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A mostrar mensagens de dezembro, 2009

Al-Qaeda reivindica atentado

A Al-Qaeda reivindicou o atentado no avião de passageiros que partiu de Amesterdão. A tentativa falhou. Mas o facto é que esta tentativa mostrou as debilidades de segurança que ainda existem nos aeroportos. Afinal de contas, este passageiro conseguiu entrar no avião com um pó da familia da nitroglicerina, para além de um liquido que transportava numa seringa. Importa referir que o facto de ter sido a Al-qaeda a reivindicar este atentado não é por si só um facto revelador da gravidade da situação. Em primeiro lugar porque não há grandes certezas sobre a Al-qaeda, ou seja o conhecimento sobre este grupo não é suficientemente abrangente e são muitas as incertezas; em segundo lugar, existe uma multiplicidade de grupos terroristas que se inspira na Al-qaeda, havendo muitas incertezas sobre se existem ligações ou não ao famigerado grupo. De qualquer modo, esta tentativa falhada tem que ser levada em conta. Hoje falhou, ninguém nos garante que amanhã nos aconteça o mesmo. Não é através de gue

Ameaça terrorista

A história parece contar-se em poucas linhas: um jovem nigeriano terá tentado provocar uma explosão num avião da Delta Air Lines. Existem suspeitas que o jovem nigeriano terá ligações à Al-Qaeda. Regressa assim o fantasma do terrorismo e a discussão sobre as medidas de segurança dos aeroportos. Terá sido por sorte e por inépcia do suspeito que não aconteceu uma tragédia. Foram imediatamente reforçadas as medidas de segurança nos aeroportos, mas a questão impõe-se: como é que foi possível que o jovem nigeriano conseguiu entrar no avião com químicos e com material explosivo? A resposta a esta questão também nos deve fazer pensar sobre a importância de não baixar a guarda relativamente a potenciais ameaças terroristas e, apesar de também ser fundamental não ceder ao medo e continuar a viver a vida como sempre se viveu, também não se pode ignorar ou menosprezar que a ameaça terrorista não se desvaneceu. Embora os últimos anos tenham sido isentos de ataques, designadamente no Ociden

A difícil convivência

As relações entre primeiro-ministro e Presidente da República conheceram, esta semana, uma acentuada degradação. De um lado, infere-se que a acção política do Presidente da República prejudica o Governo (?); do outro torce-se o nariz no que diz respeito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. A verdade é que este primeiro-ministro e o Presidente da República não são o que o país necessita neste momento. Há largos meses que Cavaco Silva e José Sócrates têm-se perdido em recados, ao invés de procurarem possíveis soluções para o país. Aliás, o futuro também não se avizinha muito risonho para o próprio Presidente da República - caso raro para um Presidente da República. No caso do primeiro-ministro, este continua a apostar na estratégia de vitimização no sentido de ser provada a famigerada ingovernabilidade e provocando assim eleições antecipadas. Pelo caminho, ficamos nós entalados entre um Governo incapaz de governar, um Presidente amorfo, e uma Assembleia da República pouco interessad

Oposição ao regime no Irão

A morte do ayatollah Ali Montazeri acabou por ser mais uma oportunidade para muitos iranianos apologistas do reformismo mostrarem a sua insatisfação relativamente ao regime de Ahmadinejad e do ayatollah Khamenei. O falecido ayatollah Ali Montazeri era um dos símbolos da mudança tão almejada pelos iranianos, em especial pelos mais jovens. Com efeito, o descontentamento manifestado pelos iranianos tem sido contínuo e não esmoreceu como muitos suspeitariam que viesse acontecer. Não se tratou, porquanto, de umepifenómeno sem grandes consequências. Todas as manifestações de descontentamento acabam por fragilizar o regime de Ahmadinejad e Khamenei que se apoia numa guarda fiel, em milícias à margem da lei e numa parte da população que se deixou cegar pelo extremismo. Repare-se que a estratégia de eleger inimigos externos, num misto de fanatismo e nacionalismo, não chega para congregar os apoios necessários, mantendo o país estável efiel aos princípios da teocracia. A mudança não tardará a

