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A mostrar mensagens de agosto, 2018

Festa do Avante: livros non gratos

A Festa do Avante! está habituada às polémicas, a começar pelas listas de convidados conterem amiúde figuras da política internacional que não interessam nem ao diabo. Este ano a Festa conta com nova polémica envolvendo o livro do músico e activista angolano Luaty Beirão, “Sou Eu Mais Livre, Então – Diário de um Preso Político Angolano, que, segundo a editora Bárbara Bulhosa foi excluído da feira do livro da Festa do Avante!. O PCP acusou a editora do “mais primário anticomunismo”, pouco mais adiantando, sobretudo no que diz respeito à justificação dada para excluir o livro: o mesmo incomodaria os camaradas do MPLA que estarão presentes na Festa. Ao invés o partido preferiu chutar responsabilidades para a editora Página a Página que gere a feira. Sobra um argumento para defender a existência de livros non gratos : o espaço é privado e o partido, perdão, a editora, fazem e escolhem aquilo que bem entenderem. Todavia, o que o partido, perdão, a editora, não percebem

As medidas anunciadas por Costa para trazer de volta quem emigrou

António Costa anunciou medidas que visam dar incentivos à vaga de emigração dos últimos anos, sobretudo dos anos sob jugo da troika. Os incentivos serão naturalmente de natureza fiscal e sabe-se também que as medida ainda estão a ser desenhadas, e por conseguinte não estão concluídas. No entanto, as vozes levantam-se, sobretudo daqueles que aparentemente representam comunidades de emigrantes no Reino Unido e em França e, claro está, as vozes baixinhas de uma oposição que foi governo precisamente nos anos de saída desses portugueses e cujo pequeno grande líder recomendou que saíssem da sua zona de conforto e encontrassem outra vida lá fora. O que dizem então essas vozes tão sapientes sobre medidas que ainda nem sequer estão fechadas? A SIC ouviu o director do “Lusojornal” para portugueses a viverem em França que defende que a medida é discriminatória, defendendo que não se percebe por que razão se ajuda uns e não outros. A resposta ainda assim é óbvia: a medida visa trazer de

Centeno e as tristes figuras

Mário Centeno, Presidente do Eurogrupo, desperdiçou uma oportunidade para se dedicar ao tão precioso silêncio. Ao invés, o também ministro das Finanças português, destilou uma assinalável multiplicidade de ideias pré-concebidas que apenas reforçam uma ideia errada quer da Grécia que saiu do programa por défice excessivo, quer da própria UE, designadamente do conjunto de países que integram a zona euro e que se dedicaram não só a destruir um país, como dedicaram-se igualmente a um infindável conjunto de exercícios de humilhação desse mesmo Estado-membro. A celebração encabeçada por Centeno é simplesmente ridícula. Não há nada para celebrar, antes pelo contrário, este deveria ser um momento aproveitado para reflexão da própria UE, isto se a ideia for ainda manter e consolidar o projecto europeu. De resto, a própria Grécia continua a viver um verdadeiro pesadelo sem que as instituições europeias demonstrem sequer um laivo de preocupação, apenas exercícios de auto-indulgência que ficam

Aliança, Iniciativa Liberal e as boas notícias para a “geringonça”

Santana Lopes veio agitar as águas já por si revoltosas do PSD, desde a saída do grande líder Pedro Passos Coelho e da presidência do inócuo Rui Rio. Uma multiplicidade de vozes do PSD submergiram da também habitual mediocridade para criticar a iniciativa de Santana Lopes. José Eduardo Martins consegue mesmo afirmar que a dita iniciativa do ex-candidato à liderança do PSD e ex- de praticamente tudo é uma “salganhada ideológica”. José Eduardo Martins é a mesma pessoa que já afiançou o seu apoio a Pedro Duarte, desafiador da liderança do PSD. Com efeito, a intenção já manifestada por Santana Lopes e que aposta no conservadorismo como ideologia não será tão desprovida de sentido como eventualmente possa parecer. De resto, existe quem procure avidamente esse conservadorismo e não o encontre nem no PSD, nem tão-pouco no cristão CDS, cuja liderança não passa de uma animação colorida sem qualquer espécie de conteúdo. Na verdade, pouco vêem com bons olhos a decisão de Santana de sair do

