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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2009

Extremismo americano

O Presidente Obama está a atravessar o período mais difícil desde que tomou posse. A principal razão estará relacionada nas mudanças que Obama pretende fazer na área da saúde e que conta com a forte oposição da direita e da ultra-direita dos Estados Unidos. Os argumentos falaciosos têm sido, de resto, recorrentes no discurso dos conservadores. Contudo, mais grave do que os argumentos falaciosos são as consequências que o discurso incendiário adoptado por muitos conservadores pode originar, designadamente no que diz respeito à própria integridade física do Presidente americano. Com efeito, Obama certamente sabia que a tarefa a que se propunha era hercúlea, mas o extremismo que toma invariavelmente conta de muitos opositores que não escondem o seu fanatismo poderá abalar a forte resiliência do Presidente americano. É assim que os EUA desperdiçam mais uma oportunidade de encetar mudanças que o país tanto necessita e, simultaneamente, o discurso inflamado contra Obama reforça o antiamerica

O trabalho da Autoridade da Concorrência

Depois de especialistas virem a público criticar o trabalho da Autoridade da Concorrência (AdC) no que diz respeito às incongruências que se têm verificado no sector dos combustíveis, o Presidente da Autoridade da Concorrência afirmou que esta tem feito um trabalho que mais nenhuma autoridade tem feito no seio da União Europeia e da OCDE. Ora estas afirmações do presidente daAdC só podem deixar os cidadãos estupefactos, tendo em conta que as conclusões a que a autoridade tem chegado relativamente ao sector dos combustíveis esbarram na realidade dos factos: não obstante a descida do preço do petróleo, os consumidores nunca sentiram verdadeiramente essa descida e a não existência de concertação no sector afirmada pelaAdC pôs o país a rir. O ministro das Finanças escusa-se a comentar as críticas que são feitas ao regulador e, mais grave, nada faz para contrariar a tendência visível de se prejudicar os consumidores em nome de um mercado mal regulado, poucotransparente e que recorre a prát

Voto nulo

O surgimento de um movimento que pugna pelo voto nulo é mais um sinal da descrença de muitos portugueses no sistema político-partidário que foi criado em Portugal. Na sua essência, o partido em questão defende o voto nulo já nas próximas eleições, enfatizando a defesa da democracia, mas não escondendo a sua rejeição dos partidos políticos portugueses. Apesar de se reconhecer legitimidade no uso deste tipo de voto, não será de uma maiorproficuidade insistir em mudanças necessárias, difíceis é certo, do que simplesmente desistir? E mesmo que o voto em branco seja encarado como um voto de protesto, a verdade é que não estou assim tão certa que essa poderá ser a solução. Não existem dúvidas quanto à falta de qualidade, competências e sensatez dos principais intervenientes políticos, e além do mais, são invariavelmente os mesmos a representarem os cidadãos. Veja-se as listas de deputados do PSD para as próximas eleições: onde está a renovação? E no PS? E nos restantes partidos? Ou mantém as

As escolhas do PSD

Instalou-se a polémica no processo de escolha das listas de deputados do PSD para as próximas eleições. Os factos mais polémicos prendem-se com a exclusão de Pedro Passos Coelho, com a existência de nomes como António Preto e Helena Lopes da Costa que estão envolvidos em processos judiciais e a inclusão de Maria José Nogueira Pinto (ex-CDS-PP). As divisões no seio do partido voltaram a ser as verdadeiras protagonistas deste processo de escolha. Na verdade, estas divisões revelam que mais do que o interesse do país, o que vale são interesses pessoais ou de pequenos grupos de interesse que são escolhidos ou afastados de uma lista proposta pelo PSD, não tanto pela competência e pelatransparência (veja-se o caso das escolhas de políticos envolvidos em processos judiciais). As quezílias dos partidos são o que menos interessa aos portugueses, sendo mesmo exasperante assistir a confrontos não centrados em ideias, mas sim em pessoas e nos seus interesses. E também é verdade que o PSD ainda e

Consequências do caso Isaltino Morais

O Tribunal de Sintra condenou o autarca de Oeiras, Isaltino Morais, a uma pena de 7 anos de prisão efectiva e a perda de mandato . Apesar de ainda se ter que aguardar pelos recursos e embora o autarca já tenha feito questão de afirmar a sua intenção de se recandidatar, a pena decretada pelo Tribunal de Sintra é um sinal que a Justiça portuguesa pode ser mais eficiente e justa. Note-se bem que a má reputação da Justiça portuguesa tem o seu fundamento, o que torna esta sentença ainda mais importante. As consequências políticas da sentença proferida ontem deveriam originar uma imediata erradicação do autarca de Oeiras da política. É necessária uma maiortransparência no seio da classe política para que a própria democracia possa ser consolidada. Ora, a promiscuidade de parte da classe política com outros sectores da vida económica e a busca incessante de alguns da satisfação das suas necessidades tem minado a confiança dos cidadãos em relação às próprias instituições democráticas. A recand

Críticas à intervenção militar no Afeganistão

A intervenção militar no Afeganistão tem sido alvo de críticas que têm subido de tom, desta vez foi a vez dos deputados britânicos criticarem não tanto a intervenção propriamente dita, mas ainda assim manifestaram o seu desagrado com a forma como essa intervenção tem sido levada a cabo. Genericamente, ninguém pode estar satisfeito com os resultados da intervenção: o número de vítimas civis não cessa de aumentar, o mesmo se tem passado com as baixas entre os militares e polícias . Paralelamente, a ameaça talibã nunca desapareceu, pelo contrário, tem vindo a recrudesceder e o tráfico de droga é uma realidade indiscutível do país. Nestas circunstâncias, muitas críticas que têm sido feitas à intervenção militar no Afeganistão tem o seu fundamento, não tanto às causas, mas sim em relação à forma. Aliás, é consensual que a intervenção militar por si só é insuficiente, são necessárias medidas complementares de reconstrução de um país que nas últimas décadas não conhece outra realidade que nã