Quando praticamente todas as sondagens davam o PS como vencedor das eleições europeias, surge uma vitória do PSD. A vitória do PSD acaba por ser uma surpresa em particular devido às dificuldades de Manuela Ferreira Leite de se impor como líder do partido e a um longo período de dificuldades do PSD nos últimos anos. O resultado destas eleições acaba também por ser um inesperada derrota do partido do Governo e pode marcar o início de um período de declínio do PS e de ascensão do PSD.
Há indubitavelmente um somatório de razões que justificam estes resultados, mas parece-me evidente que o descontentamento em relação a um governo incapaz de levar a cabo as mudanças a que se propôs, um governo sem ideias para combater os efeitos da crise, um governo que tudo aposta na propaganda acaba, mais cedo ou mais tarde, por pagar uma factura elevada. Poucos terão sido aqueles que votaram tendo em conta as questões europeias, pese embora essas questões sejam indissociáveis dos assuntos do país.
O PSD sai vitorioso e manifestamente animado com os resultados destas eleições. Manuela Ferreira Leite não tem conseguido unir o partido - tarefa que já se adivinhava quase impossível -, mas tem conseguido não criar cisões profundas como foi hábito do seu predecessor. Já se sabe como partidos como o PSD funcionam: doravante muito provavelmente surgirão novos (velhos) apoios à actual líder do partido, já que se perspectiva um resultado nas próximas legislativas muito acima do que se esperava há meras semanas atrás. Por outro lado, há quem no seio do PSD passe por sentimentos contraditórios: quem tem vindo a pugnar pela rápida queda de uma líder fragilizada, mas que subitamente vê a posição de Ferreira Leite consolidada e com boas perspectivas para Setembro/Outubro deste ano.
De um modo geral, houve dois grandes derrotados na noite de ontem: o PS de José Sócrates, mas também o sistema democrático português devido à fraca participação dos eleitores. E embora exista uma espécie de consolação por via das elevadas taxas de abstenção registadas na generalidade dos Estados-membros da UE, a verdade é que mais de 60 por cento dos portugueses nem se deram ao trabalho de votar, restando apenas dúvidas sobre as razões que levaram a essa abstenção. Paralelamente, dir-se-á que há cinco anos atrás a abstenção aproximou-se destes valores, o que só prova que em cinco anos não progredimos significativamente, pelo contrário.
Há indubitavelmente um somatório de razões que justificam estes resultados, mas parece-me evidente que o descontentamento em relação a um governo incapaz de levar a cabo as mudanças a que se propôs, um governo sem ideias para combater os efeitos da crise, um governo que tudo aposta na propaganda acaba, mais cedo ou mais tarde, por pagar uma factura elevada. Poucos terão sido aqueles que votaram tendo em conta as questões europeias, pese embora essas questões sejam indissociáveis dos assuntos do país.
O PSD sai vitorioso e manifestamente animado com os resultados destas eleições. Manuela Ferreira Leite não tem conseguido unir o partido - tarefa que já se adivinhava quase impossível -, mas tem conseguido não criar cisões profundas como foi hábito do seu predecessor. Já se sabe como partidos como o PSD funcionam: doravante muito provavelmente surgirão novos (velhos) apoios à actual líder do partido, já que se perspectiva um resultado nas próximas legislativas muito acima do que se esperava há meras semanas atrás. Por outro lado, há quem no seio do PSD passe por sentimentos contraditórios: quem tem vindo a pugnar pela rápida queda de uma líder fragilizada, mas que subitamente vê a posição de Ferreira Leite consolidada e com boas perspectivas para Setembro/Outubro deste ano.
De um modo geral, houve dois grandes derrotados na noite de ontem: o PS de José Sócrates, mas também o sistema democrático português devido à fraca participação dos eleitores. E embora exista uma espécie de consolação por via das elevadas taxas de abstenção registadas na generalidade dos Estados-membros da UE, a verdade é que mais de 60 por cento dos portugueses nem se deram ao trabalho de votar, restando apenas dúvidas sobre as razões que levaram a essa abstenção. Paralelamente, dir-se-á que há cinco anos atrás a abstenção aproximou-se destes valores, o que só prova que em cinco anos não progredimos significativamente, pelo contrário.
Comentários
Uma derrota inequívoca de José Sócrates e do PS. Passam de 12 para 7 eurodeputados, perdem nos Açores (onde recentemente ganharam as Regionais) e ganham apenas em 2 distritos (sendo que em Lisboa foi apenas por 0,5%).
Não pode haver a desculpa da crise internacional, que castigou os governos. Sarkozy, Merkl e Berlusconi venceram, enquanto que os governos socialistas de Brown, Zapatero e Sócrates perderam. Foi a derrota da politica socialista que é despesista, premeia a partidarite no lugar do mérito e do trabalho, apoia e legitima a corrupção.
No contexto europeu, o PPE (onde se inserem PSD e CDS) será o maior partido com cerca de 260 deputados, contra os cerca de 150 dos socialistas (onde está o PS). A Europa teve consciência e sabe que rumo quer tomar.