Governo e irresponsabilidade

É desta forma que o Estado português, à semelhança de outros, se encontra. A razão para esta situação prende-se com as avaliações, que surgem como uma espécie de aviso, das agências de notação financeira. Segundo pelo menos uma destas agências, Portugal está numa situação complicada que poderá ainda se tornar mais complexa dependendo das medidas do Governo para combater o défice e o endividamento do país. O Orçamento será então indiciador de uma avaliação mais ou menos negativa dessas agências, também conhecidas por agências de rating. Países como a Irlanda, já começaram a aplicar recomendações, algumas delas draconianas, para pôr em ordem as contas públicas. Assim, reduções nos salários de funcionários públicos e outros cortes substanciais na despesa são medidas que, apesar do impacto no bem-estar dos cidadãos, foram tomadas pelo governo irlandês. Em situação mais complicada surge a Grécia que baixou na classificação das agências de notação que consideram que o Estado grego tem de

O último dia de Copenhaga

No mesmo dia que Barack Obama chegou à capital dinamarquesa para participar no último dia da Cimeira, é delineado um novo texto que estipula que o aumento máximo da temperatura da Terra que não deve exceder os dois graus Celsius . A verdade é que o espectro do fracasso sempre ensombrou esta cimeira e jamais a abandonou. Para isso contribuíram as diferenças resultado dos interesses dos países desenvolvidos e daqueles ainda em desenvolvimento. Note-se que as necessidades de uns e de outros diferem e essas mesmas necessidades aliadas ao impacto que medidas consideradas essenciais para combater as alterações climáticas têm nas economias acabaram por condicionar, previsivelmente, esta cimeira e as que a antecederam. A Cimeira de Copenhaga foi também pretexto para que outras divisões se manifestassem, designadamente entre aqueles que consideram que mudanças do nosso comportamento são a chave para salvaguardar o planeta e outros que pensam de uma outra forma, chegando a advogar a ideia de que

Desacordo ortográfico

Enquanto a ministra da Cultura garantia, no mês passado, que está tudo pronto para que o novo Acordo Ortográfico entre em vigor já no próximo ano, aparece agora a ministra da Educação a dizer que esse acordo não pode ser aplicado nas escolas já no próximo ano. Este desacordo mostra a falta de preparação para que o mesmo seja aplicado e a pouca assertividade da ministra da Educação é sintomática da descoordenação entre os vários ministérios sobre este assunto. O Governo, com o beneplácito do Presidente da República e com a generalidade dos partidos da oposição, foi célere na aprovação e garantia de ratificação do Acordo Ortográfico, mas agora mostra a sua total falta de preparação para aplicá-lo e ensiná-lo nas escolas. De facto, a pressa para aprovar o dito acordo era muita, aproveitando o estado de apatia de tantos cidadãos deste país, este Governo, a par dos seus antecessores, mostrou que olha para a questão da língua com um misto de subserviência e interesse económico. E foram estes

Regresso à escravatura

O trabalhadores da grande distribuição vão fazer greve no próximo dia 24, véspera de Natal. A greve destes trabalhadores é uma resposta à proposta da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição que, entre outras propostas deliciosas, sugere que a carga horária semanal passe para as sessenta horas, ou seja o período normal de trabalho por dia pode sofrer um acréscimo de quatro horas. São propostas desta natureza que nos remetem para um regresso ao passado longínquo da Revolução Industrial e nos fazem lembrar novas formas de escravatura. Dir-se-á que a comparação é exagerada, mas a verdade é que a crise, a complacência dos Governos em relação ao constante menosprezo pelo bem-estar dos cidadãos, a aceitação do trabalho precário como inevitabilidade abrem portas a novas formas de escravatura e roubam a dignidade daqueles que trabalham. Para aqueles que contestam esta e todas as outras greves, importa lembrar que hoje são estes trabalhadores a serem confrontados com a possibilidade d

