Avançar para o conteúdo principal

Hamas e Israel

Os incidentes que envolveram militares israelitas e alegadamente activistas de várias nacionalidades deram início ao regresso da instabilidade. O conflito israelo-palestiniano é central à instabilidade do Médio Oriente e agora conta com um novo incidente: a morte de quatro palestinianos pela marinha israelita. Israel afirma que se tratava de um comando palestiniano; os palestinianos afirmam que se tratava de um grupo de pescadores. Paralelamente à verdade dos acontecimentos, a violência e a instabilidade voltam a marcar um território fustigado por décadas de guerra.
O Governo de direita israelita tem mostrado uma intransigência relativamente aos territórios palestinianos que inviabiliza qualquer hipotética solução. Do lado palestiniano, o facto da Faixa de Gaza ser politicamente dominada – e esse foi o resultado de eleições – pelo Hamas que continua a defender a eliminação de Israel inviabiliza, por sua vez, qualquer hipótese para a paz.
O ódio entre estes dois povos é fomentado por dirigentes políticos sem visão e que parecem empenhados na manutenção de um braço de ferro constante. O conflito israelo-palestiniano acaba por ser um pretexto para qualquer fanático religioso que, de forma mais ou menos violenta, mostra o seu ódio ao Ocidente ou tenta mostra o seu amor a um pretenso ideário saído da Idade Média.
Consequentemente, espera-se que a comunidade internacional, com os Estados Unidos à cabeça mostrem a ambos os lados da contenda que a paciência está esgotada e que é necessário apresentar um plano exequível que permita o regresso às negociações – se isso implicar o fim do bloqueio a Gaza, que se levante então o bloqueio, mas o Hamas também terá que fazer concessões.
O regresso a um mínimo de estabilidade que permita o retorno às negociações implica o abandono do Hamas da sua premissa que defende o fim do vizinho israelita e o fim da utilização do terrorismo como forma de luta e implica concessões do lado israelita em relação aos colonatos e a Gaza. Só assim é que se poderá voltar a falar de uma solução de dois Estados.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma