Apesar
da não conceder grande importância às sondagens, a verdade é que
se começa a instalar a ideia de que a coligação vai sair vencedora
das eleições de Domingo e que o PS naturalmente será o grande
derrotado. A comunicação social tudo tem feito para consolidar essa
ideia, desde falar em maioria absoluta para a coligação, até
discutir o sucessor de António Costa na liderança do Partido
Socialista.
Se
esta ideia vingar, a reboque de uma comunicação social claramente
comprometida com o poder político, designadamente com a coligação,
não resta muito a dizer. O que se passa com o país? Masoquistas?
Talvez.
Para
quem gosta de dor, nada melhor do que umas boas doses de PàF, que é
o mesmo do que dizer umas boas doses de austeridade que se traduz em
mais cortes no Estado Social, mais desvalorização salarial, mais
angústia, mais emigração, mais promiscuidade entre poder político
e poder económico, mais destruição da economia do país, mais
dívida, menos futuro. Tudo isto e mais que, na verdade, é menos, na
medida em que cessaram as receitas provenientes das privatizações,
resta quase nada passível de ser vendido. Ou seja, para quem gosta
de dor, é favor votar PàF porque, caso se verifique um milagre que
lhes permita governar este país, é de dor que devemos falar, dor em
dose dupla; dor crónica e aguda para se chegar a lado nenhum. Passos
Coelho bem que anda de crucifixo na mão.
Mas infelizmente todos seremos vítimas do seu chicote, mesmo os que
não apreciam exercícios de masoquismo.
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