Marcelo
Rebelo de Sousa anunciou finalmente a sua candidatura à Presidência
da República. São muitas horas de televisão - é o que me apraz
dizer. Quanto aos apoios dos partidos de direita, não se coloca
qualquer espécie de óbice, Marcelo é um potencial vencedor e é
sobretudo isso que interessa, as eventuais divergências são
facilmente ultrapassadas perante a vitória tão desejada. De resto,
é preferível ter um Presidente da mesma cor política, é um facto.
A hipocrisia é ignorada por todos.
Marcelo
Rebelo de Sousa conta com muitas horas de televisão em oposição a
candidatos que são ilustres desconhecidos. A televisão é, ainda, a
melhor forma de se vender um candidato. A passagem de Marcelo pela
televisão não será totalmente indissociável da sua vontade de se
candidatar à Presidência da República. Seja como for, são muitas
horas de televisão - uma clara vantagem para o Sr. Professor que
conta com uma comunicação social rendida aos seus "encantos"
e determinada a manter o status quo, como se viu pelo espetáculo de
despedida de Marcelo da TVI.
Muitas
horas de televisão misturadas com politiquice revestida da habitual
simpatia, embora representem uma vantagem, podem ainda assim não ser
suficientes. A esquerda dividida é outra vantagem para Marcelo, mas
se da esquerda surgir apenas um candidato, mesmo que por ora seja um
mero desconhecido, e se esse candidato contar com o apoio de toda a
esquerda, a vitória de Marcelo poderá não ser assim tão
garantida. Paralelamente, se esse candidatura única da esquerda for
a de António Sampaio da Nóvoa, a vitória de Marcelo poderá não
passar de um desejo do próprio Marcelo e de uma direita que por
estes dias passou de um estado de euforia para uma espécie de
depressão e ansiedade difíceis de debelar.
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