Por
aqui muito se escreveu sobre José Sócrates. Havia matéria para
preencher páginas e páginas. Aliás, o assunto aparentemente nunca
se esgotava. Depois da sua prisão, escolhi abster-me de escrever
sobre o ex-primeiro ministro, por razões que se prendem com a velha
premissa de deixar à Justiça aquilo que é da Justiça. E quando
por aqui tanto se escreveu sobre os anos de Sócrates, terá sido
apenas do ponto de vista político
Mas
José Sócrates é incapaz de estar longe dos holofotes. Critica
aqueles que não respeitam (amiúde com razão) a sua vida, mas
sucumbe à possibilidade de mais uma entrevista.
Vem
isto a propósito da última entrevista do antigo primeiro-ministro à
Antena 1. Nessa entrevista Sócrates revela que nunca teria sido
primeiro-ministro sem ganhar eleições. E embora procure fazer a
defesa da actual solução política, a crítica está lá, mais ou
menos velada, conforme as interpretações. Ora, importa acrescentar
que Sócrates nunca deveria ter concorrido em eleições
legislativas. Nem sequer se coloca se deveria ou não ser
primeiro-ministro sem ganhar eleições, Sócrates simplesmente nunca
deveria ter sido primeiro-ministro, não apenas pelas inúmeras
sombras que marcaram a sua governação, mas sobretudo pelas
políticas seguidas e que raras vezes tocaram em alguma coisa
remotamente semelhante ao socialismo, abrindo as portas ao monstro
pafiano que se seguiu.
Por outro lado, o antigo primeiro-ministro nunca estaria numa posição semelhante a António Costa porque não seria capaz de fazer as pontes que Costa conseguiu. Todos nos lembramos da relação quezilenta do ex-primeiro-ministro com a bancada parlamentar do PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.
Por outro lado, o antigo primeiro-ministro nunca estaria numa posição semelhante a António Costa porque não seria capaz de fazer as pontes que Costa conseguiu. Todos nos lembramos da relação quezilenta do ex-primeiro-ministro com a bancada parlamentar do PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.
Sócrates
não faz falta à política portuguesa e só ele e talvez meia-dúzia
de acólitos ainda não perceberam que estão dispensados. António
Costa, percebeu-o, agiu em conformidade e muito bem.
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