Avançar para o conteúdo principal

Vitória do PSD

Segundo uma sondagem da Marktest para a TSF e "Diário Económico" a vitória do PSD é um cenário plausível. Apesar de se verificar um empate técnico, o PSD, segundo a sondagem em questão, conquistaria 32,5 por cento dos votos, enquanto o PS ficaria com 29,4 por cento. O Bloco de Esquerda surge numa situação de empate com a CDU, enquanto o CDS-PP continua a cair nas sondagens.

Desta forma, verifica-se um aumento, em matéria de intenções de voto, do PSD. Muitos atribuem esse aumento à escolha do PS para cabeça de lista para o Parlamento Europeu, Vital Moreira e às suas fragilidades manifestadas durante a campanha; outra possibilidade que pesa indubitavelmente e determina estes resultados prende-se com o voto de descontentamento com a situação do país e com o desempenho do Governo. Sob o meu ponto de vista, o próximo domingo ficará marcado precisamente pelo descontentamento crescente dos eleitores que vão certamente querer castigar o Governo.

De resto, a campanha eleitoral dos dois maiores partidos tem sido verdadeiramente pobre, destacando-se nesta campanha eleitoral os partidos de menor dimensão que têm, de facto, tentado trazer as questões europeias para o debate público. PSD e PS esgrimem argumentos sobre a situação interna e sobre os escândalos do BPN e trocam acusações, oferecendo assim uma triste imagem dos partidos em questão e de uma parte importante da classe política.

Voltando à questão das sondagens, importa referir que, a confirmar-se uma vitória do PSD, isso também se deve, em larga medida, ao desempenho de Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD às eleições europeias e ao quase desaparecimento de Manuela Ferreira Leite que deixou, e muito bem, Rangel tomar as rédeas da campanha, contrariamente à campanha do CDS-PP que conta com a presença indefectível do líder Paulo Portas.

Finalmente, dizer apenas que a possibilidade de uma vitória do PSD afigura-se muito provável e não tanto pelo resultado desta ou de outra sondagem, mas essencialmente pelo clima sufocante de descontentamento que se vive em Portugal. Ao descontentamento dos cidadãos acresce uma ausência de esperança também consequência de muitos anos de crise e da incapacidade por parte da classe política de restaurar a esperança dos cidadãos. Essa ausência de esperança, por sua vez, traduzir-se-á numa elevada taxa de abstenção nas próximas eleições de dia 7.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Saídas para os impasses

As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...