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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2009

O flagelo do desemprego

As previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o desemprego são assustadoras. Segundo a OIT dezenas de milhões de pessoas podem vir a perder os seus empregos. Os números revelam a pior face de uma crise desencadeada pela ganância e pelo mais inexorável despudor. Dificilmente a ameaça de desemprego que a OIT refere não se concretizará. Já muito se disse e escreveu sobre a crise, sobre as causas da crise e sobre das suas eventuais consequências. Todavia, quando uma organização internacional faz previsões de desemprego em massa, o assunto merece todo o destaque possível. Com o desemprego virão outros problemas, designadamente problemas de coesão social que, em última instância, põe em causa a organização e estrutura das sociedades ocidentais. Os planos dos vários governos de combate à crise incluem estratégias de contenção do desemprego e de criação de novo emprego. Infelizmente, esses planos correm o sério risco de serem insuficientes. A crise que começou no sector fina

Credibilidade dos políticos

As últimas notícias do caso Freeport vêm juntar-se ao vasto rol de situações ambíguas e mal esclarecidas que ensombram a imagem de alguns políticos portugueses dando assim um forte contributo para fragilização da democracia. Note-se que se trata de um conjunto de situações que são tratadas pelas instâncias competentes, mas por razões de morosidade e de ineficácia não conhecem atempadamente o desfecho necessário. A questão da credibilidade dos políticos levanta uma multiplicidade de problemas. De um modo geral, assiste-se a um afastamento dos cidadãos dos políticos. As razões que subjazem a esse afastamento são de vária ordem, mas as recorrentes suspeições que recaem sobre alguns políticos portugueses degeneram amiúde no recurso ostensivo à generalização e ao alargamento do fosso que separa políticos e cidadãos. Paralelamente, existe a noção de que alguns políticos para além de sucumbirem à promiscuidade nomeadamente no que diz respeito às empresas e por vezes até ao futebol, vivem na i

A impossibilidade da paz

O cessar-fogo entre o Hamas e o Israel começa a dar sinais evidentes de fraqueza. De facto, as expectativas gerais quanto a este cessar-fogo sempre foram diminutas, mas agora os sinais de que o mesmo dificilmente se manterá tornam-se cada vez mais evidentes. A certeza da guerra e a impossibilidade da paz redundam invariavelmente na instabilidade que se vive em toda a região. A impossibilidade da paz prende-se com vários factores, a começar com a natureza e ideologia do movimento radical Hamas. Este movimento tem sido, em vários momentos,o responsável pelo fim das tréguas entre os dois lados. E no essencial, o Hamas inviabiliza a paz no momento em que rejeita e existência de um Estado israelita; ou dito de outro modo, não haverá paz enquanto não coexistirem dois estados: um israelita e outro palestiniano. Paralelamente, o Hamas mantém relações de alguma proximidade com países como o Irão e a Síria. E no caso específico do Irão, importa sublinhar os elementos que tanto o regime iraniano

Guantánamo divide a UE

Não há acordo na União Europeia sobre um possível acolhimento de presos de Guantánamo. Era aliás expectável que esta questão de Guantánamo dividisse a Europa. ( http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1357578&idCanal=11 ). Felizmente, a proposta portuguesa foi encarada por vários países com incertezas e uma natural e saudável desconfiança. Afinal um acolhimento de prisioneiros de Guantánamo levanta mais dúvidas do que certezas, em particular quando as próprias autoridades americanas também sentem várias dificuldades no que toca ao encerramento de Guantánamo. Barack Obama determinou o encerramento daquele campo de prisioneiros, considerado um erro e uma mancha na imagem dos EUA. Mesmo que não se constate o óbvio, ou seja, que se trata de um problema criado pelos EUA e, portanto, merece uma solução americana, a vinda de prisioneiros para a Europa dificilmente seria bem aceite pela opinião pública. Já para não falar das dificuldades jurídicas que o problema levanta. De fact

