Avançar para o conteúdo principal

Combater o terrorismo

Mais uma vez a Europa foi alvo de atentados terroristas perpetrados pelo Daesh. Depois da prisão de Salah Abdeslam, um dos autores dos terríveis atentados de Paris, Bruxelas viveu o terror.
Novamente se falará da necessidade de combater o auto-proclamado Estado Islâmico ou Daesh; novamente se olhará com bons olhos para o encerramento de fronteiras e para a emergência de muros; novamente se olhará com desconfiança para os muçulmanos. Dir-se-á que não, mas a realidade marcada pelo medo faz sempre novas vítimas.
É evidente que o combate ao Daesh é central, mas também é verdade que esse combate têm forçosamente de passar pela resolução dos problemas nos países onde o auto-proclamado Estado Islâmico prolifera; assim como atacar todas as fontes de financiamento; o comércio de armas; os paraísos fiscais que albergam o financiamento deste e de outros grupos terroristas; reforçar a cooperação entre políticas e serviços de informação na Europa e fora dela, etc.
Todavia nada do acima enunciado será verdadeiramente executado. A Arábia Saudita (berço do wahabismo que tanto influencia este e outros grupos terroristas) continuará a ser uma aliada dos Estados Unidos e a UE continuará a mostra fragilidades a cada dia que passa. A Europa dos egoísmos nacionais, a Europa que abdicou do seu projecto de paz e cooperação é uma Europa frágil, sem grandes possibilidades de combater seriamente o que quer que seja. A Europa que estabelece acordos (paliativos) com países não-democráticos, a Europa que, para salvar a pele (ilusoriamente como se vê) vende a alma ao Diabo, é uma Europa sem rumo, frágil.
Para se combater o terror é essencial a cooperação, a estabilidade e o regresso ao projecto Europeu de paz e coesão. Só desta forma poderemos lutar para que Paris, Bruxelas ou qualquer outra cidade europeia não venha a conhecer em primeira mão o terror.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...