Salário Mínimo

O Governo de José Sócrates tem o mérito indiscutível de ter lutado pelo aumento do salário mínimo. Neste particular não tem sido a propaganda a levar a melhor, o primeiro-ministro e a sua equipa mostram querer inverter o valor vergonhoso do salário mínimo nacional. O jornal Público mostra a evolução do salário mínimo e demonstra que o mesmo perdeu poder de compra desde 1974. O valor baixo do salário mínimo é apenas um sintoma de um país que ainda acha possível basear a sua economia em baixos salários . Na verdade aos muitos milhares que auferem o valor do salário mínimo juntam-se outros tantos ou mais que auferem um salário ligeiramente superior ao salário mínimo nacional. A relação entre baixos salários e baixa produtividade é a grande justificação para manter à actual situação e em época de crise, junta-se a linha de argumentação que pretende defender a incapacidade financeira das empresas suportarem aumentos. Depois da crise logo se vê que desculpa se arranjará para evitar aumentos

Agressão a Berlusconi

As imagens da agressão a Berlusconi são de uma violência pouco habitual e mais grave, mostram as fragilidades gritantes da segurança do primeiro-ministro italiano.Silvio Berlusconi é controverso, na minha opinião, envergonha demasiadas vezes os italianos, mas não é menos verdade que foram os italianos que o escolheram para o cargo do primeiro-ministro. Segundo a comunicação social, o responsável pelas agressões poderá sofrer perturbações mentais. Seja como for, é incrível como é que a pessoa em causa conseguiu ludibriar toda a segurança em torno do primeiro-ministro italiano e conseguir simultaneamente infligir danos manifestamente graves a Silvio Berlusconi. Há muitos que retiraram algum regozijo das imagens do primeiro-ministro italiano em dificuldades. É pena que assim seja, repito: por muito que o primeiro-ministro italiano nos desagrade, não podemos ser complacentes com agressões violentas a um chefe de Estado - ontem foi Silvio Berlusconi o agredido, amanhã poderá ser outro chefe

Palhaçada

O país já nem se choca com as tristes figuras de representantes da nação como aquelas que todos presenciámos entre um deputada do PSD e um deputado do PS. Apesar da palhaçada se ter instalado na Assembleia da República, a generalidade das pessoas já pouco ou nada se choca com estas boçalidades. De facto há situações mais gravosas, como a inépcia e incapacidade para governar e a tentação de esquecer o fundamental para se incidir sobre o acessório, do que esta que revela odesrespeito pela instituição democrática que é a Assembleia da República. Todavia, o que nos deve seriamente preocupar são questões de natureza diferente: por um lado, a qualidade dos políticos que elegemos, forjados em partidos políticos medíocres e arredados da realidade do país; por outro, a nossa própria letargia começa a ser constrangedora. Há um consenso que atravessa a sociedade portuguesa sobre a classe política: são genericamente iguais e nunca constituem verdadeira alternativa. Além disso o hermetismo dos part

Paradoxos do capitalismo

Não sendo um sistema perfeito, aliás, estando longe de ser um sistema perfeito, o sistema capitalista tem vindo a tornar-se inimigo do bem-estar social da maioria, beneficiando apenas alguns privilegiados. A economia está, porquanto, cada vez menos ao serviço dos cidadãos para ser uma espécie de oráculo que nos tenta, entre profecias, que nos tenta explicar o inexplicável, que tenta levar os cidadãos a aceitar o inaceitável. Note-se que o anátema da inevitabilidade das consequências do capitalismo no actual contexto de globalização cai sobre as nossas cabeças. É a economia, estúpido! Dizem-nos. O desequilíbrio entre a voracidade do sistema e o bem-estar dos cidadãos é cada vez mais notório. E nem a crise internacional, consequência da selvajaria em que o sistema se tornou, abriu as portas às tão necessárias mudanças. Deste modo, a esquerda frustrada e ressabiada, diz-nos que o sistema faliu e não serve o interesse da maioria dos cidadãos. De facto, a esperança num regresso àquele p

Irresponsabilidade política

O caso Face Oculta tem servido para mostrar que a opacidade é aceitável em política, mas também tem servido para escamotear a estonteante ausência de ideias dos partidos políticos com assento parlamentar. O último episódio desta triste novela, que teve lugar na semana passada na Assembleia da República, mostrou um primeiro-ministro manifestamente incomodado com o caso e uma oposição que fugindo do tema central relacionado com a economia cedeu à tentação de fazer da Face Oculta e das escutas o tema central. Além da irresponsabilidade de não se discutir o défice acima dos oito porcento, do grave endividamento do país e da taxa de desemprego de dois dígitos, o PS decidiu encetar ataques contra a líder do principal partido da oposição, acusando Manuela Ferreira Leite de saber antecipadamente das escutas porque tinha dito que o primeiro-ministro estava a mentir sobre o seu conhecimento relativamente ao caso TVI. A inépcia do deputado do PS que fez essas acusações é tanta que não terá pe

