Avançar para o conteúdo principal

Comprometidos

O Governo, designadamente os partidos que compõem a coligação de Governo apostam agora na tese do compromisso. Estão comprometidos, sobretudo o CDS, em reduzir impostos; comprometem-se no estudo de uma forma de baixar as taxas moderadoras e o primeiro-ministro diz-se comprometido em salvaguardar o Sistema Nacional de Saúde, isto tudo, claro está, sem deixar o seu grande compromisso: consolidação das contas públicas.
O que mudou? Em concreto nada, excepto imperativos de calendário: o próximo ano é de eleições e as disputas internas no PS, contrariamente ao que se esperava, não fragilizaram o partido.
Importa pois mostrar uma outra faceta muito para além daquela a que nos têm habituado. Importa baixar impostos, alimentar a ilusão de que o Estado Social é uma prioridade e distribuir mais alguns rebuçados até ao período eleitoral. Nesse particular, Paulo Portas já se adiantou: refere os pretensos sucessos da governação e sublinha a necessidade de se aliviar alguns dos sacrifícios. Paulo Portas sabe que o descontentamento do seu eleitorado é real e que ele próprio dificilmente sobreviverá a um resultado desastroso.
Em suma, depois de anos de destruição do país, os responsáveis por essa destruição vangloriam-se e distribuem benesses. A ver vamos se o problema do BES não atrapalha os seus planos; a ver vamos se a definição na liderança do PS não deita por terra os planos de uma reeleição. Enfim, a ver vamos.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa