O processo Freeport é mais um sinal perturbador do estado em que o país se encontra: as televisões mostram gravações de conversas que envolvem o nome do primeiro-ministro; os magistrados do Ministério Público falam em pressões intoleráveis; a Justiça tem dificuldades em dar uma resposta célere; o primeiro-ministro não esconde a sua exasperação e o país vai acompanhando mais uma espécie de novela que mostra a profunda degradação a que o país chegou. Entretanto, todos clamam por uma justiça mais rápida e eficaz e existe uma multiplicidade de notícias relacionada com o Freeport. Veja-se a notícia que dá conta do assalto ao escritório da advogada do alegado autor da carta anónima - assalto fortuito ou nem por isso? Enquanto a Justiça não der uma resposta contundente, a suspeição e a incerteza vão continuar a manchar a imagem do chefe de Governo. Este processo já provocou, pelo menos, uma baixa: a periclitante Justiça. Desta vez a Justiça não pode deixar que o processo se arraste por muito ...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.