Cimeira de Copenhaga

Começa agora uma das cimeiras mais importantes para a humanidade . Apesar das expectativas não serem grandes, em particular devido aos obstáculos criados pelos EUA e por países que encetaram o caminho do desenvolvimento, a importância desta cimeira é avassaladora e não pode deixar ninguém indiferente. Ainda assim, os maiores poluidores já fizeram algumas promessas e ainda persiste algum optimismo. Ponto assente é a importância extraordinária desta cimeira. O aquecimento global e as alterações climáticas são temas centrais da cimeira. O facto de estarmos a um passo do abismo, ou seja estarmos a destruir o planeta de forma a que se torne impossível para nós vivermos nele, poderá ser a chamada de atenção que o mundo precisa, designadamente a chamada de atenção que as lideranças políticas necessitam para perceberem que os factores económicos tão prezados hoje em dia serão irrelevantes quando se tornar impossível habitar este planeta. Além do mais, as mudanças já estão a acontecer (muitas d

Suicídio do PSD

As palavras são de Pinto Balsemão referindo-se à situação interna do que partido que ajudou a fundar. Marcelo Rebelo de Sousa, um eterno potencial candidato à liderança do partido, já veio desvalorizar a "imagem" de Pinto Balsemão. Embora possa haver algum exagero de retórica, a verdade é que o PSD perdeu o rumo e parece com pouca vontade de se encontrar e de se assumir como alternativa ao Governo do PS. As guerras intestinas entre facções do partido que disputam lugares e dão a má imagem que os partidos políticos têm são o dia-a-dia de um partido profundamente destabilizado . Discute-se quem sucede à ainda líder do partido, na senda de conseguir um lugar junto a esse novo líder, mas a discussão sobre as ideias e projectos que o PSD pode oferecer ao país simplesmente não existe. Sabe-se que o panorama político em Portugal e não só - noutras democracias consolidadas o cenário não é particularmente diferente - pauta-se pelas discussões sobre minudências , geralmente direccionad

Novamente as escutas

A líder do PSD quer que as escutas feitas ao primeiro-ministro sejam públicas o que invalidaria as fortes suspeições que recaem sobre José Sócrates. Contudo, as alegadas irregularidades na obtenção das escutas levantam inúmeros problemas do ponto de vista jurídico. Repito aquilo que já aqui disse: as suspeições sobre José Sócrates são graves, sobretudo quando se fala de um possível crime contra o Estado de Direito e deveria ser o primeiro-ministro a pugnar pela divulgação de conversas que, apesar de serem do foro privado, deixam o primeiro-ministro numa posição muito desconfortável. José Sócrates considera que está no seu direito de não revelar conversas do foro privado e, de facto, esse é um seu direito. Mas há que considerar que a não revelação dessas conversas acarretam elevados custos políticos e a ideia que se impõe é a seguinte: o primeiro-ministro não fala mais sobre o assunto porque tem algo a esconder, caso contrário já teria esclarecido o teor dessas conversas. Manuela Ferrei

Suíça e minaretes

O referendo suíço que estipula a proibição de minaretes na Suíça degenera num grave precedente ao espírito da liberdade religiosa. O resultado do referendo prende-se apenas com o facto dos minaretes estarem associados ao Islão, e é o culminar de uma convivência difícil entre Islão e respectivos aspectos sociais e a cultura, valores, princípios (que ultrapassam a religião) europeus. Do ponto de vista das liberdades é difícil não salientar que esta proibição vai no sentido diametralmente oposto ao da liberdade religiosa. Houve quem trouxesse à colação a proibição de símbolos religiosos nas escolas públicas, pese embora se trate do laicismo dos Estados que, no caso concreto, não se coloca porque a proibição dos minaretes aplica-se a uma religião específica e não a outras e não se insere no contexto do património do Estado. Os minaretes fazem parte das mesquitas, local de culto dos muçulmanos, e embora a configuração arquitectónica de outros locais de culto de outras religiões como o c