José Sócrates continua a sua caminhada para a reeleição como primeiro-ministro. Embora os quatro anos de governação tenham sido manifestamente negativos, José Sócrates não encontra oposição e procura mesmo convencer os cidadãos que o seu trabalho merece uma reeleição com maioria absoluta. Importa pois explanar as razões pelas quais essa maioria absoluta não deve ser concedida e, em última análise, nem sequer a reeleição.
A lista começa com o desrespeito pelos mais elementares princípios democráticos. O primeiro-ministro sempre se mostrou pouco à vontade com a pluralidade de opinião, com as divergências de opiniões e, de um modo geral, com a liberdade de expressão. Homem pouco afeito à tal pluralidade de opinião, o primeiro-ministro sempre se mostrou incomodado com a comunicação social. Aliás, o último congresso do partido foi sintomático da péssima relação que José Sócrates mantém com a comunicação social.
Na verdade, o comportamento, amiúde exasperado, de José Sócrates até é compreensível. Afinal trata-se de um político pouco dado à espontaneidade e prefere ter tudo sob o seu controlo. Aliás, quando esse controlo é posto em causa é visível a dificuldade que o primeiro-ministro tem em lidar com isso. Seja como for, o primeiro-ministro deu um forte contributo para que se criasse um clima pouco favorável às liberdades. Hoje, Portugal continua a ser um país provinciano repleto de cidadãos que não se coíbem de denunciar aquilo que eles consideram ser um excesso. De resto, o primeiro-ministro deve contar com o apoio de muitos destes cidadãos, e conta certamente com a indiferença de muitos mais. Em suma, o actual primeiro-ministro nada fez para consolidar a democracia portuguesa.
Mas a lista contém outras desgraças e talvez a maior tenha sido a Educação. Sob a capa da modernização e do fim dos interesses instalados, o Governo conseguiu dissimular a inépcia com que lidou com esta área tão importante para o país. Este Governo não tem uma ideia para educação que vá além da distribuição de pequenos computadores e quadros interactivos. Repare-se até onde chega o provencianismo deste Governo quando há escolas com dificuldades em manterem-se em funcionamento, e cujos resultados são caricatos, ao ponto de se racionar no papel higiénico, mas o que parece determinante é a distribuição de computadores. O Executivo de José Sócrates deslumbra-se com tudo o que brilha, e tanto mais é assim quando se menospreza a cultura e se aposta tudo no campo tecnológico. Nem passa pela cabeça destes senhores que é mais profícuo conciliar a cultura com a tecnologia.
E a Justiça é a senhora que se segue na lista da desgraça - o país continua atrasado, avesso ao investimento e constituído por um povo que cada vez acredita menos na sua justiça. Já para não falar do modelo de desenvolvimento económico adoptado pelo Governo que premeia a indolência, perpetuando a pobreza, e sobrecarregou, durante estes quase quatro anos, uma classe média que definha a olhos vistos. Um modelo que se coaduna com uma Administração pública pesada e ineficiente e com a manutenção da despesa pública - uma espécie de fatalidade do nosso país.
Agora vêm as obras de regime, futuros elefantes brancos cujo contributo para endividamento do país e para a sua dificuldade em conseguir crédito vão hipotecar ainda mais o futuro das gerações vindouras. Este Governo instuticionalizou a ideia de que todo o investimento público é bom, em particular, num contexto de crise. Assim, com a fragilidade dos partidos da oposição, seja por incapacidade manifesta, seja por conspurcações ideológicas, com a ausência de uma sociedade civil digna desse nome ou com a existência interesses devidamente instalados, o Governo tem carta branca para fazer o que bem entende.
E finalmente, a forma como o Governo se adaptou à promiscuidade que reina entre Estado e empresas deixa o país ainda mais frágil do que estava. Dir-se-á que o PSD fez exactamente o mesmo. Esse argumento, contudo, não serve para amenizar essa promiscuidade. Além do mais, a passagem de pessoas do partido do Governo para cargos administrativos de grandes empresas deixa muito a desejar.