Uma desgraça incompleta

O incêndio de Monchique, apesar de ter causado significativos danos materiais e psicológicos, ficou muito aquém de outras catástrofes do passado recente. Ora aqui está uma desgraça que por não ter sido total e inexorável não encheu as medidas da oposição abutre. Assim sendo, restaram algumas críticas à forma como o primeiro-ministro mostrou satisfação com o desfecho, não se percebendo muito bem o que é que o PSD, autor das críticas, pretendia. Um primeiro-ministro choroso? Resignado? Melancólico? Enfim, não sendo esta uma estratégia com pernas para andar, existiu quem tentou cavalgar na onda de insatisfação das populações, não tocando obviamente no centro dessas críticas, mas andando à volta da “desorganização no terreno” e por aí fora. Ou seja, ainda não foi desta que uma oposição vazia de ideias e de estratégia, com o maior partido da oposição ainda a chorar a perda do Pai Pedro Passos Coelho, conseguiu os colher frutos tão necessários para umas eleições que se avizinham

E quando finalmente nos consideramos civilizados, eis que utilizamos dinheiros públicos para promover a barbárie

Sim, este é um artigo sobre touradas. E sim, a tourada é sinónimo de barbárie. Vivemos num país onde todos nos penitenciamos quando somos acusados de viver e gastar acima das nossas possibilidades, mas há dinheiro para a barbárie. Este é o país em que a direita acusa o Estado de gastar mal o dinheiro dos contribuintes e com razão, mas as touradas são financiadas com dinheiros públicos, com muito dinheiro público. E no entanto, essa mesma direita que acusa o Estado de gastar mal o dinheiro de todos nós, quando chega a altura de corrigir a trajectória, não age em conformidade, como se viu na votação do projecto de lei do PAN para acabar com esse sorvedouro de dinheiros públicos: a tourada. Este é também o país em que se criminalizou os maus-tratos a animais, no que se pode considerar um verdadeiro avanço civilizacional, excepto numa praça de touros, onde um determinado animal, diferente de todos os outros, pode ser esquartejado, desde que não morra na arena, porque admite-s

Alterações climáticas: e se tivermos já atingido um ponto de não retorno?

Imagine-se Lisboa sem a sua zona ribeirinha, consequência do aumento do nível médio do mar. Consegue-se imaginar? É difícil. O exemplo dado pelo jornal Público serve para ilustrar melhor aos leitores portugueses um cenário que segundo a revista científica PNAS pode muito bem se tornar real. Recorde-se que a temperatura média da terra tem vindo a aumentar desde, pelo menos os últimos 35 anos, designadamente devido ao já tão conhecido aumento de concentração de dióxido de carbono que resulta da queima de combustíveis fósseis. No sentido de evitar o pior cenário, praticamente todos os países do mundo chegaram ao Acordo de Paris que determinou que aquecimento global não pode chegar aos dois graus. Porém, o que os cientistas agora preconizam é que essa meta pode muito bem não ser suficiente para travar aquilo que será um verdadeiro cataclismo, uma fatalidade para a Terra: a subida de 5 a 6 graus da temperatura média que transformará o planeta numa estufa "com desertos e

O abandono de Santana Lopes

O que dizer quando parte da mediocridade salta fora do barco? O resto da mediocridade fica mais pobre ou mais rica sem essa parcela de mediocridade que a abandonou? Estas questões retóricas servem para se pensar a saída de Santana Lopes do PSD. Sim, ele por ali ainda andava, apesar de andar a ameaçar a criação de um outro partido liberal há muito tempo, há demasiado tempo. Assim, o ex-candidato à liderança do PSD, em carta, crítica a aproximação do PSD ao PS e deixa-se de ameaças, saltando fora do partido. Este abandono terá provavelmente como consequência a tal criação de um novo partido liberal que, segundo algumas sondagens, conta com menos 2 por cento das intenções de voto dos eleitores. Santana Lopes é um resistente: resiste às derrotas, resiste à mudança dos tempos, mas não resiste à tentação de criar um partido que tenha o seu rosto, apenas o seu rosto, Em resumo, a notícia não surpreende nem constituí sequer motivo de preocupação na perspectiva da actual lideranç

Depois de Robles podemos todos respirar de alívio

Finalmente podemos respirar de alívio, Ricardo Robles demitiu-se, permitindo desse modo que a política e os políticos possam permanecer limpos e inocentes. Agora sim, podemos dizer que a política é um mundo sadio e justo, sobretudo depois de se ter afastado um elemento conspurcado pelos negócios, pasme-se! - negócios com uma irmã. Que sacrilégio. Muito devemos agradecer a partidos como o PSD - paladino dos bons costumes - o afastamento de elementos que dão mau nome à política porque a conspurcam; muito devemos a partidos como o PSD que dão um contributo essencial para a limpeza do cenário político. O que seria do país se não fossem estes justiceiros, estes super-heróis sem capa, invariavelmente coadjuvados por uma comunicação social que prefere claramente os casos como aquele de Robles do que os submarinos de Portas? Muito devemos agradecer a partidos como o PSD que fazem o favor de nos lembrar que para se ser de esquerda importa ser pobre, ou pelo menos parecer. Muito d