O último congresso do partido socialista teve apenas um momento marcante e não, não se trata da sensibilidade do primeiro-ministro que o deixou com lágrimas nos olhos. De facto, esse momento marcante prende-se com o pedido que José Sócrates fez ao país: a renovação da maioria absoluta nas próximas eleições. A sua argumentação baseia-se numa amálgama de justiça e salvaguarda da estabilidade política.
Quanto à pretensa justiça, a situação raia o ridículo: José Sócrates e o PS mantêm-se à frente das sondagens porque não se vislumbra uma alternativa credível, e não porque os portugueses reconheçam neste governo um desempenho extraordinário cujo contributo tenha sido decisivo para o país. A relação do país com José Sócrates é um pouco como aquele de um casal em que um dos membros, não conseguindo arranjar melhor alternativa, vai ficando com o outro. A relação do país com José Sócrates não é amor, nem anda lá perto, é apenas uma relação de conveniência que, por força das circunstâncias, vai-se mantendo. Mas todos sabemos o que acontece com essas relações motivadas pela conveniência e pela força das circunstâncias. Raras vezes têm um final feliz
No que diz respeito à salvaguarda da estabilidade política, o primeiro-ministro vai usar habilmente esse argumento no sentido de alcançar uma segunda maioria absoluta. Não é difícil vender a ideia da estabilidade política. Afinal, em tempos de severa crise importa que o Governo possa desempenhar as suas funções sem constrangimentos de maior. Por outro lado, a possibilidade de uma coligação com um qualquer partido da oposição parece pouco plausível. Nestas circunstâncias, o PS vai cavalgar no argumento da necessidade de uma nova maioria absoluta para o bem do país; o principal partido da oposição faz o resto do trabalho.
É bem possível que esta estratégia venha mesmo a resultar. Havendo a percepção que não existe alternativa e quando o que pode estar em causa é a estabilidade política encarada como fundamental para a governação, em particular numa altura em que a crise toma conta das nossas vidas, o mais provável é que a associação entre maioria absoluta e estabilidade política venha mesmo a dar resultado. Para segundo plano ficam os desastres desta governação, seja em matéria de Educação, Justiça ou Administração Pública. O país conheceu um significativo retrocesso em vários domínios, mas o problema da crise é um verdadeiro "tapa-buracos".
Quanto à pretensa justiça, a situação raia o ridículo: José Sócrates e o PS mantêm-se à frente das sondagens porque não se vislumbra uma alternativa credível, e não porque os portugueses reconheçam neste governo um desempenho extraordinário cujo contributo tenha sido decisivo para o país. A relação do país com José Sócrates é um pouco como aquele de um casal em que um dos membros, não conseguindo arranjar melhor alternativa, vai ficando com o outro. A relação do país com José Sócrates não é amor, nem anda lá perto, é apenas uma relação de conveniência que, por força das circunstâncias, vai-se mantendo. Mas todos sabemos o que acontece com essas relações motivadas pela conveniência e pela força das circunstâncias. Raras vezes têm um final feliz
No que diz respeito à salvaguarda da estabilidade política, o primeiro-ministro vai usar habilmente esse argumento no sentido de alcançar uma segunda maioria absoluta. Não é difícil vender a ideia da estabilidade política. Afinal, em tempos de severa crise importa que o Governo possa desempenhar as suas funções sem constrangimentos de maior. Por outro lado, a possibilidade de uma coligação com um qualquer partido da oposição parece pouco plausível. Nestas circunstâncias, o PS vai cavalgar no argumento da necessidade de uma nova maioria absoluta para o bem do país; o principal partido da oposição faz o resto do trabalho.
É bem possível que esta estratégia venha mesmo a resultar. Havendo a percepção que não existe alternativa e quando o que pode estar em causa é a estabilidade política encarada como fundamental para a governação, em particular numa altura em que a crise toma conta das nossas vidas, o mais provável é que a associação entre maioria absoluta e estabilidade política venha mesmo a dar resultado. Para segundo plano ficam os desastres desta governação, seja em matéria de Educação, Justiça ou Administração Pública. O país conheceu um significativo retrocesso em vários domínios, mas o problema da crise é um verdadeiro "tapa-buracos".
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