Depois das afirmações contraditórias do comissário europeu da Economia sobre a flexibilidade das leis laborais, o Governo mostrou que os discursos no seu seio raras vezes são convergentes e o PSD sublinha novamente a necessidade de se flexibilizar a legislação laboral.É curioso assistir a esta discussão num país em que a precariedade do trabalho é profusa, num país que, não tendo muito para oferecer aos seus cidadãos, vê os mais jovens partir novamente para outras paragens.De resto, quem faz a apologia da flexibilização das leis laborais esquece invariavelmente as razões que subjazem à nossa fraca produtividade e à escassa competitividade da economia portuguesa. Esquecem que poucos investidores estarão interessados em apostar onde a Justiça é morosa e ineficaz, onde prolifera a burocracia e onde o Estado abdica das suas funções de supervisão e regulação para dar lugar à omnipotência própria de outros tempos e de outros regimes.Paralelamente, quando se fala na necessidade de um aumento de produtividade, seria igualmente profícuo não esquecer que a falta de visão estratégica, a fraca qualificação, a má gestão das empresas, a ausência de modernização, fracas condições de trabalho e, amiúde, o tratamento pouco adequado dado aos trabalhadores são elementos centrais à nossa baixa produtividade.Em suma, os problemas do país não se resolvem com mais flexibilidade laboral enquanto se continua a ignorar os verdadeiros óbices ao nosso desenvolvimento. E seria porventura mais interessante que se deixasse de apostar em medidas pontuais e se fizessem as reformas necessárias. Infelizmente, é mais fácil continuar com subterfúgios do que empreender mudanças estruturais.
O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...
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