Luaty
Beirão decidiu colocar um ponto final na greve de fome. A pressão
familiar foi compreensivelmente decisiva para a decisão do activista
angolano perante a inflexibilidade do regime ditatorial que assombra
aquele país e que teria Luaty morrer de fome, sem grandes
sobressaltos.
A
decisão de Luaty Beirão entrar em greve de fome e as subsequentes
semanas de definhamento trouxeram nova visibilidade à questão do
regime angolano. Luaty e seus companheiros reforçaram a ideia
de que esse regime pode e deve ser combatido e de que existe uma
crescente disponibilidade nesse sentido.
Quanto
à postura das autoridades portuguesas, mais do mesmo:
pusilanimidade, conivência, comprometimento com os negócios e só
com os negócios, sempre e apenas com os negócios. Assim sendo, não
vale a pena inquietar quem desrespeita grosseiramente dos mais
básicos direitos humanos. Os democratas angolanos contarão com o
apoio de muitos portugueses; o Governo suportado pela coligação
apoiará o regime e os negócios do regime.
O
fim da greve de fome de Luaty não deve ser encarado como um fim em
si mesmo, mas o princípio de um processo que culminará com a queda
do regime. Mais cedo ou nem tanto isso acontecerá. Por cá,
espera-se que as atenções que recaíram sobre este caso de Luaty e
dos companheiros não seja efémero e que o próximo governo
português
deixe de encarar a diplomacia
apenas como um meio para facilitar os negócios.
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