Consequências políticas do caso Freeport

Neste momento só é sensato discutir-se as eventuais consequências políticas do caso Freeport, deixando que a justiça se encarregue das possíveis consequências judiciais. Do ponto de vista político, é evidente que o caso Freeport ensombra a imagem do primeiro-ministro. O desgaste é evidente. E a comunicação social não consegue esconder a voracidade que este caso lhe está a provocar. O desgaste que as dúvidas, as suspeições e as situações menos transparentes têm causado na imagem do primeiro-ministro são ainda mais graves em ano de eleições. Os principais partidos da oposição têm tido uma actuação genericamente correcta, pelo menos no que toca a declarações extemporâneas que, até ao momento, não tem acontecido. Todavia, mesmo que o caso não seja aproveitado politicamente pelos partidos da oposição, não se pode negar que a contínua torrente de notícias sobre alegadas irregularidades envolvendo familiares de José Sócrates pode causar danos graves nas aspirações políticas do primeiro-minist

O caso Freeport

O caso Freeport voltou a abrir os serviços noticiosos dos principais canais de televisão. A imagem do primeiro-ministro que já aparecia invariavelmente associada ao caso surge novamente implicada, mas desta vez esse acompanhamento sai reforçado com as diligências à casa e empresa do tio materno de José Sócrates. O envolvimento das autoridades britânicas que investigam a empresa-mãe do outlet desencadeia novas investigações por parte das autoridades portuguesas. O semanário Sol tem publicado notícias que dão conta das investigações das autoridades britânicas sobre irregularidades no processo de licenciamento do outlet. Essas investigações contém uma lista de 15 suspeitos, incluindo um ex-ministro português do Governo de António Guterres. Ora, o nome desse ministro, apesar de não ter sido revelado, começa a parecer evidente para muitos portugueses. As suspeições que agora são reforçadas com as buscas de ontem, vêm ensombrar o primeiro-ministro que vê assim o seu nome indirectamente assoc

O mundo mais próximo dos Estados Unidos

Na tomada de posse de Barack Obama, seguida com grande entusiasmo nos Estados Unidos e no resto do mundo, o novo Presidente americano fez um discurso que nos faz sentir, em particular a nós europeus, mais próximos dos Estados Unidos. De facto, o discurso do Presidente americano também serviu para relembrar a todos que é possível fazer política sem dividir. Más notícias para quem não consegue ultrapassar um ódio visceral, latente ou visível, sobre tudo o que esteja relacionado com os Estados Unidos. Será curioso assistir aos paradoxos que provavelmente a presidência de Obama vai levantar em certos segmentos da vida política na Europa. Apesar da existência de algumas vozes que vêem em Obama apenas e só uma futura desilusão, grande parte dos americanos e do resto do mundo têm esperança que Obama seja de facto a personificação da mudança. Os líderes europeus mostram-se ansiosos por trabalhar com Obama; no Médio Oriente a esperança também tem o rosto de Barack Obama; o mesmo se passa em Áf

Obama e o nosso pessimismo

Há quem não resista a mostrar o seu pessimismo misturado com alguma má fé e a recorrente descrença em tudo o que esteja relacionado com os Estados Unidos, ou em casos mais particulares, tudo o que se insira no contexto da política. De resto, vinga a ideia de que dos Estados Unidos nada poderá vir de bom, nem mesmo a eleição de um afro-americano num país considerado por muitos como sendo intolerante, retrógrado, virado para si próprio. Nestas condições, muitos dos que opinam sobre o assunto são incapazes de esperar para ver, encetando assim formas de diminuir a importância de Barack Obama ou, como é possível ler-se num blogue, associando as multidões que se deslocaram a Washington a greves ou a parolice. Esta estreiteza de espírito deveria merecer o mais inexorável desprezo, ao invés de se dedicar algumas linhas ao assunto. Todavia, estas manifestações de mesquinhez são demonstrativas do seguinte: apesar de Obama ter feito uma campanha exemplar, apesar de ter sempre demonstrado uma acen

