Para além do caos que se instalou na
Justiça, com a deslocação de processos e com problemas
informáticos que tornaram a Justiça ainda mais inacessível, este
Governo decidiu encerrar mais tribunais, alegando que assim, de
alguma maneira, a Justiça funcionará melhor. Os portugueses que
vivem de perto o problema da desertificação, sobretudo no interior
do país, vêem assim o seu isolamento aumentar exponencialmente.
O Jornal Público conta a história de
quem tem de se deslocar de véspera ao Tribunal para assistir à
sessão, ou então pernoitar num hotel. A revolta destas populações
fica confinada às suas terras agora mais isoladas. Por outros lados,
ouvir-se-á um queixume ou outro e nada mais.
Esta reforma, a par das outras
idealizadas por este Governo e até certo ponto pelo anterior, tem
como objectivo a poupança, à custa, como de resto tem sido
habitual, do que resta de bem-estar das populações. Mais uma vez é
mais fácil cortar nos mais fragilizados do que afrontar quem detém
alguma espécie de poder. Não só é mais fácil mas também se
trata de um imperativo ideológico. Se dúvidas persistem veja-se o
caso das PPP's, Swaps, benefícios fiscais a grandes empresas e à
finança, etc.
É por demais evidente, mas nunca é
demais repeti-lo: este Governo está ao serviço de interesses que
estão longe de se coadunar com os interesses dos cidadãos.
A Justiça é agora ainda mais
inacessível. Tribunais sim, mas a uma distância cada vez maior das
populações.
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