O primeiro-ministro quebrou o silêncio, depois de estar refém de uma amnésia repentina, para garantir aos portugueses nada ter recebido da Tecnoforma, excepto umas despesas de representação. Quanto é que representaram essas despesas? Não disse, não se lembra, não convém dizer. Tudo nesta história cheira mal. Cheira mal a tentativa de processar tudo e todos (incluindo um ministro); quando analisamos os negócios, os subsídios atribuídos e a abertura de portas, o odor torna-se nauseabundo. Na verdade, começa tudo a cheirar mal com as informações prestadas pelo secretário geral do parlamento; cheira mal a questão do subsídio de reintegração e até do subsídio vitalício – o mesmo sobre o qual Jerónimo de Sousa teve a gentileza de esclarecer, incluindo ao primeiro-ministro -, malditos são os desempregados que auferem subsídios verdadeiramente miseráveis; cheira mal aquele anódino conjunto de explicações do primeiro-ministro. O cheiro torna-se pestilento quando se percebe que o morali...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.