A escolha, para a África do Sul, é evidente: as boas relações entre a África do Sul e a China são para se manterem incólumes e a presença do Dalai Lama no país poderia por em causa essas boas relações. Por conseguinte, o país africano recusou simplesmente conceder um visto de entrada ao Dalai Lama. A opção foi assim clara, preferiu-se a manutenção dos interesses (económicos, leia-se) sul-africanos a questões consideradas mais abstractas.
Não deixa, contudo, de ser curiosa esta atitude por parte das autoridades sul-africanas tendo em conta o passado recente do país - depois de décadas de opressão num regime racista que perdurou até ao princípio da década de 90, a África do Sul recusa a entrada do líder espiritual tibetano.
A China, país que tem ganho um nível de influência que acompanha naturalmente o seu crescente poderio económico, tem conseguido cometer verdadeiros atentados aos direitos humanos, com a conivência de países que se renderam aos encantos do dinheiro chinês, mesmo países que contam com referências para o mundo inteiro como Nelson Mandela.
Em Portugal, a história não foi radicalmente diferente. Pese embora o Dalai Lama tenha entrado no país, as autoridades portuguesas, e muito em particular o Governo português, mostraram a sua subserviência ao colosso chinês e o seu desprezo do Dalai Lama. Mas do Governo português, cuja apetência para receber déspotas ou líderes que têm uma visão muito particular de conceitos como as liberdades e a democracia, é enorme, não se esperaria comportamento diferente. No caso da África do Sul, a situação é verdadeiramente vergonhosa, tendo em conta o passado recente deste país.
Infelizmente, os interesses económicos ou estratégicos têm ganho prevalência sobre outras questões, como o caso dos direitos humanos. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deslocou-se à China e secundarizou a questão dos direitos humanos. Seja como for, as autoridades sul-africanas foram longe de mais ao impedirem que o Dalai Lama, que é tratado como um agitador, pudesse entrar no país. Esta lógica é manifestamente invertida.
Notícia in Público Online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370976&idCanal=11
Não deixa, contudo, de ser curiosa esta atitude por parte das autoridades sul-africanas tendo em conta o passado recente do país - depois de décadas de opressão num regime racista que perdurou até ao princípio da década de 90, a África do Sul recusa a entrada do líder espiritual tibetano.
A China, país que tem ganho um nível de influência que acompanha naturalmente o seu crescente poderio económico, tem conseguido cometer verdadeiros atentados aos direitos humanos, com a conivência de países que se renderam aos encantos do dinheiro chinês, mesmo países que contam com referências para o mundo inteiro como Nelson Mandela.
Em Portugal, a história não foi radicalmente diferente. Pese embora o Dalai Lama tenha entrado no país, as autoridades portuguesas, e muito em particular o Governo português, mostraram a sua subserviência ao colosso chinês e o seu desprezo do Dalai Lama. Mas do Governo português, cuja apetência para receber déspotas ou líderes que têm uma visão muito particular de conceitos como as liberdades e a democracia, é enorme, não se esperaria comportamento diferente. No caso da África do Sul, a situação é verdadeiramente vergonhosa, tendo em conta o passado recente deste país.
Infelizmente, os interesses económicos ou estratégicos têm ganho prevalência sobre outras questões, como o caso dos direitos humanos. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deslocou-se à China e secundarizou a questão dos direitos humanos. Seja como for, as autoridades sul-africanas foram longe de mais ao impedirem que o Dalai Lama, que é tratado como um agitador, pudesse entrar no país. Esta lógica é manifestamente invertida.
Notícia in Público Online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370976&idCanal=11
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