O Governo, nestes quatro anos, não serviu o país. O Governo tem dado um contributo decisivo para a degradação do país. O PS até pode estar de parabéns, apesar de tudo, continua à frente nas sondagens. Mas o país ficou indelevelmente para trás nestes últimos quatro anos.
A lista começa com o desrespeito pelos mais elementares princípios democráticos. O primeiro-ministro sempre se mostrou pouco à vontade com a pluralidade de opinião, com as divergências de opiniões e, de um modo geral, com a liberdade de expressão. Homem pouco afeito à tal pluralidade de opinião, o primeiro-ministro sempre se mostrou incomodado com a comunicação social. Aliás, o último congresso do partido foi sintomático da péssima relação que José Sócrates mantém com a comunicação social.
Na verdade, o comportamento, amiúde exasperado, de José Sócrates até é compreensível. Afinal trata-se de um político pouco dado à espontaneidade e prefere ter tudo sob o seu controlo. Aliás, quando esse controlo é posto em causa é visível a dificuldade que o primeiro-ministro tem em lidar com isso. Seja como for, o primeiro-ministro deu um forte contributo para que se criasse um clima pouco favorável às liberdades. Hoje, Portugal continua a ser um país provinciano repleto de cidadãos que não se coíbem de denunciar aquilo que eles consideram ser um excesso. De resto, o primeiro-ministro deve contar com o apoio de muitos destes cidadãos, e conta certamente com a indiferença de muitos mais. Em suma, o actual primeiro-ministro nada fez para consolidar a democracia portuguesa.
Mas a lista contém outras desgraças e talvez a maior tenha sido a Educação. Sob a capa da modernização e do fim dos interesses instalados, o Governo conseguiu dissimular a inépcia com que lidou com esta área tão importante para o país. Este Governo não tem uma ideia para educação que vá além da distribuição de pequenos computadores e quadros interactivos. Repare-se até onde chega o provencianismo deste Governo quando há escolas com dificuldades em manterem-se em funcionamento, e cujos resultados são caricatos, ao ponto de se racionar no papel higiénico, mas o que parece determinante é a distribuição de computadores. O Executivo de José Sócrates deslumbra-se com tudo o que brilha, e tanto mais é assim quando se menospreza a cultura e se aposta tudo no campo tecnológico. Nem passa pela cabeça destes senhores que é mais profícuo conciliar a cultura com a tecnologia.
E a Justiça é a senhora que se segue na lista da desgraça - o país continua atrasado, avesso ao investimento e constituído por um povo que cada vez acredita menos na sua justiça. Já para não falar do modelo de desenvolvimento económico adoptado pelo Governo que premeia a indolência, perpetuando a pobreza, e sobrecarregou, durante estes quase quatro anos, uma classe média que definha a olhos vistos. Um modelo que se coaduna com uma Administração pública pesada e ineficiente e com a manutenção da despesa pública - uma espécie de fatalidade do nosso país.
Agora vêm as obras de regime, futuros elefantes brancos cujo contributo para endividamento do país e para a sua dificuldade em conseguir crédito vão hipotecar ainda mais o futuro das gerações vindouras. Este Governo instuticionalizou a ideia de que todo o investimento público é bom, em particular, num contexto de crise. Assim, com a fragilidade dos partidos da oposição, seja por incapacidade manifesta, seja por conspurcações ideológicas, com a ausência de uma sociedade civil digna desse nome ou com a existência interesses devidamente instalados, o Governo tem carta branca para fazer o que bem entende.
E finalmente, a forma como o Governo se adaptou à promiscuidade que reina entre Estado e empresas deixa o país ainda mais frágil do que estava. Dir-se-á que o PSD fez exactamente o mesmo. Esse argumento, contudo, não serve para amenizar essa promiscuidade. Além do mais, a passagem de pessoas do partido do Governo para cargos administrativos de grandes empresas deixa muito a desejar.
O Governo, nestes quatro anos, não serviu o país. O Governo tem dado um contributo decisivo para a degradação do país. O PS até pode estar de parabéns, apesar de tudo, continua à frente nas sondagens. Mas o país ficou indelevelmente para trás nestes últimos quatro anos.
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