Ainda
é cedo para apontar diferenças de fundo entre o novo Presidente da
República e o anterior, ainda assim algumas saltam à vista,
designadamente as diferenças de forma. Marcelo Rebelo de Sousa,
Presidente desde o dia 9 deste mês, quer mostrar um dinamismo que
Cavaco nunca teve. E Marcelo começou bem, pelo menos no que diz
respeito à sensatez com que iniciou as suas funções.
Para
já tudo parece relativamente calmo: a solução política que
resultou de uma maioria de esquerda no parlamento só conta,
internamente, com a oposição da comunicação social, tendo em
conta que a oposição partidária - PSD e CDS - recorre a argumentos
e expedientes que não têm surtido o efeito desejado, até porque o
ridículo nem sempre colhe frutos; e com a oposição externa,
expectável, daquilo que ainda usa a designações União Europeia e
Zona Euro.
Ainda
assim e para compor o cenário relativamente calmo, o PSD ainda conta
com Pedro Passos Coelho na liderança, o mesmo Passos Coelho que
comparou Marcelo Rebelo de Sousa a um cata-vento.
Todavia
o que acontecerá e qual será a posição de Marcelo se no seio do
PSD surgirem alterações? Vamos supor que Passos Coelho, embora
recentemente reeleito, não consegue manter-se na liderança do PSD,
Marcelo manterá a mesma postura? Qual será a posição do recém
Presidente da República num cenário em que o PSD conta com uma
liderança diferente daquela que existe, a comunicação social
continua a fazer oposição e os senhores de Bruxelas mantêm ou
aumentam a pressão sobre o Governo Português? Estas são as
questões que vão marcar a Presidência e os próximos tempos em
Portugal.
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