A instabilidade no Irão continua longe de cessar, o candidato que saiu alegadamente derrotado das eleições, Mousavi, convocou um dia de luto em consequência da morte daqueles que protestaram contra as aparentes irregularidades que se verificaram no processo eleitoral. O regime, por sua vez, continua a dar sinais de pouca abertura e combate os insurgentes recorrendo aos tradicionais métodos de repressão.
É prematuro falar-se no princípio do fim do regime que se instalou no Irão há 30 anos, mas não se pode ignorar que este conjunto de manifestações representam o período mais complexo para a teocracia iraniana. É improvável que a repressão que tem sido a tónica do regime nos últimos dias seja uma solução, logo restam poucas alternativas ao regime que não passem por algumas concessões, restando também a dúvida se mesmo essas concessões serão suficientes. Afinal de contas, muitos daqueles que se manifestam não pretendem apenas uma recontagem dos votos ou um novo processo eleitoral, mas sim mudanças de fundo que o regime não está disposto a conceder sob pena de contrariar parte da sua natureza.
De um modo geral, é notório o descontentamento que invadiu o Irão e as divisões que esse descontentamento tem vindo a criar. Os indefectíveis apoiantes do Presidente Ahmadinejad também têm demonstrado o seu apoio, por vezes de forma mais violenta, ao homem que está no centro da polémica, como aliás tem seu sido hábito. A sociedade iraniana encontra-se assim profundamente dividida entre os que pretendem a manutenção, em muitos aspectos, do status quo ; e aqueles que já não escondem o seu descontentamento perante um regime muito virado para procura de hegemonia no contexto do Médio Oriente, mas incapaz de proporcionar à generalidade dos iranianos um futuro.
O dia de luto convocado por Mousavi é também simbólico. O Irão, já aqui escrevi, dificilmente voltará a ser o país que era, mesmo que estas convulsões venham a diminuir de intensidade, a verdade é que a sociedade iraniana está muito dividida e o futuro avizinha-se desde já conturbado. Ao regime não resta mais do que mudar em alguns aspectos, contrariando parte da sua natureza. Essa é a única forma de garantir a sua sobrevivência. O teste começa já com as decisões a tomar em relação ao processo eleitoral cujos resultados têm sido rejeitados pela oposição ao Presidente Ahmadinejad.
Por fim, referir apenas uma mudança que tem vindo a tirar força ao discurso antiamericanista de Ahmadinejad. Essa mudança chama-se Barack Obama e representa uma América diametralmente oposta à América de Bush. De facto, o Presidente americano não serve para reforçar a linha de argumentação de Ahmadinejad, tornando-a gasta e pouco eficaz.
É prematuro falar-se no princípio do fim do regime que se instalou no Irão há 30 anos, mas não se pode ignorar que este conjunto de manifestações representam o período mais complexo para a teocracia iraniana. É improvável que a repressão que tem sido a tónica do regime nos últimos dias seja uma solução, logo restam poucas alternativas ao regime que não passem por algumas concessões, restando também a dúvida se mesmo essas concessões serão suficientes. Afinal de contas, muitos daqueles que se manifestam não pretendem apenas uma recontagem dos votos ou um novo processo eleitoral, mas sim mudanças de fundo que o regime não está disposto a conceder sob pena de contrariar parte da sua natureza.
De um modo geral, é notório o descontentamento que invadiu o Irão e as divisões que esse descontentamento tem vindo a criar. Os indefectíveis apoiantes do Presidente Ahmadinejad também têm demonstrado o seu apoio, por vezes de forma mais violenta, ao homem que está no centro da polémica, como aliás tem seu sido hábito. A sociedade iraniana encontra-se assim profundamente dividida entre os que pretendem a manutenção, em muitos aspectos, do status quo ; e aqueles que já não escondem o seu descontentamento perante um regime muito virado para procura de hegemonia no contexto do Médio Oriente, mas incapaz de proporcionar à generalidade dos iranianos um futuro.
O dia de luto convocado por Mousavi é também simbólico. O Irão, já aqui escrevi, dificilmente voltará a ser o país que era, mesmo que estas convulsões venham a diminuir de intensidade, a verdade é que a sociedade iraniana está muito dividida e o futuro avizinha-se desde já conturbado. Ao regime não resta mais do que mudar em alguns aspectos, contrariando parte da sua natureza. Essa é a única forma de garantir a sua sobrevivência. O teste começa já com as decisões a tomar em relação ao processo eleitoral cujos resultados têm sido rejeitados pela oposição ao Presidente Ahmadinejad.
Por fim, referir apenas uma mudança que tem vindo a tirar força ao discurso antiamericanista de Ahmadinejad. Essa mudança chama-se Barack Obama e representa uma América diametralmente oposta à América de Bush. De facto, o Presidente americano não serve para reforçar a linha de argumentação de Ahmadinejad, tornando-a gasta e pouco eficaz.
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