A
banca tornou-se um problema, protegida pela sua importância para as
economias e contando com a ausência de supervisão e regulação, o
negócio tornou-se irresponsável e não raras vezes criminoso. É
por demais evidente que a transformação da banca comercial foi
incomensuravelmente lesiva para as economias.
Portugal
não fugiu à regra. Depois de anos de endividamento da banca e da
existência de administrações pouco recomendáveis, a par da aposta
em produtos de "sofisticação financeira", os riscos
tornaram-se incomportáveis e o resultado está à vista: o Estado é
chamado para injectar dinheiro que não tem, vendo-se forçado a
contrair mais dívida, agravando os problemas já irresolúveis do
país.
O
crime anda tantas vezes de mãos dadas com um sector que tem
destruído mais do que construído. A justiça peca por tardia e
revela-se incapaz de colocar um ponto final em actividades criminosas
vestidas com os melhores fatos que o mercado tem para oferecer.
Entretanto
e como se os problemas não fossem já suficientemente graves,
desenha-se no horizonte nova bolha financeira cujo impacto nas
economias será, segundo alguns economistas, muito maior do que a que
aquela que destruiu vidas em 2008. Na Zona Euro, Draghi aposta em
novos paliativos.
A
crise do subprime ofereceu-nos uma multiplicidade de lições que a
classe política e a casta financeira não quiseram aprender. A
impunidade e a repetição dos erros mantém-se e aqueles que irão
pagar por um novo cataclismo financeiro serão os mesmos que em 2008
viram as suas vidas andar para trás: os cidadãos e entre estes
muitos que sucumbem ao populismo bacoco, mas ainda assim bacoco, de
Le Pen ou de Donald Trump.
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