É
tarefa árdua encontrar justificações para o que não tem
justificação aceitável, mas Morais Sarmento, que se prepara para
novos voos, pelo menos a julgar pela quantidade de entrevistas em tão
curto espaço de tempo, não desiste de fazer tentativas.
Assim,
o ex-ministro de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes vem dar nova
entrevista criticando aqueles que se insurgem contra os negócios
angolanos. Segundo esta figura de destaque do PSD, não se deve fazer
julgamentos morais sobre os negócios com Angola, preferindo
estabelecer paralelismos entre dinheiro angolano e chinês. Ou seja
justifica-se uma atitude moralmente reprovável por existirem outras
tão ou mais reprováveis. Convenientemente Morais Sarmento esquece
que muitos dos que criticam os negócios com o regime angolano também
o fazem com qualquer regime não democrático.
É
claro que com esta argumentação néscia pretende-se calar as vozes
críticas e passar a ideia de que a pretensa hipocrisia presente nas
críticas é justificação para passar um pano branco e impoluto
sobre o que de mais sujo se faz em Portugal, tantas vezes em nome de
um famigerado, mas falso, interesse nacional.
Morais
Sarmento prepara-se para outros voos, tanto mais que já iniciou as
críticas ao ainda líder do PSD. Não sei se será agora, mas a
visibilidade do ex-ministro do inefável Durão Barroso e do efémero
Pedro Santana Lopes permite suspeitar que esse tempo se aproxima.
Pelo menos, sobretudo para os mais distraídos, estas afirmações de
Morais Sarmento permitem conhecer o que lhe vai na cabeça - nada,
pelo menos para já, de substancialmente diferente daquilo que vai na
cabeça de Passos Coelho. No PSD nada de novo.
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