A frase em epígrafe repete-se. São demasiados os episódios em que as instituições europeias e a sempre presente Alemanha mais não conseguem fazer do que transpirar hipocrisia. A UE que convive pacificamente com paraísos fiscais, sobrecarregando os trabalhadores e pequenas empresas, os mesmos que sustentam as infraestruturas e serviços essenciais ao funcionamento das empresas que se multiplicam em paraísos fiscais, é a mesma UE que só conhece uma tecla, gasta e empenada - a tecla da austeridade. A música já a conhecemos - é triste e repetitiva. Mas é ao som desta música que a UE, designadamente a Zona Euro, espera que Portugal dance. A UE e Passos Coelho que da sua toca lá vai espreitando para ver se as coisas estão a correr mal, para depois não ter outro remédio que não seja voltar para a toca, agarrar-se à cenoura ou ao telemóvel, lamentando-se do seu fado. A mesma Europa que sabe que os paraísos fiscais são responsáveis não só pela sobrecarga fiscal dos trabalhadores, olha ...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.