É tarefa árdua encontrar justificações para o que não tem justificação aceitável, mas Morais Sarmento, que se prepara para novos voos, pelo menos a julgar pela quantidade de entrevistas em tão curto espaço de tempo, não desiste de fazer tentativas. Assim, o ex-ministro de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes vem dar nova entrevista criticando aqueles que se insurgem contra os negócios angolanos. Segundo esta figura de destaque do PSD, não se deve fazer julgamentos morais sobre os negócios com Angola, preferindo estabelecer paralelismos entre dinheiro angolano e chinês. Ou seja justifica-se uma atitude moralmente reprovável por existirem outras tão ou mais reprováveis. Convenientemente Morais Sarmento esquece que muitos dos que criticam os negócios com o regime angolano também o fazem com qualquer regime não democrático. É claro que com esta argumentação néscia pretende-se calar as vozes críticas e passar a ideia de que a pretensa hipocrisia presente nas críticas é justifica...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.