Os desafios do Presidente Obama

Barack Obama toma hoje posse do cargo por muitos considerado como sendo o mais importante do mundo e rodeado de um apoio popular inaudito. Com efeito, o recém-eleito Presidente americano conta com um extraordinário estado de graça que, apesar das vindouras e inevitáveis desilusões, tem tudo para não ser apenas um fenómeno efémero. Segundo algumas sondagens, o novo Presidente tem vindo a sua popularidade aumentar desde as eleições em Novembro, atingindo agora valores sem precedentes nas últimas décadas. Os desafios do agora Presidente americano são incomensuráveis. A começar na crise financeira que teve o seu epicentro precisamente nos Estados Unidos e que estão a ter consequências dramáticas para muitos americanos. Por outro lado, o mundo atravessa períodos de incerteza e de instabilidade. O último grande exemplo disso mesmo tem sido o recrudescimento da violência entre Israel e o Hamas. Mas o problema do Irão, o regresso à instabilidade no Afeganistão e a ocasional provocação russa sã

A um dia da tomada de posse

Barack Obama está a um dia de tomar posse como novo Presidente americano. Amanhã será um dia verdadeiramente histórico. Obama agradeceu aos americanos ( http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1356639&idCanal=11 ) e mostrou uma vez mais que consegue equilibrar no seu discurso os onerosos desafios do futuro e a força que os americanos têm para ultrapassar esses desafios. Ora, o dia de amanhã tem sido impacientemente aguardado por muitos americanos e por grande parte do mundo. Aliás, é curioso como o anódino cessar-fogo entre Israel e o Hamas concretizou-se quando faltavam escassos dias para Obama tomar posse. Com efeito, o fim da era Bush e o inicio da presidência de Obama têm fortes efeitos psicológicos quer nos EUA, quer em todo o mundo. Hoje, por exemplo, as bolsas deram sinais positivos, sinais esses que não são alheios ao facto de faltar apenas um dia para a tomada de posse de Obama. As expectativas, muito se tem dito, são demasiado altas. Mas também é verdade que as

Cessar-fogo na Faixa de Gaza

Começa a ser visível um maior número de sinais de um possível cessar-fogo em Gaza. Depois de intensas movimentações no sentido de se chegar a um acordo entre ambas as partes, agora foi a vez do primeiro-ministro israelita falar da proximidade de um cessar-fogo, ressalvando, porém, a necessidade do Hamas colaborar. Estes sinais são positivos, embora ontem o Hamas tenha registado mais uma baixa de peso - o ministo do interior morreu na sequência de uma raide israelita. A guerra, para muitos desproporcionada, que põe frente-a-frente o movimento radical Hamas e o Estado israelita, não é sustentável durante muito mais tempo. De um modo geral, o povo palestiniano que se encontra em Gaza não tem qualquer hipótese de sobreviver a uma guerra duradoura, em particular quando até as ajudas humanitárias são destruídas pelos raides israelitas. Esta é uma evidência, independentemente do lado que eventualmente se possa escolher para defender. Outro facto não menos evidente prende-se com a natureza do

As palavras do patriarca de Lisboa e as reacções

As afirmações do cardeal patriarca de Lisboa originaram dois tipos de reacções: uma reacção de incompreensão e crítica e outra, em sentido diametralmente oposto, de compreensão e apoio. É evidente que muitas dessas opiniões estão condicionadas pela religião ou pela ausência da mesma. Poucos são os que mostram ser capazes de fazer uma análise mais distante desses condicionamentos. Os que criticaram as palavras de D. José Policarpo - e eu incluo-me nesse rol - foram imediatamente acusados de serem reféns do politicamente correcto e por essa razão, as suas posições são imediatamente desconsideradas. Isto apesar de muitos de nós terem referido que as palavras do patriarca dividem mais do que unem, em particular numa altura em que a aproximação é essencial e o afastamento mostra ser contraproducente. No essencial a crítica recai nas consequências das palavras desta figura da Igreja. Ou será que alguém com bom senso pensa que o caminho para atenuar aquilo que muitos designam por choque de ci

