O nosso país é indubitavelmente um mundo de burocracia, de complexidades, de dificuldades. Ninguém conseguiria reconhecer Portugal sem essas complexidades que limitam e dificultam a vida dos cidadãos, dir-se-á mesmo que se trata de um traço característico do país – a complexidade em oposição à simplificação de processos e procedimentos. Quem já recorreu a serviços públicos, desde a inefável repartição de finanças à secretaria de uma qualquer escola do país depara-se com o tal mundo da burocracia, e o que aparenta ser uma simples resolução de um problema ou um pedido de esclarecimento transforma-se em tarefas complicadas. Ao recorrer aos serviços públicos (na sua generalidade, havendo, naturalmente, excepções) o cidadão comum encontra um mundo surrealista: entra num edifício cinzento e pouco acolhedor, espera ansiosamente pela sua vez, e quando chega a altura de expor o problema depara-se com um funcionário pouco amistoso (havendo honrosas, mas ainda assim escassas excepções) por detrás...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.