A
ideia de Europa, unida, justa e que proporcionou largos períodos de
paz, desvaneceu-se. Hoje será difícil acreditar num projecto
europeu que tinha como finalidade a justiça, a paz e a união entre
povos, mas que se transformou num antro de egoísmos nacionais,
sempre ladeados pela avidez, pelo dinheiro e pela máfia da alta
finança.
A
Europa hoje pertence a burocratas tementes aos mercados e dispostos a
tudo para agradar uma finança que continua desregulada, gananciosa e
invariavelmente envolta em bolhas que não tardarão em rebentar.
A
pergunta impõe-se: hoje será possível ser outra coisa que não
eurocéptico? Dificilmente. Na verdade, serão poucos os que ainda
acreditam no projecto europeu. O eurocepticismo instala-se e a
factura pagar-se-á mais dia menos dia. O eurocepticismo acaba,
amiúde, por degenerar em escolhas políticas demagógicas e não
raras vezes perigosas. A culpada é a Europa dos burocratas ao
serviço da alta finança; a culpada é a Europa do desemprego, da
precariedade, do empobrecimento e do desvanecimento de expectativas;
a culpada é a Europa cujos líderes políticos, eleitos, prestam
vassalagem aos mercados, esquecendo as inúmeras lições que a
História não cessa de nos oferecer.
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