Casamentos com muçulmanos

Segundo o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, os casamentos com muçulmanos são a evitar. Segundo esta putativa figura da Igreja católica portuguesa, deve-se ter "cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam.” As afirmações do cardeal são, no mínimo, surpreendentes. Ora, quando se deve pugnar por maior diálogo entre religiões e por maior tolerância, uma afirmação desta natureza não vai seguramente cair bem entre a comunidade muçulmana em Portugal. As preocupações do cardeal até terão a sua legitimidade, mas ao fazer a exposição das mesmas, deve imperar o bom senso. E apesar da visibilidade do radicalismo islâmico e a influência que isso tem para a imagem dos Islão, a verdade é que existem correntes moderadas que necessitam de ser respeitadas. De resto, afirmações da natureza daquelas que foram proferidas pelo cardeal patriarca de Lisboa só contribuem para

O paroxismo dos últimos dias

A notícia, veiculada pelo Público online ( http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355924&idCanal=11 ) e que dá conta da vergonha de Condolezza Rice e da submissão do Presidente Bush, consequência das exigências de Israel, vem dar mais um contributo para a saída desastrosa da actual Administração americana. A forma como Ehud Olmert, primeiro-ministro israelita, fala da sua abordagem a George W. Bush e a Condolezza Rice é, no mínimo, um embaraço. Em síntese, Olmert conseguiu com que Condolezza Rice "ficasse bastante envergonhada" com o seu chumbo da sua própria proposta, na ONU. Mas é a forma como Olmert fala desta sua vitória, descrevendo um Presidente anódino e próximo do ridículo. De facto, se muitos de nós achavam que já tinham visto praticamente tudo do actual Presidente americano, chegamos à conclusão que afinal,George W. Bush ainda tem muito para oferecer. O ainda Presidente americano ficará na História, entre outras coisas, como sendo o principal respons

Promoções e desconsiderações

A promoção de Armando Vara, concedida pela Caixa Geral de Depósitos, já depois do actual vice-presidente do BCP ter cessado funções, é sintomático da degradação do sistema político português. A notícia do Público mostra claramente a desconsideração pelo país por parte de quem já desempenhou funções públicas. Numa altura em que se assiste ao mais claro desprezo pela classe média, em que se verificam almofadas para as instituições financeiras se sentirem mais confortáveis, são estas situações que não são compagináveis com a consolidação da democracia. Com efeito, a promiscuidade entre políticos e mundo dos negócios é cada vez mais evidente, tanto mais que há nem há pudor em disfarçar essa promiscuidade. De igual forma, a existência de sistemas criados apenas para conceder benesses às direcções de instituições financeiras já era discutido até antes da crise. Mas é a crise que veio e vem revelar a ganância, a obtusidade e a condição privilegiada de quem ocupava cargos de direcção comparati

O passado e o futuro no conflito israelo-palestiniano

A discussão sobre o conflito israelo-palestiniano tem vindo a ser minada por um ostensivo regresso ao passado. Discute-se qual das partes da contenda encontra maior legitimidade; quem esteve primeiro no território que se desdobra hoje em Israel e nos territórios palestinianos; quem esteve durante um maior período de tempo nesse território, a quem pertence partes isoladas da região. O problema desta discussão é que nos distancia do essencial e, além disso, a História da região é de tal maneira intrincada que se ajusta à visão que cada um tem do assunto. Assim, os israelitas recordam a chegada das primeiras tribos hebraicas; lembram o tempo de David e Salomão e a cidade de Jerusálem como capital; evocam a ocupação Romana a consequente expulsão dos Judeus (grande diáspora). Já para não falar de conceitos mais vagos, como o da Terra Prometida. O povo palestiniano e os seus fervorosos apoiantes lembram que em 638 chegam os primeiros árabes muçulmanos e a sua permanência e domínio perduraram

