Agora foi a vez do ex-Presidente Jorge Sampaio vir sublinhar a necessidade de uma maioria absoluta. Estas declarações de Jorge Sampaio aproximam-se vertiginosamente de uma trágico-comédia. O mesmo Presidente que obrigou um Governo de maioria a ir novamente a eleições é agora um adepto fervoroso da maioria absoluta.
São estes discursos do tudo ou nada que colocam os cidadãos entre a espada e a parede. Na verdade, e embora haja uma crise consensualmente avassaladora, os portugueses devem dar maioria absoluta a um Governo mesmo que o mesmo represente um verdadeiro hino à mediocridade e cujas políticas têm contribuído decisivamente para o estado preocupante do país.
Assim sendo, impõem-se as seguintes perguntas aos arautos da maioria absoluta:
Um Governo sem uma ideia para a Educação que não passe por perseguir professores, encerrar escolas e transformar o facilitismo em instituição nacional merece uma maioria absoluta?
Um Governo que, numa legislatura, conseguiu fazer pior em matéria de justiça do que muitos outros Governos, designadamente com um Código do Processo Penal que está subjacente ao clima de impunidade que se vive no país, merece qualquer coisa semelhante a uma maioria absoluta?
Um Executivo que, na senda do controlo absoluto, tanto contribuiu para um clima de cerceamento de liberdades; um Governo que mostra muito pouco à-vontade com o sistema democrático deve ser premiado com maioria absoluta?
Um conjunto de políticos que veio a formar Governo, apesar de, em campanha eleitoral ter mentido descaradamente ao povo português, merece uma redenção e até mesmo uma maioria absoluta?
Um grupo de pessoas que, infelizmente, se tem dedicado à política e que não respeita nem os próprios membros do partido, incluindo aqueles cujo percurso político é indissociável da história do partido, apenas porque são vozes incómodas, merece uma maioria absoluta?
Um Governo que nada fez por uma reestruturação séria na Administração Pública que não passasse por um simplex e pela passagem de alguns funcionários públicos à mobilidade, deixando o essencial por fazer, deixando uma máquina pesada e ineficiente mas que serve os intentos e as clientelas do partido político em questão, deve ser recompensado com uma maioria absoluta?
Um Governo que apresenta um pacote de medidas para salvar o país da crise, mas depois de tudo espremido sobra apenas a velha receita das obras megalómanas que deixarão um país depauperado, deixando as pequenas e médias empresas à mercê da sorte, tem condições para ser reeleito com uma maioria absoluta?
E, finalmente, um Governo que consegue a notável proeza de ser ainda mais cínico dos que os anteriores, que não se interessa pela crise, mas sim pelos ciclos eleitorais, deve ser reeleito com maioria absoluta?
Talvez os arautos da tese da maioria absoluta como salvação nacional possam responder a estas perguntas.
São estes discursos do tudo ou nada que colocam os cidadãos entre a espada e a parede. Na verdade, e embora haja uma crise consensualmente avassaladora, os portugueses devem dar maioria absoluta a um Governo mesmo que o mesmo represente um verdadeiro hino à mediocridade e cujas políticas têm contribuído decisivamente para o estado preocupante do país.
Assim sendo, impõem-se as seguintes perguntas aos arautos da maioria absoluta:
Um Governo sem uma ideia para a Educação que não passe por perseguir professores, encerrar escolas e transformar o facilitismo em instituição nacional merece uma maioria absoluta?
Um Governo que, numa legislatura, conseguiu fazer pior em matéria de justiça do que muitos outros Governos, designadamente com um Código do Processo Penal que está subjacente ao clima de impunidade que se vive no país, merece qualquer coisa semelhante a uma maioria absoluta?
Um Executivo que, na senda do controlo absoluto, tanto contribuiu para um clima de cerceamento de liberdades; um Governo que mostra muito pouco à-vontade com o sistema democrático deve ser premiado com maioria absoluta?
Um conjunto de políticos que veio a formar Governo, apesar de, em campanha eleitoral ter mentido descaradamente ao povo português, merece uma redenção e até mesmo uma maioria absoluta?
Um grupo de pessoas que, infelizmente, se tem dedicado à política e que não respeita nem os próprios membros do partido, incluindo aqueles cujo percurso político é indissociável da história do partido, apenas porque são vozes incómodas, merece uma maioria absoluta?
Um Governo que nada fez por uma reestruturação séria na Administração Pública que não passasse por um simplex e pela passagem de alguns funcionários públicos à mobilidade, deixando o essencial por fazer, deixando uma máquina pesada e ineficiente mas que serve os intentos e as clientelas do partido político em questão, deve ser recompensado com uma maioria absoluta?
Um Governo que apresenta um pacote de medidas para salvar o país da crise, mas depois de tudo espremido sobra apenas a velha receita das obras megalómanas que deixarão um país depauperado, deixando as pequenas e médias empresas à mercê da sorte, tem condições para ser reeleito com uma maioria absoluta?
E, finalmente, um Governo que consegue a notável proeza de ser ainda mais cínico dos que os anteriores, que não se interessa pela crise, mas sim pelos ciclos eleitorais, deve ser reeleito com maioria absoluta?
Talvez os arautos da tese da maioria absoluta como salvação nacional possam responder a estas perguntas.
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