A CGTP conta reunir mais de 200 mil pessoas na manifestação agendada para hoje, em Lisboa. Não será muito surpreendente se a central sindical conseguir atingir esse número ou até mesmo superá-lo. Existe uma multiplicidade de razões que poderá, de facto, levar tanta gente à rua para mostrar o seu descontentamento. O tema da crise causa imediata exasperação, não tanto pelo desgaste do assunto, mas principalmente porque a crise tem posto a nu as mais graves iniquidades.
Por muito demagógico que seja o assunto da banca e da disponibilidade que o Estado tem para socorrer o sector financeiro, não deixa de ser preocupante assistir aos esquemas mafiosos, à mais completa falta de transparência e ao desrespeito pelos clientes que foi norma em alguns bancos nacionais. Sendo certo que este é um sector essencial para a vitalidade das economias, essa sua importância não pode justificar tudo.
Em sentido diametralmente oposto encontra-se uma larga maioria de cidadãos que passa ao lado dos subsídios e nem sequer vislumbra a mesma disponibilidade do Estado para ajudá-los. É esta parte da população que sofre os verdadeiros efeitos da crise, quer da crise internacional, quer da que nos aflige há quase uma década. São estes cidadãos que têm de fazer face ao desemprego e ao aumento da precariedade. E são estes cidadãos que o Estado ignora, assim como prefere ignorar o aproveitamento geral da crise para despedir ou para reduzir salários.
Assim, não admira que muitos se juntem à manifestação da CGTP. O que o Governo português e outros governos têm dificuldades em percepcionar é que os cidadãos têm um grau de tolerância que tem vindo paulatinamente a diminuir. O desgaste começa a ser insustentável e até as próprias democracias podem ser postas em causa se a coesão social for relegada para segundo plano. Nestes períodos há uma propensão para o radicalismo. A História não se cansa de nos ensinar isso.
Em Portugal, o Governo não consegue esconder o desprezo que sente pelo comum dos cidadãos, desprezo esse momentaneamente disfarçado por força do período eleitoral que se aproxima. As razões para o descontentamento daqueles que se juntam à manifestação da CGTP são, pois, compreensíveis. O Governo, esse, que não consegue resistir aos palcos mediáticos, tudo vai fazer para mostrar números bem abaixo da realidade.
Por muito demagógico que seja o assunto da banca e da disponibilidade que o Estado tem para socorrer o sector financeiro, não deixa de ser preocupante assistir aos esquemas mafiosos, à mais completa falta de transparência e ao desrespeito pelos clientes que foi norma em alguns bancos nacionais. Sendo certo que este é um sector essencial para a vitalidade das economias, essa sua importância não pode justificar tudo.
Em sentido diametralmente oposto encontra-se uma larga maioria de cidadãos que passa ao lado dos subsídios e nem sequer vislumbra a mesma disponibilidade do Estado para ajudá-los. É esta parte da população que sofre os verdadeiros efeitos da crise, quer da crise internacional, quer da que nos aflige há quase uma década. São estes cidadãos que têm de fazer face ao desemprego e ao aumento da precariedade. E são estes cidadãos que o Estado ignora, assim como prefere ignorar o aproveitamento geral da crise para despedir ou para reduzir salários.
Assim, não admira que muitos se juntem à manifestação da CGTP. O que o Governo português e outros governos têm dificuldades em percepcionar é que os cidadãos têm um grau de tolerância que tem vindo paulatinamente a diminuir. O desgaste começa a ser insustentável e até as próprias democracias podem ser postas em causa se a coesão social for relegada para segundo plano. Nestes períodos há uma propensão para o radicalismo. A História não se cansa de nos ensinar isso.
Em Portugal, o Governo não consegue esconder o desprezo que sente pelo comum dos cidadãos, desprezo esse momentaneamente disfarçado por força do período eleitoral que se aproxima. As razões para o descontentamento daqueles que se juntam à manifestação da CGTP são, pois, compreensíveis. O Governo, esse, que não consegue resistir aos palcos mediáticos, tudo vai fazer para mostrar números bem abaixo da realidade.
Público online: http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1369020&idCanal=57
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