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A mostrar mensagens de agosto, 2015

Neoliberalismo provinciano

Talvez seja esta a melhor forma de descrever aquela espécie de ideologia que está subjacente à acção governativa do Executivo de Passos Coelho - um neoliberalismo provinciano, néscio, medíocre; um cruzamento de ideologia e interesses; a que ideologia abre as portas à satisfação de interesses adjacentes a grupos ligados aos partidos repletos de seres vazios que fazem o papel de lacaios. Neste sentido, percebe-se a utilidade do neoliberalismo, mesmo provinciano, néscio e medíocre: o reduzido papel do Estado na economia, a redução da despesa pública e consequente redução da qualidade dos serviços públicos aliado ao reforço do privado na economia; as privatizações servem os interesses que movem os partidos da coligação. É perfeito: a coberto de uma ideologia aliada a pretensas imposições externas abriu-se a porta a negócios que os alegados discípulos de Hayek e Friedman aproveitam sem reservas. Para compor o cenário, os executantes destas políticas, invariavelmente gente medíocre e en

Não confundir batatas com laranjas (podres)

Marco António Costa afirma não confundir batatas, cebolas e laranjas porque se "está a falar de pessoas", referindo-se aos números do desemprego e a uma frase proferida por Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda. Marco António, o mesmo senhor que fez um trabalho inesquecível na autarquia de Vila Nova de Gaia, apela à não confusão e sublinha a importância das pessoas. Seguramente, poucos confundirão batatas com laranjas, sobretudo se estas forem pequenas e em avançado estado de putrefação como são as laranjas do PSD. No que toca aos números do desemprego, boa parte dos cidadãos conhece de perto a realidade, ou por se encontrarem nessa condição de desempregado ou por terem pessoas no círculo mais íntimo que se encontram no desemprego. Aquilo que também é perceptível prende-se com a insistência quer do Governo, quer do maior partido da oposição em se dedicar à luta de números, ignorando amiúde que esses números se traduzem em dramas incomensuráveis. É um cliché, mas

Uma Europa à deriva

Depois da crise da Zona Euro (actualmente meramente adormecida) a Europa depara-se com uma crise humanitária consequência da chegada de imigrantes a território europeu.  David Cameron, primeiro-ministro britânico, adoptou uma retórica anti-imigração, comportando-se como se o seu país nada tivesse a ver com o problema. Voltamos à questão da ausência problemática de sentido histórico. Afinal de contas, o passado recente do Reino Unido como peça essencial na instabilidade de países que hoje servem de plataforma para a migração olhada com tanto desdém, não existe. Prescindo de abordar o passado mais remoto o que me obrigaria a referir verdadeiras “ pragas ” de outros tempos. Mais: a Europa, afundada na mediocridade das suas lideranças, não tem capacidade de atenuar o fluxo migratório. Existirá apenas retórica e uns muros reais ou imaginários. A questão exigia uma coordenação e eficiência que não existe nas actuais lideranças. No entanto, não deixa de ser irónico que um continente en

Os números do desemprego

Um dos temas da actualidade política pré-campanha eleitoral tem sido o desemprego, aliás, tema que perpassou toda a legislatura, com particular ênfase nos últimos anos. Os número que o Governo usa como fruto do seu sucesso estão - como se sabia - muito longe da realidade. Eugénio Rosa, num estudo da CGTP, põe a nu a realidade atroz dos verdadeiros números do desemprego. Assim verifica-se que mais de 500 mil desempregados não entram nas listas, ficando de fora dos números mágicos com os quais o governo faz mais um número de propaganda política absolutamente desfasada da realidade. Se essas pessoas que estão fora da lista contassem como verdadeiros desempregados (que são), a taxa de desemprego em Portugal atingiria os 22 por cento. Este ´é o número real. Porém, este é um número que não interessa ao Governo preocupado em ganhar eleições, pese embora o ainda primeiro-ministro tenha manifestado estar-se "nas tintas" para as ditas eleições. Serve o estudo de Eugénio Rosa par

PAF

Se a PAF (Portugal à Frente) vencer as eleições não é prudente descartar um puf! - já que estamos numa de onomatopeias - Puf! à Segurança Social, semi-privatizada; puf à Caixa Geral de Depósitos, ficando assim o país entregue à especulação financeira sem um banco público de que se possa socorrer - quando nos depararmos com a próxima crise financeira, sim, é só mesmo uma questão de tempo, lá virá o tempo de arrependimento. Afinal a CGD até podia dar algum jeito. Até lá assistiremos ao enfraquecimento da CGD - a receita não é nova, como se sabe. A PAF apresentou o seu programa que não traz novidades e que dá particular ênfase à componente social. Isto depois de 4 anos de acentuado empobrecimento. Os dois pilares da PAF são o crescimento económico, com previsões muito optimistas, e a já referida componente ou desenvolvimento social. Será agora que se vai combater a pobreza e as desigualdades; as mesmas criadas pelos partidos da coligação PSD/CDS. Curioso, no mínimo, patológico, na melh