Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2012

Banco Central Europeu

Nunca se falou tanto do Banco Central Europeu (BCE) como nos últimos anos, pelas piores razões. Ainda ontem o Presidente da República Portuguesa fez as suas recomendações, designadamente sobre a necessidade do BCE comprar dívida pública portuguesa e irlandesa. O curioso é que o Banco Central Europeu é também o problema central da Europa - a sua arquitectura é uma das principais responsáveis pelo descalabro a que se assiste na Europa e, se nada for feito em sentido diametralmente oposto ao que tem sido feito, e será também co-responsável pela destruição do projecto europeu. Os países da Zona Euro encontram-se particularmente vulneráveis à especulação. O BCE agarrado ao neoclassicismo económico alemão intervém o mínimo possível e quando intervém acautela com especial veemência os interesses dos mercados, não raras vezes em detrimento dos interesses dos países da Zona Euro. Se o BCE e, sobretudo as instituições europeias, insistirem em manter a arquitectura do BCE, deixando o

Subsídios

O Jornal i noticia que o Governo se prepara para pagar, em dinheiro, o 13.º e 14.º mês - os mesmos que, à revelia da Constituição, foram espoliados de funcionários públicos e de pensionistas. Depois do Tribunal Constitucional ter decretado a medida precisamente como sendo inconstitucional, embora se tenha suspendido a lei base por um ano, o Governo terá de encontrar outra fonte de receita - ou corte na despesa - que permita cumprir as metas do défice. Na mesma edição do i fala-se superficialmente da possibilidade do Governo ir buscar a diferença aos impostos. Ora, se é pela via dos impostos que o Governo pretende resolver o problema, fica-se sem perceber onde é que há margem para aumentos de impostos. Será na banca? Na tributação de mais valias? No IMI - onde todos paguem, acabando-se com as isenções? Ou se vai encetar uma renegociação séria no plano das Parcerias-Público Privadas? Será que os ministérios vão cortar nos custos de funcionamento, acabando com as mordomias?

Medo da rua

O oráculo de domingo, perdão, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa fez as suas habituais recomendações. Desta vez aconselhou o PSD a não ter medo da rua, a propósito do facto da festa do partido ter este ano lugar num hotel. Marcelo Rebelo de Sousa fala de medo da rua, enquanto responsáveis do partido referiram a necessidade de não incomodar turistas e residentes e a necessidade de fazer poupança. O medo da rua. O conceito é interessante, embora em Portugal esta ideia não se coloque com a mesma força que se coloca noutras países. O PSD não deve ter medo da rua e por que razão há-de ter? O Professor Marcelo tem razão. Afinal de contas o Governo foi eleito democraticamente, o que não é forçosamente sintomático de um permanente consenso e de uma eterna paz social. As divergências são normais em democracia, fazem parte do jogo e não raras vezes o palco escolhido para a demonstração dessas divergências é mesmo a rua. Essa possibilidade é reforçada em tempos em que a paz social é

Facilidades

As facilidades não abundam nos tempos que correm, contudo, há quem ainda encontre facilidades num contexto em que as mesmas são raras. Exemplos disso mesmo é a facilidade de despedimentos, ou a facilidade em ter mão-de-obra a trabalhar mais por menos dinheiro. O novo Código do Trabalho brinda as empresas com estas facilidades. Espera-se com estas medidas aumentar a produtividade das empresas, tornando a economia mais competitiva. Será que alguém acredita mesmo nisso? Pelo menos é esta a história que nos tentam vender, havendo sempre quem se mostre disposto a comprar estas ilusões. A facilidade com que o Governo consegue introduzir estas alterações é assinalável.Na oposição o PS é uma absoluta nulidade; os restantes partidos têm uma dimensão reduzida e pelo menos um deles está demasiado preso a anacronismos. A sociedade civil ou coisa que o valha anda a banhos. Restam os sindicatos cujo hermetismo e mais uma vez anacronismo impossibilita-os de ter uma acção mais abrangente,