Nunca o país, sobretudo no que diz respeito à comunicação social, se mostrou tão exigente com os políticos. Não com todos os políticos, mas com os políticos que integram os partidos de esquerda e que se preparam para apresentar uma solução política em oposição à "solução" apresentada pelo Governo de Passos Coelho. Se dúvidas existem sobre esse acréscimo de exigência, sugere-se o seguinte exercício: assistir aos canais de televisão (com especial relevo para o canal público RTP1) e passar os olhos pelos jornais. A exigência que se pede aos partidos de esquerda, e que não há memória de ter sido sequer aflorada nos partidos de direita, é comparativamente incomensurável. Dir-se-á, numa tentativa de enquadrar tudo num contexto de normalidade, que esta solução avançada pela esquerda é inédita. É bem verdade que sim, mas só esse facto não justifica tão acentuada dualidade de critérios. Por que razão se exige tanto da solução de esquerda e se lidou com tanta naturalidade com a inex...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.