O extremismo na análise do conflito israelo-palestiniano

O conflito israelo-palestiniano, a par de outros conflitos, é caracterizado pelo extremismo de ambas as partes. Mas esse extremismo não se cinge apenas ao conflito propriamente dito, alastrando também às opiniões, análises e posições que são adoptadas por quem discute este intrincado assunto. Consequentemente, ou se é defensor irredutível da posição palestiniana ou se é pro-israelita. Esta radicalização de posições em nada tem ajudado na resolução do problema. A actual incursão israelita na Faixa de Gaza é mais uma oportunidade para assistirmos à digladiação de todo o tipo de argumentos sustentando a posição israelita ou a posição palestiniana. A própria comunidade internacional, com os Estados Unidos à cabeça, tem despendido mais tempo a criticar ou a apoiar um dos lados, do que tem contribuído para um entendimento na região. O mesmo se passa com grande parte dos países vizinhos de Israel. O problema da radicalização de posições é a cegueira a que a mesma conduz. Senão vejamos, as opi

Recessão

As previsões do Banco de Portugal (BdP) apontam para um período extenso de recessão, não se prevendo melhorias significativas até 2010. Por outro lado, e num registo mais animador, o BdP enuncia alguns aumentos no rendimento disponível das famílias, pelo menos daquelas que conseguirem manter os seus postos de trabalho. Esses aumentos são consequência de uma baixa da inflação e de uma redução progressiva das taxas de juro. As previsões do BdP deixam cair por terra todas as ilusões criadas pelo Governo de José Sócrates que demorou muito tempo a admitir que a situação económica era manifestamente difícil. E mesmo que o Chefe de Governo pretendesse manter algum optimismo, isso não inviabiliza a tomada de consciência da realidade. Tomada de consciência essa que é fundamental para nos preparamos para o futuro. Quanto ao ano que agora se inicia, as previsões são de facto pessimistas. O maior problema - e pelo menos quanto a isto já há consensos - é, indubitavelmente, o emprego. Seria irrealis

Primeiro-ministro e a crise

O primeiro-ministro tem tido uma relação muito peculiar com a crise. Quando a mesma começou a dar os seus primeiros sinais, José Sócrates foi exímio na tarefa de desvalorização, posteriormente adoptou uma postura mais contida, não deixando, contudo, de manifestar o seu relativo optimismo perante os impactos da crise. Hoje, a postura do primeiro-ministro mudou: já admite cenários mais complexos, como o de uma recessão e não esconde as enormes desafios com que o país se depara. A admissão de um cenário de recessão foi dado numa entrevista televisiva. Lamenta-se, porém, alguma demora, em particular no princípio do ano de 2008 quando o subprime já era uma realidade incontornável, do Executivo em reconhecer a gravidade da situação. Além disso, o último Orçamento de Estado pautou-se pelo irrealismo, transformando uma rectificação numa inevitabilidade. É claro que se exige do primeiro-ministro algum optimismo, mas também alguma contenção nesse optimismo, e, fundamentalmente muito realismo. Nu

Necessidade de um cessar-fogo

A guerra que regressou ao Médio Oriente, designadamente à Faixa de Gaza, não pode continuar, sob pena de se agudizar os profundos antagonismos que caracterizam a região. Embora não haja registos, nos últimos anos, de verdadeiros progressos rumo à paz, a perpetuação do conflito que opõe Israel ao Hamas resulta inevitavelmente num agravamento da instabilidade, inviabilizando qualquer processo de paz. A situação que se está a viver nesta parte do Médio Oriente é de grande complexidade, e nada ajuda o extremar de posições, apoiando intransigentemente o lado palestiniano ou o lado israelita. Infelizmente é precisamente isto que está a acontecer. Deste modo, a ofensiva israelita tem o seu fundamento: os ostensivos ataques ao território israelita, levados a cabo pelo Hamas acabariam, mais cedo ou mais tarde, por merecer uma resposta israelita. Todavia, as consequências dessa resposta, em particular se a mesma se traduzir numa verdadeira guerra, poderão ser contraproducentes. Ao invés de se co