os ataques ao seu povo. Não chega, como se vê diariamente. O regime que está à frente do país segu