O ministro das Finanças considera que os últimos dados do INE permitem concluir que a crise está mais próxima do fim. Segundo o INE, a confiança dos consumidores está em crescimento. Com estes dados, o Governo pretende dar um sinal positivo aos agentes económicos e capitalizar alguns ganhos para as eleições que se aproximam. A generalidade das opiniões confluem no mesmo sentido, salientando o excesso de confiança de Teixeira dos Santos, o carácter prematuro das suas afirmações e o facto deste Governo já ter vindo anunciar, extemporaneamente, através do ministro da Economia Manuel Pinho precisamente o fim da crise.
Esta crise que começou no sector financeiro e contaminou as economias reais há-de, seguramente, chegar a um fim. Todavia, a economia portuguesa já se encontrava em algumas dificuldades há quase uma década, e tudo indica que após o fim da crise internacional, Portugal ainda terá que combater a crise da sua economia. Aliás, um dos elementos centrais da campanha eleitoral para as eleições legislativas que se avizinha deve precisamente ser o modelo de desenvolvimento económico e social a ser seguido pelos candidatos a formar governo. Importa perceber se o país vai continuar a ter um modelo que tem contribuído decisivamente para o empobrecimento do país.
Em rigor, os responsáveis políticos têm adiado o inadiável: uma aposta séria no capital humano, uma reforma digna desse nome da Administração Pública e uma reforma profunda do sistema de Justiça. Sem estas mudanças não se criam as condições para que haja lugar ao investimento que criará emprego; sem estas mudanças não haverá criação de riqueza, apenas empobrecimento. Sem uma alteração de fundo no que diz respeito ao relacionamento que o Estado tem com as empresas e com os cidadãos, sem uma continuidade da política fiscal, ao invés da habitual tergiversarão, e sem a construção de um Estado que seja uma "pessoa" de bem e de confiança, estamos apenas a condenar o país ao empobrecimento.
De facto, não será suficiente a retoma dos nossos parceiros comercias e um enfraquecimento dos efeitos da crise quando os problemas que a nossa economia tem vindo a atravessar nos últimos anos persistem. Paralelamente, será interessante assistir às discussões entre os vários partidos políticos sobre o défice. Na verdade, já todos percebemos que para além dos problemas estruturais acima referidos, Portugal vai novamente ver-se confrontado com um défice muito elevado. Não havendo margem para aumentar impostos e incapacidade para cortar na despesa, vamos esperar para ver as propostas de cada um dos partidos políticos para as eleições legislativas.
É sobejamente conhecida a necessidade que os políticos têm para gerir expectativas e dar sinais de alento, designadamente em períodos de maiores dificuldades, mas não adianta esconder parte da verdade: os cidadãos que já sentiam um retrocesso no seu bem-estar antes da crise sabem que mesmo depois do fim da crise internacional, outras dificuldades permanecerão. Existe porém uma diferença: sem a crise que assolou o mundo, muitos ficarão sem a desculpa da inevitabilidade da crise internacional, a começar pelos responsáveis governativos.
Esta crise que começou no sector financeiro e contaminou as economias reais há-de, seguramente, chegar a um fim. Todavia, a economia portuguesa já se encontrava em algumas dificuldades há quase uma década, e tudo indica que após o fim da crise internacional, Portugal ainda terá que combater a crise da sua economia. Aliás, um dos elementos centrais da campanha eleitoral para as eleições legislativas que se avizinha deve precisamente ser o modelo de desenvolvimento económico e social a ser seguido pelos candidatos a formar governo. Importa perceber se o país vai continuar a ter um modelo que tem contribuído decisivamente para o empobrecimento do país.
Em rigor, os responsáveis políticos têm adiado o inadiável: uma aposta séria no capital humano, uma reforma digna desse nome da Administração Pública e uma reforma profunda do sistema de Justiça. Sem estas mudanças não se criam as condições para que haja lugar ao investimento que criará emprego; sem estas mudanças não haverá criação de riqueza, apenas empobrecimento. Sem uma alteração de fundo no que diz respeito ao relacionamento que o Estado tem com as empresas e com os cidadãos, sem uma continuidade da política fiscal, ao invés da habitual tergiversarão, e sem a construção de um Estado que seja uma "pessoa" de bem e de confiança, estamos apenas a condenar o país ao empobrecimento.
De facto, não será suficiente a retoma dos nossos parceiros comercias e um enfraquecimento dos efeitos da crise quando os problemas que a nossa economia tem vindo a atravessar nos últimos anos persistem. Paralelamente, será interessante assistir às discussões entre os vários partidos políticos sobre o défice. Na verdade, já todos percebemos que para além dos problemas estruturais acima referidos, Portugal vai novamente ver-se confrontado com um défice muito elevado. Não havendo margem para aumentar impostos e incapacidade para cortar na despesa, vamos esperar para ver as propostas de cada um dos partidos políticos para as eleições legislativas.
É sobejamente conhecida a necessidade que os políticos têm para gerir expectativas e dar sinais de alento, designadamente em períodos de maiores dificuldades, mas não adianta esconder parte da verdade: os cidadãos que já sentiam um retrocesso no seu bem-estar antes da crise sabem que mesmo depois do fim da crise internacional, outras dificuldades permanecerão. Existe porém uma diferença: sem a crise que assolou o mundo, muitos ficarão sem a desculpa da inevitabilidade da crise internacional, a começar pelos responsáveis governativos.
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