O debate em torno da independência da
Escócia contou com um elemento central: o medo. Se ganhasse o “Sim”
as consequências seriam trágicas para o futuro da Escócia e essas
consequências trágicas aconteceriam sobretudo no domínio
económico. Foi esta a história contada pelos opositores do “Sim”.
Perante o medo de empobrecer, de
perder o salário ou o emprego; perante o medo dos mercados, da fuga
de investimento, os escoceses optaram pelo seguro. Perante a ameaça
de uma tragédia económica venceu o “Não”.Venceu o medo.
Os escoceses, a par, de outros povos,
sucumbiram às ameaças. Por toda a Europa respira-se, numa escala
menor, um ambiente sufocado pelo medo: o medo de contrariar as
políticas ditadas pela a Alemanha, o medo de sair da Zona Euro.
Pelo caminho fica a vontade dos
cidadãos – uma questão de somenos numa Europa que se vangloria da
sua herança e espírito democrático. De resto, se à votação de
ontem subtraíssemos o medo, como seria a Escócia hoje? E a Europa?
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