As decisões que saíram da última cimeira do G20 reforçam aquilo que já todos perceberam: fica tudo na mesma, a vontade de encetar mudanças no modelo económico global é praticamente nula, e mais grave, é na Europa que o conservadorismo económico assente no neoliberalismo que está subjacente à crise, parece ganhar mais adeptos. É neste contexto que não causa estranheza a receita, impulsionada pela Alemanha, para a crise: medidas de austeridade que asfixiam as classes médias no sentido de reduzir défices e endividamento e nenhuma medida para reforçar a regulação e supervisão dos mercados. Dito por outras palavras: continuamos a assistir à prevalência da economia em detrimento da política – perdem os cidadãos porque perdem a sua soberania, perdem a sua voz. A medida que visava a aplicação de uma taxa semelhante à taxa Tobin caiu por terra na precisa medida em que se decidiu que cabe aos Estados aplicar ou não essa taxa que incidiria sobre a especulação e sobre o sector financeiro. É eviden...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.