Masoquistas?
Sem dúvida. Para quem gosta de dor, nada melhor do que umas boas
doses de PàF, que é o mesmo do que dizer umas boas doses de
austeridade que se traduz em mais cortes no Estado Social, mais
desvalorização salarial, mais angústia, mais emigração, mais
precariedade, mais promiscuidade entre poder político e poder
económico, mais destruição da economia do país, mais dívida,
menos futuro. Tudo isto e mais que, na verdade, é menos, na medida
em que cessaram as receitas provenientes das privatizações, resta
quase nada passível de ser vendido. E foi isto que se escolheu, mais
umas doses de obscurantismo, pobreza, ausência de futuro. Agora
colocam-se outras questões, como formar governo em minoria com o
claro beneplácito do Presidente da República. Mas a mensagem é
clara: somos masoquistas, incluindo aqueles que insistem na não
escolha.
Todavia
nem tudo é negativo e a vitória do PSD/CDS é, em larga medida, uma derrota que torna a governação numa impossibilidade, sobretudo depois da
posição manifestada por António Costa, longe de um hipotético
bloco central.
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