O brutal assassínio de uma jovem iraniana de nome Neda Agha-Soltan numa manifestação contra as irregularidades das eleições iranianas, filmado por um telemóvel, abalou o regime. A verdade é que as manifestações têm agora um rosto, um mártir como muitos afirmam. O vídeo em que se vê a morte deNeda passou a representar o pior dos métodos utilizados quer pelo regime quer pelos seus apoiantes para acabar com a instabilidade que se vive no Irão e mostra o custo elevado que muitos pagam simplesmente porque ambicionam mudanças ou porque consideram que o seu voto realmente interessa. Mesmo que não tenha sido exactamente esse o caso deNeda, a sua morte ficará irremediavelmente associada às manifestações contra os resultados eleitorais e até contra o regime.
O regime já deu sinais que não vai ceder às exigências dos manifestantes, o próprio Ayatollah Ali Khamenei afirmou que o regime não vai ceder aos protestos nas ruas. A ideia do líder supremo é a de que Ahmadinejad é o vencedor das eleições, sem margem para quaisquer discussões. Quanto aos protestantes serão alvo da repressão do regime até a um hipotético e difícil regresso à normalidade.
Entretanto, muitos arriscam a vida em nome de valores como a liberdade, a transparência, o respeito. Valores esses que não têm sido promovidos por um regime de clérigos mais preocupados com a hegemonia regional do Irão em afronta directa aos Estados Unidos e a Israel do que encontrar caminhos para o real desenvolvimento do país. Em rigor, o desenvolvimento anda de mão dada com a abertura do país ao exterior, o que regime dificilmente aceitará porque seria o primeiro passo para o seu fim. E é precisamente a abertura, consequência também da liberdade, que assusta um regime que dificilmente suportará essa abertura durante muito tempo. Aliás, e como exemplo, as imposições que são postas às mulheres terão dificuldade em persistir num país aberto ao exterior e em permanente contacto com o exterior. Veja-se o caso da Arábia Saudita que, pese embora ainda mantenha imposições verdadeiramente medievais no que diz respeito à condição das mulheres e não só, tem mostrado alguma vontade de mudar.
A morte de Neda já é um símbolo do descontentamento, um símbolo dramático da revolução. O que vai acontecer no Irão é, para já, uma incógnita: os protestantes parecem pouco dispostos a desmobilizar e o regime continua a combater os protestos recorrendo à repressão. Mas há sinais crescentes de divisão: aparentemente 105 deputados não aceitaram o convite para festejar a vitória deAhmadinejad.
O regime já deu sinais que não vai ceder às exigências dos manifestantes, o próprio Ayatollah Ali Khamenei afirmou que o regime não vai ceder aos protestos nas ruas. A ideia do líder supremo é a de que Ahmadinejad é o vencedor das eleições, sem margem para quaisquer discussões. Quanto aos protestantes serão alvo da repressão do regime até a um hipotético e difícil regresso à normalidade.
Entretanto, muitos arriscam a vida em nome de valores como a liberdade, a transparência, o respeito. Valores esses que não têm sido promovidos por um regime de clérigos mais preocupados com a hegemonia regional do Irão em afronta directa aos Estados Unidos e a Israel do que encontrar caminhos para o real desenvolvimento do país. Em rigor, o desenvolvimento anda de mão dada com a abertura do país ao exterior, o que regime dificilmente aceitará porque seria o primeiro passo para o seu fim. E é precisamente a abertura, consequência também da liberdade, que assusta um regime que dificilmente suportará essa abertura durante muito tempo. Aliás, e como exemplo, as imposições que são postas às mulheres terão dificuldade em persistir num país aberto ao exterior e em permanente contacto com o exterior. Veja-se o caso da Arábia Saudita que, pese embora ainda mantenha imposições verdadeiramente medievais no que diz respeito à condição das mulheres e não só, tem mostrado alguma vontade de mudar.
A morte de Neda já é um símbolo do descontentamento, um símbolo dramático da revolução. O que vai acontecer no Irão é, para já, uma incógnita: os protestantes parecem pouco dispostos a desmobilizar e o regime continua a combater os protestos recorrendo à repressão. Mas há sinais crescentes de divisão: aparentemente 105 deputados não aceitaram o convite para festejar a vitória deAhmadinejad.
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